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Comunicação e Sociedade

 ISSN 1645-2089 ISSN 2183-3575

MARTINS, Paulo. Quando as Redes Sociais Digitais São Fontes Jornalísticas - Uma Abordagem a Códigos Deontológicos. []. , 45, e024001.   30--2024. ISSN 1645-2089.  https://doi.org/10.17231/comsoc.45(2024).4748.

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A influência dos média sociais no campo do jornalismo, hoje incontornável, manifesta-se em várias vertentes, criando desafios que não podem ser ignorados pelos profissionais. Enquanto fontes, estão a ser cada vez mais utilizados, contribuindo para a emergência de novas dinâmicas de produção noticiosa, em particular na cobertura de acontecimentos em continuidade, nos quais impera a velocidade de transmissão e o imediatismo constitui um valor em si mesmo, incentivando a extração de conteúdos disponíveis na internet, sem tempo para escrutínio. Neste artigo, o fenómeno é enquadrado numa perspetiva ética. Através da análise de 32 códigos deontológicos - e instrumentos semelhantes - que incorporam esta realidade em partes específicas foram identificados valores e princípios jornalísticos neles inscritos acerca das modalidades de recolha de informação, sobretudo em redes sociais digitais. A exigência de verificação e validação do material e de identificação da fonte, procedimentos tradicionais, é predominante, atentos os potenciais riscos para o rigor de uma narrativa jornalística. Também é detetada, na maioria dos códigos integrados no corpus, a preocupação de acautelar o dano na esfera privada de cidadãos, eventualmente decorrente da difusão de material. Não se trata apenas de proteger a privacidade, em geral, mas de ponderar questões de grande sensibilidade a ela associáveis: a vulnerabilidade e dor em que possam encontrar-se os autores das postagens e a presença nas redes de vítimas ou cidadãos menores de idade.

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The inescapable influence of social media on journalism has introduced a multitude of challenges that professionals in the field cannot afford to overlook. Increasingly used as sources, social media platforms contribute significantly to the evolution of new dynamics in news production. This is particularly evident in the coverage of unfolding events, prioritising speed of transmission and immediacy as inherent values. This emphasis often encourages the rapid extraction of content available on the internet, leaving minimal time for thorough scrutiny. This article delves into the phenomenon from an ethical standpoint. Through an analysis of 32 codes of ethics - and analogous instruments - that specifically address this evolving reality, it identifies journalistic values and principles concerning information-gathering methods, especially pertaining to digital social networks. The primary emphasis remains on the requirement to verify and validate the material while identifying sources following traditional procedures, given the potential risks to the integrity of journalistic narratives. Most codes in the corpus also prioritise safeguarding citizens’ private sphere, possibly stemming from the dissemination of material. This concern extends beyond general privacy protection, encompassing the highly sensitive issues associated with it: the vulnerability and emotional distress experienced by authors of social media posts and the presence of victims or minors on social networks.

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