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Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online

versão impressa ISSN 2183-8453

Resumo

MIGUEL, S; GARCIA, M  e  CUNHA, A. ACIDENTES DE TRABALHO EM HOSPITAL CENTRAL: UMA VISÃO HOLÍSTICA. RPSO [online]. 2023, vol.16, esub0413. ISSN 2183-8453.  https://doi.org/10.31252/rpso.21.10.2023.

Introdução

Em todo mundo os trabalhadores estão expostos a riscos no local de trabalho, podendo resultar em acidentes. Os hospitais são ambientes ricos em perigos e, por isso, com maior probabilidade de ocorrerem Acidentes de Trabalho com consequentes lesões músculo-esqueléticas ou com risco de transmissão de agentes biológicos.

Objetivos

Conhecer as caraterísticas dos acidentes em contexto laboral que ocorrem num Hospital Central. Ao descrever e analisar os mesmos, é possível fazer uma adequada avaliação de risco, permitindo no futuro adotar medidas preventivas que reduzam ou eliminem os perigos existentes em meio hospitalar.

Materiais e métodos

Estudo observacional, transversal, descritivo e analítico. Como instrumento de recolha foi utilizada uma base de dados existente no Serviço de Saúde Ocupacional de um Hospital Central, com informação relativa aos Profissionais de Saúde acidentados. Foram selecionados apenas os acidentes mecânicos ou com exposição a agentes biológicos. Foi testada a normalidade das distribuições e aplicados os testes do Qui Quadrado, Fisher ou Mann-Whitney, sendo considerado o nível de significância para rejeição da hipótese nula de 5%.

Resultados

Foram analisados um total de 265 Acidentes de Trabalho: 36.2% classificaram-se como mecânicos e os restantes como biológicos. Os grupos com maior número de sinistrados foram os Enfermeiros (49.4%) e com idades entre os 21 e os 30 anos (36.2%). De janeiro a março de 2021 registou-se o maior pico de acidentes (n=51) e o tempo mediano desde a admissão até a ocorrência de acidentes foi inferior nos que tiveram exposição a fluidos biológicos, comparativamente com os mecânicos. A atribuição de Incapacidade Temporária Absoluta aos sinistrados foi de 84.5%, destacando-se ainda que não existiram associações entre variáveis independentes e a atribuição de incapacidade temporária (absoluta ou parcial).

Discussão e conclusões

As características da população que sofreu Acidentes de Trabalho no Hospital Central em análise é idêntica à de outros estudos. Durante o pico de internamentos na pandemia COVID-19, o número de acidentes no Hospital aumentou, sugerindo que a pandemia e a elevada carga de trabalho associada podem ser uma possível causa. A elevada incidência de acidentes com exposição a fluidos biológicos, em profissionais com menos experiência, pode estar relacionada com a pouca destreza no manuseio de materiais e equipamentos e a elevada atribuição de Incapacidade Temporária Absoluta pode-se atribuir à baixa notificação de acidentes menos graves. Assim, o Serviço de Saúde Ocupacional deverá interceder junto dos Profissionais de Saúde para promover a notificação de acidentes, particularmente os menos graves que são frequentemente desvalorizados, permitindo tomar medidas para minimizar esses eventos. Será importante reforçar medidas preventivas que, considerando as características dos acidentes, poderão ser a utilização de equipamentos ou materiais para mobilização de cargas, utilização de calçado adequado, melhoria das infraestruturas do Hospital, sensibilização para os riscos existentes e, especialmente em acidentes com exposição a fluidos biológicos, formação para melhoria das capacidades técnicas dos profissionais no manuseio de materiais e equipamentos. Não foram identificados preditores para a existência de incapacidade temporária após Acidente de Trabalho, recomendam-se estudos com uma população-alvo maior, maior espaço temporal e, eventualmente, estudos longitudinais para identificar eventuais associações.

Palavras-chave : Lesões músculo-esqueléticas; Agentes biológicos; Acidentes de Trabalho; Avaliação de risco; COVID-19..

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