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Revista de Gestão Costeira Integrada

On-line version ISSN 1646-8872

Abstract

MALTA, Margarida; OLIVEIRA, João M.; SILVA, Lídia  and  CARVALHO, Fernando P.. Radioactividade no estuário do Tejo proveniente das descargas de águas residuais de Lisboa. RGCI [online]. 2013, vol.13, n.4, pp.399-408. ISSN 1646-8872.  https://doi.org/10.5894/rgci339.

Amostras de sedimento, água, mexilhão e peixe foram colhidos mensalmente durante um período de 19 meses em várias estações ao longo da margem norte do estuário do Tejo (Lisboa, Portugal). As amostras foram imediatamente analisadas para radionuclidos emissores gama, em especial para os de origem artificial. Entre estes, o 131I e 99mTc foram detectados na maioria das amostras de mexilhões (Mytilus galloprovincialis) e de taínha (Liza ramada). A distribuição espacial das amostras contendo esses radionuclidos indicou contaminação continuada em Alcântara e Praça do Comércio, e, nalgumas ocasiões, também em Chelas. Ao longo do ano, em geral não se detectou contaminação em Algés, na entrada do estuário, e em Beirolas na zona média do estuário cerca da Ponte Vasco da Gama, mas a contaminação radioactiva foi consistentemente detectada nas áreas que recebiam as descargas de águas residuais urbanas da cidade de Lisboa. Os radionuclidos 131I e 99mTc são utilizados em medicina nuclear e têm origem nos efluentes líquidos hospitalares descarregados no sistema de esgotos da cidade. A sua detecção junto à Praça do Comércio relacionou-se com as descargas do esgoto principal da Baixa de Lisboa que, nos anos da amostragem ainda descarregava naquela área águas residuais urbanas não tratadas. Perto de Alcântara, onde se localiza a descarga de águas residuais urbanas tratadas pela estação de tratamento (ETAR) de Alcântara, a detecção daqueles radionuclidos indicou que o tratamento de esgotos e o atraso introduzido na descarga dos efluentes tratados não foram suficientes para permitir o decaimento radioactivo. Os valores mais elevados de concentração de 131I e 99mTc foram 12±2 e 136±20 Bq Kg-1 peso fresco (p.f.) em mexilhões e peixes, respectivamente. Essas concentrações não excederam as concentrações de radionuclidos de origem natural, tais como o 40K que em média foram de 66±13 Bq Kg-1 (p.f.) em mexilhão e 618±21 Bq Kg-1 (p.f.) no peixe. No entanto, a acumulação dos radionuclidos artificiais nos organismos aquáticos aumenta a dose de radiação recebida por esses organismos e aumenta o risco de transferência dos radionuclidos artificiais para os seres humanos. A redução da radioactividade nas descargas de efluentes urbanos para melhorar a qualidade radiológica da água e sedimento do estuário é debatida como condição necessária para um uso sustentável do estuário.

Keywords : Tecnécio-99m; Iodo-131; Césio-137; Radionuclidos naturais; Contaminação radioactiva; Águas urbanas residuais.

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