SAARISTO, Saila-Maria. Gendered and classed homelessness: A life-history analysis on displaced survival in Lisbon. []. , au23, pp.36-52.   09--2023. ISSN 2182-3030.  https://doi.org/10.15847/cct.29261.

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This article examines the gendered and classed dynamics of homelessness and displacements in Portugal. I use the lens of displaced survival to bring light to the complex web of relations that promote the housing exclusion of low-wage single mothers. I show how these families, expelled from housing programmes and unable to afford housing in the private rental sector, are left to suffer from a cycle of displacements, leading to accentuated poverty and dispossession, which also leads to over-generational perpetuation of poverty. Methodologically the study draws from life-history interviews and policy analysis, conducted from 2017 to 2019 in Lisbon. In addition to being exploited within paid and unpaid labour and having to pay an unaffordable rent, displacements and evictions exacerbate the dispossession and poverty of these families, given that their specific conditions as low-income single mothers are not recognised within the policy responses.

Este artigo analisa as dinâmicas de género e classe presentes nas exclusões habitacionais em Portugal, utilizando o conceito de deslocamento para a sobrevivência para trazer luz à complexa teia de relações que promovem a exclusão habitacional das mães solteiras de baixos salários. Mostro como estas famílias, expulsas dos programas de habitação e incapazes de pagar a habitação no sector de arrendamento privado, são deixadas a sofrer um ciclo de deslocações, levando a uma acentuada pobreza e despossessão, o que também leva a uma perpetuação da pobreza em excesso através de gerações. Metodologicamente, o estudo baseia-se em entrevistas de história de vida e análise de políticas de habitação, realizadas entre 2017 e 2019 em Lisboa. Para além de serem exploradas no contexto do trabalho remunerado e não remunerado e de terem de pagar uma renda incomportável, deslocações e despejos exacerbam a desapropriação e a pobreza destas famílias, dado que as suas condições específicas como mães solteiras de baixos rendimentos não são reconhecidas no âmbito das respostas políticas.

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