Resumo

WEST, Linden. A Classe Importa, no Passado e no Presente: Educação de Adultos, Classe Social e as Perspetivas Narrativas Psicossociais e Autobiográficas. Sisyphus [online]. 2024, vol.12, n.1, pp.59-82.  Epub 01-Maio-2024. ISSN 2182-8474.  https://doi.org/10.25749/sis.31183.

A classe foi importante para a educação de adultos no passado, mas ainda é relevante no mundo neoliberal. Todavia, pode ser difícil defini-la no contexto fragmentado da organização da classe social e do caráter causal e manual de muitas ocupações da classe média. Historicamente, nas sociedades industriais, a classe era moldada pelas relações de produção, enquanto que a consciência de classe se constituía num fenómeno cultural, definido também pelos próprios trabalhadores nas lutas educativas e políticas. Mas as sociedades industriais do presente possuem uma cultura fragmentada e individualizada, assim como políticas diversificadas que assumem hoje uma dimensão central. A classe como um fenómeno social pode hoje ser negligenciada se se atribuir centralidade ao género, à raça ou à sexualidade. Apesar desta circunstância, a classe continuar a moldar as experiências entre as pessoas, as perceções acerca da educação, o nível de saúde física e mental e a esperança de vida. A negação das dinâmicas de classe e da desigualdade social foi desafiada pela investigação autobiográfica da classe trabalhadora. Esta investigação inspirou-se no movimento feminista, nos estudos biográficos e narrativos e nos desafios causados pela negação que os estudos social e culturais têm atribuído à experiência humana. A investigação e os trabalhos académicos destacam as mulheres da classe trabalhadora em contextos diversos e os diálogos intergeracionais. A classe cruza aqui com outras formas de opressão. O trabalho enfatiza como a educação de adultos exige uma reconceptualização holística, enquanto processo relacional, corporizado, emocional, narrativa, psicossocial, intelectual e até espiritual, na qual as dinâmicas de reconhecimento de si e do outro, do amor e da noção feminista de dar-se ao outro são centrais.

Palavras-chave : classe; autobiografia; écriture féminine; reconhecimento..

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