Contexto:

O delirium é descrito como uma experiência angustiante pelos pacientes e famílias. Também entre os profissionais de saúde, os enfermeiros que cuidam destes doentes são os que correm maior risco de grande distress relacionado com esta síndrome.

Objetivos:

Avaliar o distress dos enfermeiros relacionado com o delirium, os seus sintomas específicos e gravidade. Identificar fatores sociodemográficos e psicológicos e experiência profissional dos enfermeiros, que podem estar associados a este distress.

Metodologia:

Foi realizado um estudo prospetivo com enfermeiros que cuidam de idosos com delirium no Serviço de Medicina Intensiva. O distress relacionado com o delirium, distress psicológico global e burnout em enfermeiros foram medidos com Questionário Experiência de Delirium, Escala Distress Psicológico de Kessler e Inventário Burnout de Copenhaga, respetivamente.

Resultados:

Foram incluídos dezoito enfermeiros (média=32 anos; 89% mulheres). Cerca de 46% dos enfermeiros classificaram a experiência de cuidar de pacientes em delirium como moderadamente distressing. A desorientação e a agitação psicomotora, foram os sintomas mais distressing. O elevado distress relacionado com o delirium foi associado a um maior burnout pessoal (p=0,040) e relacionado com o trabalho (p=0,020), e mais distress psicológico global (p=0,007).

Conclusões:

Cuidar de doentes com delirium é distressing para os enfermeiros, particularmente se desorientação e agitação psicomotora estiverem presentes e se os enfermeiros apresentarem um elevado burnout ou distress psicológico. Este estudo salienta a necessidade do desenvolvimento de estratégias de formação e apoio para todos os profissionais que lidem com estes pacientes.

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