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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545versão On-line ISSN 2387-1954

Resumo

GOUVEIA, Catarina et al. Transplante de microbiota fecal num doente infetado com microorganismos resistentes. GE Port J Gastroenterol [online]. 2021, vol.28, n.1, pp.56-61.  Epub 03-Nov-2021. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000507263.

Introdução:

Tem havido um crescente interesse no transplante de microbiota fecal (TMF) como forma de manipular a microbiota intestinal, com potencial benefício em doentes infetados com microorganismos resistentes aos antibióticos (MRA).

Caso Clínico:

Apresentamos o caso de um homem de 87 anos de idade com colangite ascendente recorrente por atonia biliar e atraso na drenagem biliar após múltiplas esfincterotomias e duas esfincteroplastias com balão. Neste contexto, o doente foi submetido a uma coledocoduodenostomia, mantendo, no entanto, episódios recorrentes de colangite com elevada frequência (2 semanas), o que motivou hospitalizações múltiplas com necessidade de antibioterapia de largo-espectro, tendo como consequência bacteriémias por MRA. Várias estratégias terapêuticas, como antibioterapia profilática (incluindo rifaximina), pré e probióticos, procinéticos e ácido ursodesoxicólico, foram tentadas sem sucesso. Após discussão multidisciplinar do caso foi proposta a realização de um TMF, como forma de manipular a microbiota intestinal e diminuir as bacteriémias por MRA. Realizámos um TMF por via baixa (colonoscopia) em Setembro de 2018, após o qual o doente teve mais 3 hospitalizações por colangite, com bacteriémia a um microorganismo apenas resistente à amoxicilina e ácido clavulânico. Considerando a aparente mudança no perfil de resistência microbiana, realizamos um segundo TMF em Janeiro de 2019 por via alta (endoscopia), após o qual o doente permaneceu assintomático e sem novos internamentos durante 4 meses. Em Abril de 2019, o doente voltou a ter três episódios de bacteriémia com necessidade de internamento, pelo que repetimos a realização do TMF por via alta. O doente permaneceu sem novos internamentos durante 4 meses. Nenhum dos procedimentos teve complicações.

Discussão e Conclusão:

O TMF parece ser um procedimento seguro e foi eficaz na redução de internamentos hospitalares e na mudança do perfil de resistência dos microorganismos isolados nas hemoculturas.

Palavras-chave : Transplante de microbiota fecal; Bacterias multi-resistentes; Colangite recorrente.

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