SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.37 número4Medicação potencialmente inapropriada em idosos acompanhados em cuidados domiciliários nos últimos 12 meses de vidaAdesão terapêutica em hipertensos: revisão do papel das novas plataformas através do telemóvel ou smartphone índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

versão impressa ISSN 2182-5173

Resumo

MORGADO, Maria Beatriz. Problemas sexuais na mulher com cancro da mama e cancro ginecológico: revisão narrativa. Rev Port Med Geral Fam [online]. 2021, vol.37, n.4, pp.314-328.  Epub 31-Ago-2021. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i4.12888.

Objetivos:

Estima-se que mais de metade das mulheres com cancro da mama ou cancro ginecológico apresenta problemas sexuais. Contudo, apenas uma minoria recebe aconselhamento médico nesse âmbito. A presente revisão narrativa tem como objetivo descrever os principais problemas sexuais das mulheres com esta tipologia de neoplasias, bem como identificar estratégias de abordagem e tratamento dos mesmos.

Métodos:

Foi efetuada uma pesquisa da literatura na base de dados PubMed, utilizando os termos MeSH: Sexuality, Neoplasms, Female e Women. Foram utilizados livros e artigos datados entre 1998 e 2020.

Resultados:

O cancro da mama afeta a vida sexual desde o diagnóstico, associando-se a intenso sofrimento psicológico. A este acresce o impacto do tratamento. A cirurgia altera a autoimagem, sensibilidade mamária e mobilidade. A radioterapia condiciona alterações tecidulares. A quimioterapia apresenta efeitos psicológicos e físicos com impacto direto e indireto na sexualidade. A hormonoterapia condiciona atrofia urogenital e sintomas vasomotores. Por outro lado, também a maioria das mulheres com cancro ginecológico apresenta vários níveis de disfunção sexual secundários à terapêutica. Tratamentos mais recentes como a braquiterapia, técnicas de nerve-sparing modificadas e cirurgia reconstrutiva têm contribuído para uma diminuição da morbilidade associada ao tratamento. Verifica-se uma consciencialização crescente da importância da saúde sexual dos doentes oncológicos. Neste contexto, cabe ao médico abordar esta temática, informando as doentes acerca do possível impacto da doença e do respetivo tratamento na sexualidade. Existem questionários validados e modelos estruturados facilitadores de comunicação neste sentido. Cabe também aos clínicos o controlo dos sintomas de disfunção sexual associados à terapêutica oncológica, privilegiando sempre que possivel fármacos com impacto neutro ou positivo na sexualidade.

Conclusão:

Qualquer médico deve estar sensibilizado para a disfunção sexual associada à patologia oncológica e ao seu tratamento, sendo capaz de a rastrear e adaptar o plano terapêutico em conformidade, colocando em prática o cancer care continuum.

Palavras-chave : Sexualidade; Oncologia; Neoplasia; Mulher.

        · resumo em Inglês     · texto em Português     · Português ( pdf )