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Angiologia e Cirurgia Vascular

versão impressa ISSN 1646-706X

Resumo

SOUSA, Pedro Pinto; PINTO, Pedro Sá; MACHADO, Rui  e  ALMEIDA, Rui. Autotransplante renal: uma solução para situações complexas diversas. Angiol Cir Vasc [online]. 2021, vol.17, n.4, pp.339-343.  Epub 31-Dez-2021. ISSN 1646-706X.  https://doi.org/10.48750/acv.172.

Introdução:

O autotransplante renal (RA) é um procedimento seguro e eficaz, utilizado em patologias que requeiram reconstrução do trato urinário, cujo primeira intervenção foi descrita por Hardy em 1963. As principais indicações são doença renovascular, patologias ureterais e doença neoplásica. O RA poderá ainda ser útil em casos selecionados, como último recurso na prevenção de perda renal, especialmente quando os métodos convencionais não tiveram sucesso.

Materiais e métodos:

Os autores pretendem descrever quatro diferentes situações em que o RA foi a melhor solução para a patologia apresentada pelos doentes.

Caso clínico I - Doente do sexo masculino, 52 anos de idade, com história de nefrectomia esquerda prévia e ureterostomia direita, no contexto de exacerbação da sua doença de Crohn. Apresentava-se agora, recentemente, com infeções urinárias de repetição e consequente disfunção renal;

Caso clínico II - Doente do sexo feminino, 57 anos de idade, a quem foi diagnosticado um aneurisma da artéria renal enquanto era estudada como potencial dadora para transplante renal;

Caso clínico III - Doente do sexo masculino, 49 anos de idade, admitido no Serviço de urgência vítima de trauma penetrante com atingimento abdominal e consequentes lesões ureterais e do trato intestinal. Submetido a laparotomia com reconstrução das mesmas, mas posteriores peritonites de repetição que condicionaram necessidade de ureterostomia que o doente recusava;

Caso clínico IV - Doente do sexo feminino, 24 anos de idade, com o diagnóstico de Síndrome de Nutcraker após estudo realizado na sequência de admissão no Serviço de urgência com hematúria franca.

Resultados:

Todos os doentes foram submetidos a RA. As intervenções cirúrgicas decorreram sem intercorrências com apenas um doente a ter desenvolvido uma complicação (deiscência de ferida cirúrgica) no período pós-operatório. Foi realizado ecoDoppler e cintigrafia renal nos dias subsequentes ao procedimento que atestou a normal perfusão dos rins transplantados.

Discussão:

O RA foi realizado em dois doentes no contexto de lesões ureterais e perante a ausência de tratamento viável alternativo que não a perda do rim. Os outros dois casos ocorreram no contexto de patologias renovasculares complexas (uma arterial e outra venosa). Apesar da existência de opções endovasculares para estes casos, a publicação de resultados de seguimento a longo prazo ainda é escassa.

Conclusão:

O RA é uma opção viável em situações específicas em que é imperial a salvação do rim. Os avanços recentes com nefrectomia laparoscópica vieram reduzir de forma significativa a agressividade do procedimento cirúrgico, promovendo o RA como uma arma de tratamento de real valor no tratamento de patologias vasculares complexas, doença renovascular e ureteral traumática bem como situações médicas específicas. O RA representa assim, uma alternativa credível com resultados demonstrados e publicados, exigindo, contudo, ser realizado num Centro com elevada experiência institucional.

Palavras-chave : Autotransplante renal; laparoscopia; Síndrome de nutcracker; Aneurisma da artéria renal; Reparo ex vivo.

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