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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545

Resumo

NUNES, Gonçalo et al. Suporte nutricional no doente oncológico sem via oral: Como selecionar a técnica mais adequada?. GE Port J Gastroenterol [online]. 2020, vol.27, n.3, pp.172-184. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000502981.

Introdução: O cancro digestivo encontra-se entre as principais causas de morbilidade e mortalidade globais. Uma fração significativa de doentes oncológicos não consegue manter a via oral no decurso da doença e desenvolve desnutrição. Os autores pretendem: rever as técnicas endoscópicas, radiológicas e cirúrgicas de suporte nutricional em doentes com cancro; abordar as estratégias de intervenção nutricional tendo em conta a técnica escolhida; estabelecer algoritmos de decisão para definir a melhor abordagem técnica no contexto de neoplasias específicas. Sumário: Revisão narrativa não sistemática, realizada através da pesquisa eletrónica na literatura médica com recurso à PubMed e UpToDate. A impossibilidade de manter a via oral é uma causa major de desnutrição em doentes com neoplasias cervicofaciais, cancro do esófago e tumores que condicionam obstrução do trato de saída gástrico. A alimentação por tubo (tube feeding), as próteses metálicas autoexpansíveis (PMAE) colocadas por via endoscópica e a gastrojejunostomia são as três principais abordagens para suporte nutricional. As sondas nasais estão indicadas para nutrição entérica de curta duração. A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) é a técnica gold-standard sempre que se antecipa a necessidade de nutrição entérica por um período superior a 3-4 semanas, em particular nos doentes com neoplasias cervicofaciais e tumores do esófago com indicação para quimiorradioterapia definitiva. A utilização de um sistema push com gastropexia pode ser equacionada para evitar o risco de metastização no estoma. A gastrostomia radiológica e cirúrgica são alternativas válidas quando a abordagem endoscópica não é possível. A nutrição pós-pilórica está recomendada nos doentes intolerantes à alimentação intragástrica, podendo ser realizada através de sondas nasoentéricas, PEG com extensão jejunal, jejunostomia endoscópica percutânea ou jejunostomia cirúrgica. As PMAE esofágicas e entéricas estão indicadas para paliação, permitindo manter a via oral e melhorar a qualidade de vida. A gastrojejunostomia cirúrgica ou guiada por ecoendoscopia deve ser equacionada perante a falência técnica das próteses entéricas ou alternativamente quando uma sobrevida prolongada é expectável. As estratégias de intervenção nutricional dependem da técnica selecionada. Protocolos institucionais e algoritmos de decisão devem ser desenvolvidos em contexto multidisciplinar para otimizar os cuidados nutricionais prestados ao doente oncológico. Conclusões: Os gastrenterologistas desempenham um papel central no suporte nutricional do doente oncológico com a realização de procedimentos endoscópicos que permitem manter a via oral e/ou entérica. A seleção da técnica mais adequada deve ter em conta a neoplasia subjacente, a estratégia terapêutica, os objetivos nutricionais e a sobrevida esperada.

Palavras-chave : Endoscopia; Nutrição; Cancro; Obstrução gastrointestinal.

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