Objetivos:

A dor pós-operatória representa um desafio tanto para médicos dentistas como pacientes. Esta dor pode piorar a qualidade de vida do paciente bem como a função dentária. Este estudo comparou o risco de dor pós-operatória entre a irrigação usando o sistema sónico EDDY e a irrigação convencional manual, em pacientes que necessitavam de tratamento inicial endodôntico não cirúrgico.

Métodos:

Este foi um estudo clínico prospetivo controlado randomizado, conduzido na Clínica Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, Portugal. Foram incluídos pacientes diagnosticados com pulpite irreversível ou necrose pulpar. Foram selecionados 80 dentes monorradiculares que foram atribuídos de forma randomizada ao grupo EDDY ou ao grupo de irrigação manual com seringa e agulha com movimentos de vaivém (grupo controlo). A dor pós endodôntica foi avaliada às 8, 24 e 48 horas pós-operatórias, usando a escala visual analógica. Foram usados o teste t de Student, o teste de Kruskal-Wallis, o teste do qui-quadrado de Pearson com o teste exato de Fisher, e o teste de post-hoc de Friedman.

Resultados:

Oito horas após a irrigação, o grupo EDDY sofreu uma maior incidência estatisticamente significativa de dor (p=0,041) (52,5%) relativamente ao grupo da irrigação manual (30%). Não houve diferença estatisticamente significativa entre grupos relativamente à dor pós-operatória às 24 h (p=0,068) e às 48 h (p=0,433) depois do tratamento canalar.

Conclusões:

A irrigação com EDDY durante o tratamento canalar está associada a uma maior incidência de dor pós-operatória, principalmente nas 24h após o tratamento, comparativamente à irrigação manual. Após esse período, a incidência de dor foi similar entre grupos, com um declínio gradual da intensidade da dor.

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