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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545versão On-line ISSN 2387-1954

Resumo

JOAO, Mafalda et al. Pólipos gástricos hiperplásicos: uma entidade benigna? Análise da recorrência e malignização num estudo de coorte. GE Port J Gastroenterol [online]. 2021, vol.28, n.5, pp.328-335.  Epub 20-Mar-2022. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000514714.

Introdução e objetivos:

Os pólipos hiperplásicos constituem 30-93% das lesões gástricas epiteliais benignas. Apresentam-se frequentemente como achados endoscópicos incidentais inócuos, no entanto, apresentam risco de recorrência e transformação neoplásica. A frequência e fatores associados à recorrência e transformação neoplásica não estão bem estabelecidos e são áreas de interesse crescente. Este estudo pretende avaliar a frequência e identificar fatores associados à recorrência e transformação maligna dos pólipos gástricos hiperplásicos (PGH). Métodos: Estudo de coorte retrospectivo unicêntrico incluindo consecutivamente doentes com PGH submetidos a resseção endoscópica entre janeiro de 2009 e junho de 2020. Efetuada análise das características demográficas, endoscópicas e anatomopatológicas através dos registos clínicos eletrónicos. Sumários dos resultados: Incluídos 195 doentes género feminino: 56%, idade mediana: 67 (35-87) anos. Os pólipos apresentavam tamanho mediano de 10 (3-50) mm, 61.5% (n = 120) eram sésseis, 61% (n = 119) apresentavam localização antral e 36% (n = 71) tinham lesões síncronas. A frequência de recorrência foi 23% (n = 26). Na análise multivariada, apenas a localização no antro se associou significativamente a recorrência odds ratio (OR): 3.0; intervalo de confiança (IC) 95%: 1.1-8.1). Em 5.1% (n = 10) dos casos verificou-se transformação neoplásica, correspondendo a 5 casos de displasia de baixo grau, 4 casos de displasia de alto grau e 1 caso de carcinoma. Na análise multivariada, dimensão superior a 25 mm (OR: 84; IC95%: 7.4-954), presença de metaplasia (OR: 7.6; IC95%: 1.0-55) e displasia (OR: 86; IC95%: 10-741) na mucosa adjacente associaram-se a transformação neoplásica. A recorrência não se associou a transformação neoplásica (OR: 1.1; IC95%: 0.2-5.9). Discussão/Conclusão: Estes resultados corroboraram os riscos de recorrência e transformação neoplásica associados aos PGH. A localização antral foi preditor de recorrência. O risco de transformação neoplásica foi superior em lesões maiores e coexistência de metaplasia e displasia na mucosa adjacente. Poderá justificar-se uma estratégia de vigilância mais frequente nestes subgrupos.

Palavras-chave : Neoplasias gástricas; Epidemiologia; Patologia; Endoscopia; Sistema digestivo.

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