Introdução

O Burnout constitui uma síndrome psicológica complexa, secundária a uma resposta crónica excessiva ao stress laboral, caracterizando-se por exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização profissional. Os profissionais de saúde integram um grupo suscetível a esse fenómeno. Recentemente, as exigências impostas pela pandemia COVID-19 aumentaram eventualmente a prevalência e/ou gravidade desta questão, particularmente nos Cuidados de Saúde Primários. Assim, intervenções para o minimizar são urgentes.

Objetivo

Reduzir o Burnout e promover mecanismos de coping adequados, capacitando os Profissionais de Saúde para a adoção de um estilo de vida saudável.

Metodologia

Trata-se de uma Intervenção dirigida aos Profissionais de Saúde de uma Unidade de Saúde Familiar (USF). Previamente colheram-se dados sociodemográficos e aplicaram-se dois questionários de autopreenchimento: o Copenhagen Psychosocial Questionnaire II (COPSOQ II) para aferição dos níveis de Burnout e o “Questionário de Modos de Lidar com os Acontecimentos”, para avaliação das estratégias de coping utilizadas. A intervenção consistiu na realização de sessões teórico-práticas online e sessões presenciais de prática de yoga. As sessões versaram os temas “Burnout e mecanismos de coping”, “Trabalho e convívio em equipa”, “Mindfullness” e “Exercício Físico” na prevenção do Burnout. O COPSOQ II foi reaplicado para avaliar os efeitos da intervenção. A análise estatística incluiu a utilização do coeficiente Alfa de Cronbach, cálculo de média± desvio-padrão para cada item avaliado e o teste t-Student para comparação, assumindo-se diferenças estatisticamente significativas para valores de p≤0,050.

Resultados

A amostra ficou constituída por 22 elementos. Os resultados do COPSOQ II pré-intervenção revelaram que a maioria se encontrava em situação de risco para a saúde nas subdimensões afetas às “Exigências Laborais”, “Organização do Trabalho e Conteúdos” e à “Personalidade” e em situação intermédia de risco nas “Relações sociais e de Liderança”. As estratégias de coping mais utilizadas foram a “Resolução Planeada de Problemas”, a “Aceitação da Responsabilidade” e o “Autocontrolo”. Após a intervenção, obteve-se uma melhoria estatisticamente significativa nas subdimensões “Atenção”, “Compromisso Face ao Local do Trabalho”, “Saúde Geral” e “Problemas em Dormir”.

Discussão e Conclusão

Obteve-se uma melhoria significativa da saúde física e mental dos Profissionais de Saúde, com redução dos níveis de Burnout. A implementação de intervenções de prevenção quinquenária e a identificação de áreas onde atuar pode melhorar a saúde e as suas estratégias de coping.

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