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Comunicação e Sociedade
versión impresa ISSN 1645-2089versión On-line ISSN 2183-3575
Resumen
SCHEFER, Raquel. Mueda, Memória e Massacre, de Ruy Guerra, o projeto cinematográfico moçambicano e as formas culturais do Planalto de Mueda. Comunicação e Sociedade [online]. 2016, vol.29, pp.27-51. ISSN 1645-2089. https://doi.org/10.17231/comsoc.29(2016).2408.
Considerado a primeira longa-metragem de ficção de Moçambique, Mueda, Memória e Massacre (1979-1980), de Ruy Guerra, é um filme extemporâneo, que formaliza tardiamente os pressupostos do projeto revolucionário da FRELIMO. Obra de transição, marca a passagem do período de instituição (1975/1976-1979) para o período de destituição (1979/1980-1984) da Estética de Libertação (1975/1976-1984) do Instituto Nacional de Cinema (INC). Mueda, Memória e Massacre seria censurado, parcialmente refilmado e remontado sem supervisão direta do realizador, operações que anunciam o desvio normativo do projeto político-cultural da FRELIMO e a canonização estética da década de oitenta. A versão mutilada premiada em 1980 no Festival de Tashkent responde ao “Script de Libertação”, dispositivo epistemológico que visa ordenar e codificar a história do País. Este artigo examina a presença de elementos do programa de coletivização do cinema em Mueda, Memória e Massacre e analisa a influência da cultura maconde - em particular, da dança de máscaras Mapiko - nas formas estéticas e narrativas do filme.
Palabras clave : Cinema moçambicano; Ruy Guerra; Mueda, Memória e Massacre; cinema e revolução; cultura maconde.