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Angiologia e Cirurgia Vascular

versão impressa ISSN 1646-706X

Resumo

COELHO, Nuno Henriques et al. Impacto prognóstico dos biomarcadores inflamatórios pre-operatórios em contexto de isquemia aguda de membro: revisão sistemática. Angiol Cir Vasc [online]. 2020, vol.16, n.4, pp.306-311.  Epub 31-Jan-2021. ISSN 1646-706X.

Introdução:

A utilização de biomarcadores que permitam diagnosticar, estratificar e monitorizar o tratamento de determinada patologia é comum em diversas áreas Médicas. Recentemente, tem sido dada muita atenção ao valor prognóstico que biomarcadores inflamatórios, como por exemplo a relação neutrófilos-linfócitos (NLR) e a relação plaquetas-linfócitos (PLR), poderão ter em diversas patologias vasculares. Estes marcadores inflamatórios são interessantes porque para além da sua aparente correlação com o prognóstico são simples de obter, o resultado é rapidamente disponibilizado e têm baixo custo. A sua inclusão na estratificação e abordagem da isquemia aguda de membro (IAM) é discutível, tendo em conta a escassez de literatura que a suporte. Esta revisão teve como objetivo identificar estudos que suportem a utilidade de marcadores inflamatórios pré-operatórios, para predizer o resultado do tratamento da IAM.

Métodos:

Foi realizada uma revisão sistemática na Medline com o intuito de identificar estudos de coorte que tenham investigado a relação entre marcadores inflamatórios pré-operatórios e o outcome do tratamento da IAM.

Resultados:

Quatro estudos foram incluídos na revisão: duas publicações, uma research letter e um estudo ainda não publicado dos mesmos autores desta revisão sistemática. Em todos os estudos, os outcomes primários foram amputação e/ou morte. Todos relacionam valores mais altos de NLR com resultados adversos após o tratamento. Num dos estudos, um NLR e 5,2 demonstrou ter 83% de sensibilidade de 63% de especificidade para prever amputação em 30 dias (AUC 0,8), enquanto outro concluiu que um NLR e 5,4 demonstrou ter uma sensibilidade de 90,5% e especificidade de 73,6% para prever amputação ou morte aos 30 dias (AUC 0,86). Outro dos estudos concluiu que, para além do NLR elevado, RDW, VPM, PLR e proteína C reativa pré-operatórias elevadas estão também associadas a uma maior probabilidade de amputação.

Conclusão:

Apesar da escassa literatura existente, esta revisão demonstra que biomarcadores inflamatórios como o NLR e PLR parecem ter um papel relevante na estratificação do risco pré-operatório da IAM. A definição dos níveis e tendências destes biomarcadores e sua relação com o resultado do tratamento poderá ser melhor definida através de estudos multicêntricos. Estes resultados, poderão futuramente influenciar o timing e o tipo de tratamento, podendo levar a uma melhoria das taxas de morbimortalidade associadas à IAM.

Palavras-chave : Isquemia aguda de membro; biomarcadores inflamatórios; relação neutrófilos-linfócitos; relação plaquetas-linfócitos; outcome; perda de membro; mortalidade.

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