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Cadernos do Arquivo Municipal

 ISSN 2183-3176

MARTINS, Nuno. A liberdade dos mares e as relações europeias no século XVII: a “guerra dos livros”. []. , ser2, 20, e202315.   30--2023. ISSN 2183-3176.  https://doi.org/10.48751/cam-2023-20324.

Em 1603, após uma batalha naval no estreito de Malaca, a carraca portuguesa Santa Catarina foi capturada por navios da Companhia Unida das Índias Orientais e levada para as Províncias Unidas, onde todo o seu rico espólio foi vendido em hasta pública. O episódio despoletou uma tese escrita pelo jurista holandês Hugo Grotius, justificando a justeza do apresamento, numa construção que refutava as pretensões portuguesas que consideravam o mar como domínio próprio. O texto de Grotius foi celebrado como esteio do Direito Marítimo Internacional, fundado no princípio da liberdade dos mares. Contudo, a argumentação de Grotius e as reações que suscitou devem ser enquadradas como expressão da geopolítica europeia no século XVII. Propõe-se neste artigo olhar para esta guerra de livros como um prolongamento da comunicação política no seio da respublica christiana, na disputa de supremacias para assegurar interesses comerciais a nível regional e global.

: Mare Liberum; Comunicação política; Guerre des plumes; Imperialismo; Século XVII.

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