GABORIAU, Marion. Estudio sociológico del dispositivo de inaptitud laboral en la función pública francesa: el caso del ayuntamiento de París. []. , 19, 1, e20858.   01--2023. ISSN 1646-5237.  https://doi.org/10.4000/laboreal.20858.

^a

El presente artículo expone una investigación doctoral en sociología que versa sobre el reconocimiento de la inaptitud laboral por motivos de salud en la función pública territorial francesa. Toma como caso de estudio el ayuntamiento de París, que cada año reconoce a más de 500 trabajadores/as inaptos/as para sus funciones y los reorienta hacia una reclasificación profesional o una jubilación por invalidez. El trabajo se basa en un estudio etnográfico de tres años que combina observaciones de situaciones laborales y de peritaje, entrevistas con diversos profesionales y trabajadores/as reconocidos/as como inaptos/as para sus funciones, análisis cualitativos de legajos médico-administrativos y procesamientos estadísticos de bases de datos. El análisis apunta a entender las lógicas institucionales (jurídicas, económicas y de gestión) que sustentan el dispositivo de inaptitud, así como aquello que alimenta los pronunciamientos de inaptitud en situación. En particular, la tesis explora diferentes escenas de peritaje, caracterizadas por relaciones de fuerza asimétricas entre médicos/as y trabajadores/as y por manejos de información que son fuente de malentendidos e incertidumbre. Asimismo, echa luz a un efecto de (re)producción de desigualdades sociales y generizadas en materia de reconocimiento y atención de los problemas de salud laboral, cuyas causas potencialmente profesionales a menudo son ignoradas.

Este artigo apresenta uma investigação de doutoramento em sociologia sobre o reconhecimento da inaptidão para o trabalho por motivos de saúde na função pública territorial francesa. Toma como caso de estudo a Câmara Municipal de Paris, que identifica todos os anos a inaptidão para o trabalho de mais de 500 trabalhadores/as e encaminha-os/as para a reclassificação profissional ou para a reforma por invalidez. O trabalho baseia-se num estudo etnográfico de três anos que combina a observação de situações de trabalho e de perícia, entrevistas com diversos profissionais e trabalhadores/as reconhecidos/as como inaptos/as para as suas funções, a análise qualitativa de processos médico-administrativos e o tratamento estatístico de bases de dados. A análise visa compreender as lógicas institucionais (jurídicas, económicas e de gestão) que sustentam o dispositivo de inaptidão, bem como o que alimenta as decisões de inaptidão numa determinada situação. Em particular, a tese explora diferentes cenários de perícia, caracterizados por relações assimétricas de poder entre médicos/as e trabalhadores/as e por um tratamento da informação que é fonte de mal-entendidos e incerteza. De igual modo, lança luz sobre o efeito de (re)produção de desigualdades sociais e de género no reconhecimento e tratamento dos problemas de saúde no trabalho, cujas causas potencialmente profissionais são muitas vezes ignoradas.

Cet article présente une recherche doctorale en sociologie qui porte sur la reconnaissance de l’inaptitude au travail pour raison de santé dans la fonction publique territoriale française. Elle prend pour étude de cas la ville de Paris qui reconnaît chaque année plus de 500 travailleurs et travailleuses inaptes à leurs fonctions, orientées vers un reclassement professionnel ou une retraite pour invalidité. Cette recherche s’appuie sur une enquête ethnographique de trois ans mêlant observations de situations de travail et d’expertise, entretiens avec divers professionnels et travailleurses reconnues inaptes à leurs fonctions, analyses qualitatives de dossiers médico-administratifs et traitements statistiques de bases de données. L’analyse vise à comprendre les logiques institutionnelles (juridiques, financières et gestionnaires) qui sous-tendent le dispositif d’inaptitude tout comme ce qui nourrit les jugements d’inaptitude en situation. La thèse explore notamment différentes scènes d’expertise caractérisées par des rapports de force dissymétriques entre médecins et travailleurses et par des jeux avec l’information sources de malentendus et d’incertitude. Elle met également au jour un effet de (re)production d’inégalités sociales et genrées en matière de reconnaissance et de prise en charge des problèmes de santé au travail dont les causes potentiellement professionnelles sont souvent ignorées.

This article presents doctoral research in sociology on the recognition of unfitness for work due to health reasons in France’s local civil service sector. It takes as its case study the Paris City Hall, which recognizes more than 500 workers as unfit for work each year, and directs them towards professional reclassification or retirement for disability. The research is based on a three-year ethnographic survey combining observations of work situations and expertise, interviews with various professionals and workers recognized as unfit for their functions, qualitative analyses of medico-administrative files and statistical processing of databases. The analysis aims to understand the institutional logics (legal, financial and managerial) that underlie the unfitness system, as well as what constructs the judgements of unfitness in actual situations. In particular, the thesis explores various scenarios where expertise played out, characterized by dissymmetrical power relations between doctors and workers and by dealing with information which is a source of misunderstanding and uncertainty. It also brings to light the (re)production of social and gendered inequalities in terms of recognition and taking care of occupational health problems, potentially caused by occupational reasons often ignored.

: .

        · | | | |     ·     · ( pdf )