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Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online

Print version ISSN 2183-8453

Abstract

PADUA, A; GAMA, M; ALVARELHAO, J  and  CONDE, J. PERSISTÊNCIA DE SINTOMAS UM ANO APÓS INFEÇÃO POR SARS-COV-2 EM TRABALHADORES E SEU DESEMPENHO EM ATIVIDADES E PARTICIPAÇÃO EM SITUAÇÕES DE VIDA. RPSO [online]. 2024, vol.17, esub0425. ISSN 2183-8453.  https://doi.org/10.31252/rpso.13.01.2024.

Introdução:

Embora a maioria dos indivíduos recupere após a infeção aguda por SARS-CoV-2, outros podem apresentar sintomas persistentes com potenciais consequências a médio e longo prazo no desempenho de atividades e participação, com eventuais implicações na sua aptidão para o trabalho.

Objetivo:

Analisar a persistência de sintomas aos doze meses após infeção por SARS-CoV-2 e perceção do nível de desempenho em atividades e participação em situações de vida de trabalhadores do setor industrial numa empresa da Região de Aveiro.

Metodologia:

Estudo observacional, desenvolvido num Serviço de Saúde Ocupacional de uma empresa industrial da região de Aveiro, incluindo trabalhadores com teste SARS-COV-2 RT-PCR/TRAg positivo, entre outubro/2020-janeiro/2022. Após sinalização da infeção, a Equipa de Saúde Ocupacional aplicou um questionário recolhendo as variáveis sociodemográficas, uma lista de sintomas comuns durante a fase aguda da infeção por SARS-COV-2 e a funcionalidade percebida avaliada pela versão portuguesa da WHODAS 2.0-PT12 (onde '12 pontos' significa a maior funcionalidade). Aos doze meses, preencheram outra lista de sintomas persistentes após a infeção por SARS-CoV-2 e novamente a WHODAS 2.0-PT12. A análise dos dados incluiu estatística descritiva e regressão logística univariada e multivariada. A condução da análise foi realizada com o software JASP 0,16.3.

Resultados:

Oitenta e cinco trabalhadores encontravam-se infetados com SARS-CoV-2, com idade média de 36,1±9,8anos, 77,7% eram do sexo masculino, 36,7% possuíam escolaridade superior e 17,7% relataram pelo menos uma condição crónica. Aos doze meses, trinta trabalhadores (35,3%) relataram sintomas persistentes, sendo a fadiga (27,7%) e artralgia (14,4%) os mais mencionados. A média da WHODAS 2.0 nos dois momentos de avaliação foi 19,2±8,0 vs 15,7±5,0. Foram encontradas associações significativas entre os itens da WHODAS 2.0 e os sintomas persistentes fadiga, cefaleia, tosse, mialgia, artralgia e doença crónica prévia.

Conclusões:

Os sintomas persistentes doze meses após a infeção aguda por SARS-CoV-2 têm repercussão na autoperceção do desempenho em algumas atividades e participação em situações de vida dos trabalhadores. A equipa de saúde ocupacional deve realizar a vigilância contínua da saúde do trabalhador infetado, avaliando a presença de sintomas persistentes desta infeção e poderá implementar um programa de intervenção individualizado, que minimize o impacto da persistência dos sintomas no seu desempenho laboral, assim como, em atividades e participação em situações de vida.

Keywords : Saúde Ocupacional; Medicina do Trabalho; Enfermagem do Trabalho; SARS-CoV-2; Sintomas; WHODAS 2.0.

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