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Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online
versão impressa ISSN 2183-8453
Resumo
ROCHA, F. SAÚDE OCUPACIONAL APLICADA AOS PAVIMENTADORES DE ESTRADAS. RPSO [online]. 2022, vol.13, pp.73-77. Epub 21-Jul-2022. ISSN 2183-8453. https://doi.org/10.31252/rpso.05.03.2022.
Introdução/enquadramento/objetivos
Não é raro as equipas de Saúde Ocupacional terem algum cliente do setor da pavimentação de estradas; contudo, a literatura para esta área é escassa. Pretendeu-se com este artigo resumir o que de mais pertinente e recente se publicou sobre o tema.
Metodologia
Trata-se de uma Revisão Bibliográfica, iniciada através de uma pesquisa realizada em agosto de 2021 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina e RCAAP”.
Conteúdo
A IARC (International Agency for Research on Cancer) classificou o asfalto utilizado na pavimentação de estradas como eventualmente cancerígeno para humanos (grupo 2b), devido aos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Contudo, estudos epidemiológicos não apresentam evidência clara de maior incidência/prevalência de doenças desse foro, ainda que o risco possa ser diferente, consoante a via de entrada (inalatória versus cutânea) e a composição específica. Existem ainda hidrocarbonetos alifáticos, alcanos cíclicos e compostos heterocíclicos. A associação a diversos tipos de cancros é inconclusiva mas, ainda assim, mais forte para o pulmão versus pele. Algumas destas substâncias podem originar instabilidade cromossómica que, por sua vez, alguns defendem que poderá levar a patologia oncológica.
Discussão e Conclusões
Na pesquisa efetuada encontram-se dados relativos aos agentes químicos inseridos no asfalto, não se tendo constatado qualquer referência a outros Fatores de Risco/Riscos Ocupacionais, como outros agentes químicos, poeiras; ruido, corte, vibrações associadas a diversas máquinas; cargas/esforços físicos, posturas mantidas/forçadas, queda ao mesmo nível, a níveis diferentes e eventual soterramento; radiação ultravioleta e desconforto térmico ou atropelamento.
Quanto ao risco químico, a generalidade dos autores considera que algumas substâncias inseridas na composição do asfalto, sobretudo em determinadas condições técnicas (equipamento, temperatura, subtipos de asfalto) poderão ser cancerígenas para humanos. Contudo, mesmo a este nível não são mencionadas medidas de proteção coletiva ou individual, de forma a proporcionar orientações concretas para quem tem clientes neste setor. Em contexto das primeiras poder-se-á supor que seria pertinente promover a rotatividade de tarefas, escolher os tipos de asfalto considerados menos tóxicos (sempre que possível) e os equipamentos que trabalhassem com temperaturas menores, com menos ruido e vibrações; promover uma boa manutenção das máquinas e adquirir modelos mais seguros e modernos; bem como organizar formação e acesso a serviços de Saúde Ocupacionais adequados. Por sua vez, a nível de Equipamentos de Proteção individual, poder-se-iam usar máscara/viseira, chapéu/gorro, farda, óculos (para a radiação ultravioleta e entrada de corpos estranhos), creme de proteção solar, proteção auricular, luvas (para corte/abrasão e/ou vibrações), joelheiras e/ou cintas de contenção abdominal.
Seria relevante que algumas equipas de Saúde Ocupacional a exercer na área estudassem melhor o setor e desenvolvessem conhecimento válido sobre as lacunas mencionadas, divulgado o mesmo através da publicação em revistas da área.
Palavras-chave : pavimentação de estrada; pavimentadores; saúde ocupacional; medicina do trabalho; fatores de risco e riscos laborais..