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Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online

versão impressa ISSN 2183-8453

Resumo

OLIVEIRA, P et al. SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE ANGOLANOS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19. RPSO [online]. 2021, vol.12, pp.30-41.  Epub 25-Mar-2022. ISSN 2183-8453.  https://doi.org/10.31252/rpso/11.09.2021.

Introdução

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a síndrome de Burnout ocorre devido ao stresse crónico no local de trabalho e inclui sintomas físicos e psíquicos. A atual pandemia da COVID-19 gerou uma sobrecarga de trabalho aos profissionais de saúde em todo o mundo, por vezes excedendo as suas capacidades podendo conduzir ao suicídio. Angola é um país em desenvolvimento e o seu sistema de saúde ainda é frágil- por esta razão a pandemia poderá ter um sério impacto. Em Março de 2020 registaram-se os primeiros casos da COVID-19 que aumentaram progressivamente.

Objetivo

Determinar a prevalência da Síndrome de Burnout nos Profissionais de Saúde que assistem os casos suspeitos e confirmados de COVID-19 em Angola, de Maio a Setembro de 2020.

Metodologia

Realizou-se um estudo observacional, descritivo e transversal a 250 profissionais (196 de Luanda e 54 de Benguela) que trabalham em instituições de saúde que atendem pacientes com COVID-19. Aplicou-se o Inventário de Burnout de Maslach, que inclui três subescalas: esgotamento ou cansaço emocional, despersonalização e realização pessoal. Níveis elevados nas duas primeiras e baixos na terceira são indicativos de Burnout. Obteve-se também a informação sociodemográfica dos profissionais.

Resultados

Verificou-se que 60% dos participantes eram do sexo feminino, com a idade média 35 anos e com predomínio de enfermeiros (50%). Os profissionais de Luanda atenderam em média 61 pacientes por semana enquanto os de Benguela atenderam 12. A pontuação média das três subescalas do comportamento é elevada em ambos sexos e províncias, com valores superiores de cansaço emocional em mulheres e maior realização pessoal entre os profissionais de Luanda. Diagnosticou-se Síndrome de Burnout em 9,3% dos profissionais de Luanda e 4,6% de Benguela, sem diferenças significativas entre mulheres e homens (6,2 versus 4,5).

Conclusões

Apesar da baixa frequência de síndrome de Burnout e pelo facto de existirem elevados níveis de cansaço emocional e despersonalização no início da pandemia, é de supor que possa existir um aumento do número de casos perante uma demanda de trabalho superior, causada pela mesma. Este achado deve ser tomado em conta pelos gestores do sistema de saúde para salvaguardar o bem- estar dos seus profissionais e dos pacientes nomeadamente promovendo turnos de trabalho com períodos mais reduzidos; integração de mais profissionais em equipas de serviço desfalcadas; incentivo às pausas ao longo do dia; alimentação adequada conforme o horário do dia e rica em nutrientes; criação de programas de apoio social; incentivo à prática de exercícios fisicos e de relaxamento, pagamento mensal dos subsídios de risco epidemiológico da COVID-19; Equipamento de Protecção Individual (EPI); maior disponibilidade de medicamentos e materiais de monitorização clínica dos doentes graves; presença de médico especialista em cuidados intensivos em cada turno de trabalho; bem como apoio e acompanhamento psicológico.

Palavras-chave : síndrome de Burnout; profissionais de saúde; COVID-19; saúde ocupacional; Angola.

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