SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.41Uma Perspetiva Decolonial Sobre Discursos dos Média Online no Contexto da Violência Contra Pessoas com Deficiência na África do SulO Ciberespaço Como Denúncia: Assédio e Discriminação Vinculados à Colonialidade no Projeto Brasileiras Não Se Calam índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Comunicação e Sociedade

versão impressa ISSN 1645-2089versão On-line ISSN 2183-3575

Resumo

BORGES, Rovênia Amorim. (Des)Colonialidade Linguística e Interculturalidade nas Duas Principais Rotas da Mobilidade Estudantil Brasileira. Comunicação e Sociedade [online]. 2022, vol.41, pp.189-208.  Epub 22-Jun-2022. ISSN 1645-2089.  https://doi.org/10.17231/comsoc.41(2022).3718.

Embora frequentar universidades em Portugal e nos Estados Unidos seja ainda um privilégio para quem vem de famílias brasileiras com elevado capital econômico, políticas para o fomento da internacionalização têm levado, na última década, a uma intensificação e diversificação desses fluxos de mobilidade estudantil. Guiando-nos pelos estudos descoloniais, apresentamos, neste artigo, uma análise da interseccionalidade de raça e domínio de língua inglesa de estudantes de nacionalidade brasileira em Portugal e nos Estados Unidos. Os resultados referem duas investigações empíricas realizadas entre 2013 e 2020, e apontam que estudantes negras/os, participantes do mesmo programa de mobilidade com bolsas de estudo nestes dois países, apresentaram menor proficiência em inglês em comparação com bolsistas brancas/os. Em contrapartida, estudantes de uma elite econômica branca não indicaram a insuficiência no domínio de inglês como fator de decisão pela escolha de Portugal. A nosso ver, essas assimetrias devem ser percebidas e problematizadas a partir da colonialidade no ensino de inglês no Brasil que, no espaço de educação internacional, tem limitado escolhas e (re)produzido desigualdades. Todavia, nos tempos pandêmicos que apressam a transição para a mobilidade virtual, a maior diversidade étnico-racial e amplitude socioeconômica da mobilidade estudantil do Brasil para universidades portuguesas suscita outras e mais aprofundadas reflexões sobre as interações interculturais (presenciais) que resultam desses deslocamentos. As experiências de estudar em Portugal têm sido marcadas por alguns desencontros linguísticos, a exemplo dos imaginários de um subalterno português brasileiro e de um superior português de Portugal. Os constrangimentos que resultam dessas (in)comunicações interculturais entre estudantes do Brasil e de Portugal podem ser explicados, pelo menos em parte, pela reverberação, na contemporaneidade, da colonialidade do ensino da língua portuguesa nos dois países. Vamos argumentar que essas tensões, presentes em espaços acadêmicos da antiga metrópole do Brasil, potencializam o que temos designado de “despertar descolonial”.

Palavras-chave : mobilidade estudantil; Brasil; Portugal; Estados Unidos; colonialidade linguística; interculturalidade.

        · resumo em Inglês     · texto em Português | Inglês     · Português ( pdf ) | Inglês ( pdf )