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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545versão On-line ISSN 2387-1954

Resumo

BRITO, Mariana et al. Oncologia Digestiva na Era COVID. GE Port J Gastroenterol [online]. 2021, vol.28, n.5, pp.303-310.  Epub 20-Mar-2022. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000514784.

Introdução:

Desde o início da pandemia por COVID-19, desenvolveu-se a preocupação com o possível atraso no diagnóstico/tratamento dos doentes oncológicos. O nosso objetivo foi avaliar o impacto da pandemia no diagnóstico, tratamento e prognóstico dos doentes com cancro digestivo. Métodos: Estudo retrospetivo, incluindo doentes com diagnóstico inaugural de cancro digestivo, discutidos pela primeira vez na reunião semanal de oncologia digestiva (ROD) do nosso hospital, de Março-Agosto 2020 (grupo de estudo) e do período equivalente de 2018 (grupo controlo). Excluídos doentes com diagnóstico prévio de cancro digestivo/discussão prévia na ROD. Colheram-se: dados demográficos, origem da referenciação, estadio tumoral ao diagnóstico, data da primeira discussão na ROD, tratamento e prognóstico. Resultados: Incluídos 235 doentes, 107 no grupo de estudo (65.4% homens, idade média 71.59), 128 no grupo controlo (54.7% homens, idade média 68.16). Número médio de discussões clínicas semanais na ROD foi superior em 2018 (13.65 vs. 10.67, p = 0.040). Sem diferença estatisticamente significativa no número de doentes discutidos pela primeira vez na ROD (diagnóstico inaugural) entre os grupos (p = 0.670). Mais doentes referenciados à ROD do Serviço de Urgência (SU) em 2020, menos a partir do ambulatório/enfermaria (p < 0.001) e mais doentes referenciados após cirurgia urgente em 2020 (p = 0.022). Sem diferença entre os dois grupos no tempo médio de espera desde diagnóstico até a primeira discussão na ROD (p = 0.087). O estadio tumoral do cancro colorretal, gástrico e esofágico não foi significativamente diferente nos dois grupos (p = 0897, p = 0.168 e p = 0.717). Mais doentes apresentaram cancro pancreático em estadio IV no grupo de estudo (p = 0.043). Sem diferença no tempo desde ROD até início de quimioterapia neoadjuvante (p = 0.680) ou cirurgia eletiva (p = 0.198), nem da cirurgia até quimioterapia adjuvante (p = 0.396). Sem diferença na mortalidade aos 30 dias após primeira discussão na ROD nos dois grupos (p = 0.742). Conclusão: Durante a pandemia, o número de discussões clínicas na ROD foi inferior, mas o número de doentes com diagnóstico inaugural de cancro digestivo foi semelhante. No grupo de estudo, mais doentes foram referenciados à ROD do SU e mais após cirurgia urgente, sugerindo maior demora dos doentes para procurar atenção médica. Em 2020, os doentes não foram significativamente afetados pela pandemia relativamente à discussão atempada na ROD, início de tratamento ou mortalidade aos 30 dias, refletindo a manutenção da qualidade do suporte clínico aos doentes com cancro digestivo.

Palavras-chave : Oncologia digestiva; Cancro digestivo; Cancro colorretal; COVID-19; Pandemia.

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