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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

versão impressa ISSN 2182-5173

Resumo

MARTINS, Bárbara; MENDES, Ângela; LUIS, Joana Gonçalves  e  ARAUJO, Rosa Maria. Polimedicação no idoso: perceção dos médicos de família (projeto de investigação). Rev Port Med Geral Fam [online]. 2023, vol.39, n.5, pp.387-392.  Epub 31-Out-2023. ISSN 2182-5173.  https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i5.13518.

Introdução:

A polimedicação define-se pela utilização simultânea, apropriada ou não, de acordo com as comorbilidades de cada doente, de pelo menos cinco fármacos no mesmo utente. O médico de família (MF) deve identificar e combater, quando clinicamente apropriado, a polifarmácia.

Objetivos:

Identificar a prevalência de polimedicação e as principais classes farmacológicas potencialmente inapropriadas utilizadas nos utentes muito idosos inscritos na Unidade de Saúde Familiar participante e avaliar a perceção dos MF sobre esta realidade.

Método:

Estudo observacional transversal analítico na população dos inscritos com idade igual ou superior a 80 anos. Foram excluídos os utentes sem registos clínicos nos últimos três anos. Distribuiu-se um questionário aos MF para avaliar a sua perceção face à polimedicação no seu ficheiro. Os dados relativos à medicação utilizada pelos utentes foram obtidos dos programas SClínico® e PEM® e analisados no Excel®.

Resultados:

Incluíram-se 386 utentes com idade média de 85,6 anos, 62% do sexo feminino. 79,5% dos utentes estavam polimedicados, com uma média de 7,1±3,1 fármacos por utente. As estatinas corresponderam ao grupo farmacológico mais prescrito (64,2%) dos pesquisados, com as benzodiazepinas e os inibidores da bomba de protões a constituírem as classes potencialmente inapropriadas mais utilizadas em igual proporção (35%). Cinco MF aceitaram participar no estudo; três definiram corretamente polimedicação e evidenciaram perceção aproximada da realidade na respetiva lista de utentes. A percentagem de utilização de benzodiazepinas foi sobrestimada por quatro clínicos; a prescrição de anticoagulantes foi subestimada por três profissionais, contrariamente à utilização de antiagregantes e sulfuniloreias, sobrestimados em igual proporção.

Discussão/Conclusão:

Este estudo permitiu caracterizar o problema da polimedicação na unidade investigada, potenciando a consciencialização individual e da equipa para esta problemática, sendo que a prevalência se revelou superior à relatada noutros estudos. As investigadoras concluem que é imperativo desenvolver estratégias de combate à polimedicação.

Palavras-chave : Idoso; Polimedicação; Classes de fármacos potencialmente inapropriadas.

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