Contexto:

Regressar a casa após um internamento psiquiátrico hospitalar é um processo difícil e complexo que exige do indivíduo uma reintegração na sua vida quotidiana. Esta coloca-se como desafio transicional a ultrapassar e que é, por isso mesmo, um foco gerador de necessidades de cuidados em saúde ao qual a enfermagem deverá corresponder.

Objetivos:

Identificar, examinar e mapear as experiências dos adultos no retorno a casa depois de alta hospitalar psiquiátrica; resumir os resultados da literatura relevante.

Métodos:

Revisão scoping segundo Arksey & O'Malley (2005) com pesquisa em 8 bases de dados, até 17 de março de 2018.

Resultados:

Incluímos 9 publicações, referentes a 8 estudos em que as experiências dos participantes envolvem: lidar com um caminho emocional instável, viver com a doença mental à espreita, reajustar-se ao quotidiano, lidar com recorrentes contingências difíceis, enfrentar o estigma e a discriminação social, valorizar relações significativas, ser apoiado pelos serviços de saúde, adesão à medicação, gerir os efeitos da hospitalização na identidade e o despertar do recovery.

Conclusões:

As experiências deste específico regresso a casa são complexas e idiossincráticas, estabelecendo a alta como um processo que envolve mais do que o momento formal da saída do hospital. A necessidade de um cuidado estruturado e transicional é evidente e os enfermeiros de saúde mental podem ter um papel relevante na assistência a estes indivíduos. A literatura encontrada foi limitada sendo que mais pesquisas devem ser desenvolvidas para melhor compreender este fenómeno, com ênfase na pesquisa em países não anglófonos, na transição após um primeiro internamento e na transição para grupos específicos etários ou de diagnóstico.

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