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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545

Resumo

SOUSA, Susana Marques de et al. Mesotelioma peritoneal maligno como causa rara de queixas dispépticas e ascite: Um desafio diagnóstico. GE Port J Gastroenterol [online]. 2020, vol.27, n.3, pp.197-202. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000503075.

Introdução: O mesotelioma peritoneal maligno (MPM) é uma neoplasia rara das células mesoteliais no peritoneu. O fator de risco mais estabelecido é a exposição aos asbestos, mas as mutações germinativas BAP1 também aumentam a suscetibilidade a esse tumor. O diagnóstico é desafiador, uma vez que as manifestações clínicas são frequentemente inespecíficas. Caso Clínico: Reporta-se o caso de um homem de 53 anos, ex-trabalhador da construção civil, com história de exposição a asbestos. O doente apresentava um quadro de queixas dispépticas com 3 meses de evolução. Para estudo inicial, foram realizadas ecografia abdominal e endoscopia digestiva alta. Na endoscopia foi documentada gastrite crónica por Helicobacter pylori tendo feito tratamento de erradicação, mas sem melhoria sintomática. A ecografia abdominal revelou ascite de pequeno volume com focos hiperecogénicos em suspensão, o que foi posteriormente confirmado em tomografia computorizada, demonstrando a presença de nódulos peritoneais no grande epíplon e mesentério. Uma investigação exaustiva foi conduzida na suspeita de carcinomatose peritoneal, mas não foi encontrado nenhum tumor primário noutra localização. A citologia do líquido ascítico e os estudos imunocitoquímicos foram sugestivos de mesotelioma. O doente foi submetido a uma laparotomia exploradora na qual se documentou doença peritoneal inoperável. A biópsia peritoneal confirmou MPM do tipo epitelióide. Foi iniciado tratamento de quimioterapia com platino em associação com pemetrexed, com boa resposta. Seguimento atual de 38 meses pós-diagnóstico. Discussão/Conclusão: O diagnóstico de MPM é desafiante uma vez que requer um alto grau de suspeição. MPM tem um prognóstico reservado. O tratamento standard recomendado é a cirurgia citorredutora com a quimioterapia intraperitoneal hipertérmica. No entanto, nos doentes inoperáveis, a alternativa é a quimioterapia sistémica com pemetrexed-cisplatina. Dada a raridade da doença, é imperativo integrar estes doentes em ensaios clínicos com o objetivo de padronização do tratamento.

Palavras-chave : Mesotelioma; Neoplasias peritoneais; Dispepsia; Ascite.

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