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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545versão On-line ISSN 2387-1954

Resumo

CURRAIS, Pedro et al. O rastreio do cancro colorretal em Portugal deve começar aos 45 anos? Análise de custo-utilidade. GE Port J Gastroenterol [online]. 2021, vol.28, n.5, pp.311-318.  Epub 20-Mar-2022. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000513592.

Introdução e Objetivos:

O cancro colorretal (CCR) é uma das neoplasias mais comuns na Europa. Recentemente, temos observado um aumento da incidência de cancro colorretal (CCR) em indivíduos <50 anos (não abrangidos pelos programas de rastreio), tanto na europa como nos Estados Unidos da América (EUA). Simultaneamente, a taxa de mortalidade (TM) permaneceu estável em doentes <55 anos e diminuiu >55 anos. Baseado nestes dados, a American Cancer Society (ACS) publicou uma recomendação qualificada advogando o início do rastreio aos 45 anos. Avaliar se as alterações na incidência/mortalidade de CCR observadas nos EUA/Europa também ocorrem em Portugal e realizar uma análise de custo-utilidade do início do rastreio de CCR aos 45 anos. Métodos: Ava liamos a incidência de CCR por faixa etária usando dados do Registro Oncológico Nacional (1993-2010) e TM de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (2003-2016). A análise de custo-utilidade foi realizada com uma árvore de decisão sob uma perspetiva social, comparando o teste imunoquímico fecal bienal (FIT) com a realização de uma colonoscopia total aos 45 anos. Resultados: Em Portugal (1993-2010) observou-se um aumento na incidência de CRC de 17% (25/100.000 vs. 30/100.000), 35% (39/100.000 vs. 54/100.000) e 71% (52/100.000 vs. 97/100.000) em doentes com 45-49 anos, 50-54 anos e 55-59 anos, respetivamente. A TM de indivíduos com 45-54 anos permaneceu estável (12/100.000) ao contrário da diminuição moderada em indivíduos com 55-64 (38/100.000 vs. 35/100.000) e uma acentuada redução em 65-75 (93/100.000 vs. 75/100.000). O rastreio de CCR aos 45 anos não teve custo-utilidade na presente incidência (FIT/colonoscopia total). O rastreio com FIT forneceu um RCEI de € 84.304/QALY, enquanto a colonoscopia forneceu um RCEI de € 3.112.244/QALY. Em análise de sensibilidade unilateral, o rastreio com FIT apresentaria custo-utilidade com o custo atual da colonoscopia sob sedação (€ 150) e taxas de aceitação apenas se a incidência subir acima de 47,5/100.000; o rastreio com colonoscopia nesta idade nunca teria custo-utilidade, apesar das mudanças nos custos e/ou taxas de incidência. Conclusão: Em Portugal, a incidência de CCR em doentes com idades entre 45-55 anos tem aumentado (TM estável). Este cenário é semelhante ao descrito nos EUA/restante europa. No entanto, o início do rastreio do CCR aos 45 anos em Portugal apenas terá custo-utilidade se incidência for >47.5/100.000 (vs. 30/100.000).

Palavras-chave : Cancro colorretal; Rastreio oncológico; Análise custo-eficácia; Colonoscopia; Sangue oculto.

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