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Comunicação e Sociedade

versão impressa ISSN 1645-2089versão On-line ISSN 2183-3575

Resumo

SUSCA, Vincenzo. Teoria da Tecnomagia: Feitiços, Êxtase e Possessões na Cultura Digital. Comunicação e Sociedade [online]. 2023, vol.44, e023017.  Epub 17-Out-2023. ISSN 1645-2089.  https://doi.org/10.17231/comsoc.44(2023).4612.

Os rituais, as cerimónias e a efervescência do sagrado manifestam-se na cultura digital, não só através da proliferação de novos cultos religiosos. Fazem-no através da atualização online de formas religiosas tradicionais, mas também da elevação espiritual de objetos (Houtman & Meyer, 2012), práticas (Carolyn, 2014) ou imagens efémeras, lúdicas e oníricas (Susca, 2016). São, na maior parte dos casos, figuras que evocam os aspetos mais sensíveis e imateriais da experiência: a sua carne (Esposito, 2004; Henry, 2000) e o seu imaginário (Durand, 1992). Tratase da atualização daquilo a que Durkheim (2008) chamou o “divino social”. Assistimos assim à proliferação de uma miríade de pequenas igrejas que se caraterizam por um baixo grau de institucionalização e uma elevada densidade simbólica e emocional (Maffesoli, 2020). Neste sentido, a socialidade digital adquire um valor decisivo na transfiguração da vida quotidiana, do reino do profano, numa experiência mítica e mística, roçando o sagrado na sua forma mais selvagem (Bastide, 1975). De facto, as relações que emergem destes panoramas mediáticos revelam uma capacidade de associar o que está separado no tempo e no espaço, anteriormente pertencente às ordens espiritual e transcendente (Davis, 1999). Assim, a cultura da conexão e da partilha materializa em esferas seculares todo um conjunto de experiências simbólicas que lembram os mistérios religiosos (Campbell, 2012). Este imaginário modifica a relação moderna entre a tecnologia e a sociedade num paradigma que se poderia designar por “tecnomágico”.

Palavras-chave : técnica; magia; vida quotidiana; imaginário; ritos.

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