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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545

Resumo

REBELO, Carolina Chálim et al. Consumo de álcool pós-transplante hepático: um estudo transversal. GE Port J Gastroenterol [online]. 2023, vol.30, n.5, pp.17-23.  Epub 01-Dez-2023. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000525808.

Introdução:

Incluir doentes com doença hepática asso-ciada ao álcool (DHA) em lista ativa de transplante hep-ático (TH) é desafiante, especialmente pelo risco de recidiva de consumo de álcool pós-TH. O objetivo foi avaliar o consumo de álcool pós-TH num centro de transplantação português.

Métodos:

Realizamos um estudo transver-sal incluindo doentes submetidos a TH em 2019 no Hospital Curry Cabral, Lisboa, Portugal. Foi realizado um questionário previamente testado e uma tradução validada para o português do Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT), através de uma chamada telefónica. O consumo de álcool foi definido pelo autorrelato do doente ou por um AUDIT positivo.

Resultados:

Durante 2019, 122 doentes foram submetidos a TH e 99 responderam ao questionário (junho de 2021). A idade média (SD) foi de 57 (10) anos, 70 doentes (70,7%) eram do sexo masculino e 49 (49,5%) foram submetidos a TH relacionado com DHA. Com uma mediana (IQR) de follow-up de 24 (20-26) meses após o TH-índex, 22 (22,2%) doentes admitiram algum consumo de álcool: 14 beberam mensalmente ou menos e oito beberam 2-4 vezes/mês. Nos dias em que bebiam, 18 consumiam normalmente 1-2 bebidas e os restantes não mais do que 3-4 bebidas. Um doente reportou o consumo de ≥6 bebidas em uma ocasião. Todos os doentes transplantados com consumo alcoólico pós-TH foram considerados de baixo risco (pontuação <8) de acordo com o AUDIT (mediana [IQR] de 1 [1-2]). Nenhum doente reportou problemas relacionados com o álcool, tanto autoinfligido como a terceiros. Os indivíduos transplantados com consumo alcoólico eram mais jovens (53 vs. 59 anos, p = 0,020), o motivo de TH era mais frequentemente não relacionado com DHA (72,7 vs. 44,2%, p = 0,018) e apresentavam mais tabagismo ativo (31,8 vs. 10,4%, p = 0,037) quando comparado com os abstinentes.

Conclusão:

Na nossa coorte, cerca de um quarto dos doentes transplantados hepáticos consumiram álcool no período pós-transplante precoce, todos com um padrão de baixo risco, de acordo com o AUDIT.

Palavras-chave : Alcoolismo; Recaída; Recidiva; Transplante hepático.

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