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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

Print version ISSN 2341-4545

Abstract

REVES, Joana Branco et al. Inflammatory Bowel Disease Patients’ Perspectives during COVID-19 Pandemic: Results from a Portuguese Survey. GE Port J Gastroenterol [online]. 2022, vol.29, n.5, pp.41-49.  Epub Jan 02, 2023. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000518945.

Introdução:

Os doentes com doença inflamatória do intestino (DII) não parecem ter um risco aumentado de infeção por SARS-CoV-2, mas existe receio de que a terapêutica imunossupressora possa estar associada a doença mais grave. Durante a pandemia COVID-19 foram publicadas recomendações clínicas para ajudar no seu tratamento, mas poucos estudos avaliaram as perspetivas e receios dos doentes. O presente estudo tem como objetivo avaliar as perspetivas dos doentes portugueses com DII relativamente à gestão da sua doença durante a pandemia e enfatizar a influência da COVID-19 na sua vida laboral.

Métodos:

Um inquérito anónimo eletrónico foi desenvolvido através do REDCap e divulgado pela Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino (APDI) entre maio e agosto de 2020. Foram analisados dados relativos às perspetivas dos doentes sobre a terapêutica imunossupressora, gestão da doença, interação com os serviços de gastrenterologia e impacto da pandemia na vida laboral. As propostas dos doentes para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde também foram avaliadas. Foi realizada uma análise estatística descritiva e regressão logística para avaliar fatores preditores.

Resultados:

Um total de 137 doentes responderam ao inquérito (79.6% do sexo feminino, com idade média de 41.7 ± 12.1 anos). Apesar de a DII e imunossupressão serem considerados fatores promotores de ansiedade, a maioria dos doentes (85.4%) concordou que a manutenção da remissão da doença é uma prioridade e apenas seis doentes interromperam a terapêutica durante a pandemia. Na análise multivariada, a presença de doença ativa, terapêutica com biológico e uso de corticoides nos últimos três meses foram considerados pelos doentes fatores preditores para um maior risco de infeção e maior gravidade da doença. Cinquenta e nove doentes (44%) consideraram que o seu seguimento clínico foi influenciado pela pandemia e apenas 58.8% considerou que teve a oportunidade de discutir as opções terapêuticas com o seu médico. Sessenta e três doentes (46%) estiveram em teletrabalho durante a pandemia, apesar de esta decisão ter estado relacionada com a DII e com a imunossupressão em apenas 36.5% e 39.7% dos casos, respetivamente. Foram identificadas áreas onde os cuidados prestados podem ser melhorados, incluindo, melhoria da comunicação com os especialistas de DII, conciliação da telemedicina com a medicina presencial e facilitação da interação entre doentes e empregadores.

Conclusão:

A maioria dos doentes concordou que a manutenção da remissão clínica é essencial e apenas uma minoria suspendeu a medicação por iniciativa própria. O estado da doença apenas teve uma pequena influência nas alterações laborais dos doentes com DII, tendo a maioria das decisões ocorrido como consequência direta da pandemia.

Keywords : Doença inflamatória do intestino; Doença de Crohn; Colite ulcerosa; COVID-19.

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