132 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Crítica de Ciências Sociais

 ISSN 2182-7435

QUARTILHO, Manuel João; BECKER, Joana Proença    CARONA, Carlos. Democracia, humanidades e educação cívica. []. , 132, pp.3-26.   31--2023. ISSN 2182-7435.  https://doi.org/10.4000/rccs.15064.

^a

Aceite a “crise permanente” das humanidades, são feitas considerações sobre as fraturas sociais e políticas nas sociedades ocidentais do pós-guerra. A crise da democracia e as redes sociais online são associadas a um prejuízo do bem comum, a um “caos” condicionado pela ausência de controlo sobre os fluxos informativos e pelos mecanismos de persuasão numa sociedade aberta. Neste contexto, é sugerida a utilidade potencial das humanidades e da educação liberal no aperfeiçoamento da democracia. É ainda sugerido que as humanidades médicas têm um papel na construção de um profissional de saúde eticamente vigilante, resiliente e interventivo. Finalmente, são expostas referências críticas à ideologia meritocrática da sociedade neoliberal, com reflexos negativos nos processos de quantificação e avaliação anónima na academia, bem como no estado de saúde dos seus profissionais.

^lpt^a

Recognizing the state of “permanent crisis” in the Humanities, considerations are made about the social and political fractures in post-war Western societies. The crisis of democracy, together with online social media, are associated with both an impairment to the common good and a “chaos” conditioned by the absence of control over information flows and the mechanisms of persuasion in an open society. Given this context, humanities and liberal education programs seem potentially useful for improving democracy. In addition, the role of medical humanities is highlighted in the construction of an ethically vigilant, reflective, resilient and intervening health professional. Finally, the present article presents critical references to the ideology of meritocracy of neoliberal societies, with negative effects in the processes of quantification and anonymous evaluation in Academics, as well as in the health of the professionals being discussed.

^len^a

En acceptant la « crise permanente » des humanités, des réflexions sont faites sur les fractures sociales et politiques dans les sociétés occidentales d’après-guerre. La crise de la démocratie et les réseaux sociaux en ligne sont associés à une atteinte au bien commun, au « chaos » conditionné par le manque de contrôle sur les flux d’informations et par les mécanismes de persuasion dans une société ouverte. Dans ce contexte, on sugère l’utilité potentielle des humanités et de l’éducation libérale pour améliorer la démocratie. En outre, on suggère aussi que les humanités médicales ont un rôle à jouer dans la construction d’un professionnel de santé éthiquement vigilant, résilient et interventionniste. Enfin, des références critiques à l’idéologie méritocratique de la société néolibérale sont exposées, avec des impacts négatifs sur les processus de quantification et d’évaluation anonyme dans le milieu universitaire, ainsi que sur l’état de santé de ses professionnels.

^lfr

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )