Objetivos:

Avaliar os conhecimentos e atitudes relativos à saúde oral na gravidez e na infância de uma amostra de grávidas de Coimbra, Portugal.

Métodos:

Um questionário auto-aplicável foi administrado a uma amostra aleatória de grávidas em seguimento pré-natal em duas instituições de saúde públicas de Coimbra. Colheram-se dados sociodemográficos e referentes aos conhecimentos e práticas de saúde oral na gravidez e relativos ao bebé. Todos os requisitos éticos foram cumpridos. Procedeu-se a análise estatística descritiva e inferencial dos resultados. Verificou-se a independência das variáveis através do teste de qui-quadrado para um intervalo de confiança de 95%.

Resultados:

A amostra incluiu 120 grávidas. Apesar de 68.9% das participantes ter revelado realizar escovagem bi-diária, 36.4% não usava fio dentário, verificando-se uma associação estatisticamente significativa deste hábito com a idade (p=0.004). Metade das inquiridas não visitou o médico dentista antes da gravidez e 59.2% considerava que a gravidez era potencialmente danosa para a saúde oral. Foram evidenciadas algumas lacunas no conhecimento relativamente às possíveis consequências de gengivite ou periodontite no desfecho da gravidez e acerca da importância da dieta para a saúde oral. Destacou-se também falta de informação no que respeita à cárie precoce de infância e à sua prevenção.

Conclusões:

Em geral, as grávidas apresentaram conhecimentos e comportamentos de saúde oral insuficientes. Atendendo a que a gravidez constitui uma fase de particular interesse para a aquisição de conhecimentos e modificações comportamentais decisivos para a gestante e bebé, os presentes resultados suportam a necessidade de implementar programas de saúde oral pré-natal nesta população.

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