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Acta Obstétrica e Ginecológica Portuguesa

versão impressa ISSN 1646-5830

Resumo

COSTA, Paulina et al. Consequências materno-fetais do aumento de peso inadequado e obesidade na gravidez: o que sabem as mulheres grávidas?. Acta Obstet Ginecol Port [online]. 2022, vol.16, n.3, pp.201-211.  Epub 30-Set-2022. ISSN 1646-5830.

Introdução e Objetivo.

A obesidade materna tem consequências materno-fetais negativas, e a sua prevalência tem aumentado. Contudo, a evidência do conhecimento das grávidas sobre este tema, particularmente em Portugal, é escassa. Este estudo pretende avaliar a prevalência da obesidade numa população de grávidas, a perceção do próprio peso, o ganho de peso (GP) gestacional e o conhecimento sobre as consequências materno-fetais do GP excessivo e obesidade.

Desenho do Estudo, População e Métodos.

Estudo transversal com aplicação de questionários a grávidas com consulta de termo num hospital português, durante 6 meses. Foi realizada caracterização demográfica, autoavaliação do Índice de Massa Corporal (IMC) pré-gestacional e do GP gestacional, e conhecimento sobre o impacto negativo da obesidade e GP excessivo na gravidez. As respostas foram comparadas com dados objetivos recolhidos na consulta. A análise estatística foi realizada com SPSS® (V27) e p<0,05 considerado significativo.

Resultados.

Foram incluídas 138 grávidas. O IMC pré-gestacional mediano foi 23,93 kg/m2. A prevalência de baixo peso, IMC normal, excesso de peso (EP) e obesidade foi 0,7% (n=1), 56,5% (n=78), 27,5% (n=38) e 15,2% (n=21), respetivamente. O GP médio foi 13,72 kg. Três quartos das mulheres classificaram corretamente o IMC pré-gestacional (k=0,525), mostrando concordância moderada. Apenas 33,3% das mulheres obesas classificaram corretamente o seu IMC (versus 97,4% com IMC normal), com tendência para o subestimar. Cem (72,5%) mulheres consideraram o GP adequado, apesar de tal se ter verificado em apenas 58 (42,0%), indicando concordância razoável. Grávidas com GP excessivo apresentaram IMC pré-gestacional superior comparativamente a grávidas com GP adequado (25,71 versus 22,59; p<0,05). A maioria considerou haver consequências negativas na gravidez e saúde da descendência, contudo sem conseguir especificá-las.

Conclusões.

Este é o primeiro estudo português sobre o tema. A prevalência de obesidade pré-gestacional nesta população foi 15,4%. As grávidas apresentaram pouca perceção do seu próprio peso e GP gestacional, assim como sobre as consequências específicas da obesidade materna, revelando a necessidade urgente de aumentar a consciencialização para este problema.

Palavras-chave : Obesidade; Ganho ponderal gestacional; Complicações da gravidez; Índice de Massa Corporal.

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