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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545versão On-line ISSN 2387-1954

Resumo

SILVA, Ryan Costa et al. Úlcera Gástrica por Strongyloides stercoralis: Uma Causa Rara de Hemorragia Digestiva Alta. GE Port J Gastroenterol [online]. 2021, vol.28, n.4, pp.274-278.  Epub 28-Fev-2022. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000509195.

A estrongiloidíase é uma infecção causada por Strongyloides stercoralis. As manifestações gastrointestinais tipicamente incluem duodenite, enterocolite crónica e má absorção, sendo o envolvimento gástrico muito raro. Neste caso clínico, os autores apresentam um caso de hemorragia digestiva alta causada por uma úlcera gástrica com um diagnóstico etiológico desafiante. Em Portugal no século passado existiram casos autóctones de infecção a S. stercoralis sugerindo zonas endémicas, mas com a actual infraestrutura de saneamento a estrongiloidíase é rara. Homem de 56 anos de idade, caucasiano, fumador, com história de perda ponderal significativa, admitido no Serviço de Urgência por hematemeses e dor abdominal. A endoscopia digestiva alta realizada revelou uma úlcera gástrica gigante com aparência macroscópica sugestiva de malignidade. A investigação subsequente com tomografia computadorizada (TC) destacou a presença de espessamento gástrico e uma lesão pulmonar espiculada no lobo superior direito, sem envolvimento ganglionar ou doença metastática. Foi realizada broncofibroscopia com escovado brônquico tendo o exame histológico identificado carcinoma pavimento celular do pulmão, pelo que o doente foi referenciado para a Pneumologia Oncológica. As biópsias da úlcera gástrica descartaram malignidade e identificaram fragmentos de nemátodes com infiltrados inflamatórios e exsudado fibrino-granulocítico, sugestivo de Strongyloides stercoralis. Consequentemente, foi feito o diagnóstico de estrongiloidíase, confirmado com métodos moleculares e sorologia. Admitiu-se que a úlcera gástrica gigante terá sido causada pela infecção por Strongyloides stercoralis e o doente foi tratado com ivermectina com melhoria da dor epigástrica. Em reavaliação, seis semanas depois, o doente estava assintomático, com ganho ponderal, os exames parasitológicos das fezes estavam negativos e a endoscopia digestiva alta mostrou cicatrização completa da úlcera. Foram realizados exames adicionais para investigação de factores de risco para estrongiloidíase, tendo sido excluídas outras causas de imunossupressão subjacente para além da presença de malignidade. Neste caso clínico, a estrongiloidíase manifestou-se por envolvimento gástrico com hemorragia digestiva alta num doente que foi posteriormente diagnosticado com carcinoma pavimento celular do pulmão.

Palavras-chave : Strongyloides stercoralis; Úlcera gástrica; Hematemeses.

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