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GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545

Resumo

GONCALVES, Margarida et al. A segurança das unidades de endoscopia durante a pandemia COVID-19. GE Port J Gastroenterol [online]. 2023, vol.30, suppl.2, pp.4-7.  Epub 01-Fev-2024. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000526125.

Introdução:

A pandemia COVID-19 mudou drasticamente o dia-a-dia de todos os sistemas de saúde a nível mundial e as unidades de endoscopia não foram exceção. Os exames endoscópicos foram considerados exames com alto risco de transmissão pelo que desde cedo se questionou a segurança das unidades de endoscopia e a consequente necessidade de rastreio SARS-CoV-2 pré-endoscopia. O objetivo do estudo foi avaliar a segurança das unidades de endoscopia durante a pandemia por COVID-19 bem como a eficácia/necessidade de rastreio SARS-CoV-2 prévio aos exames endoscópicos.

Material e métodos:

Foi desenvolvido um estudo retrospetivo e unicêntrico, no qual todos os doentes submetidos a exames endoscópicos entre 1 de setembro de 2020 e 28 de fevereiro de 2021 foram incluídos. Como estratégia de rastreio pré endoscopia foram aplicados questionários específicos de sintomas e contactos de risco, ou teste PCR de SARS-CoV-2 (zaragatoa nasal e orofaríngea). Os dados clínicos foram obtidos através do processo clínico do doente e da plataforma Trace COVID-19.

Resultados:

Foram incluídos um total de 2,166 doentes submetidos a exames endoscópicos durante o período de estudo. Os doentes incluídos apresentaram uma média de idades de 61.8 anos e eram maioritariamente do sexo masculino (56.2%, n = 1,218). 3.7% (n = 81) dos doentes já tinha tido infeção por COVID-19 no passado, sendo a mediana da diferença de dias entre a infeção e a data do exame de 74 dias. A maioria dos doentes (70.2%, n = 1,521) foi submetido a rastreio por PCR de SARS-CoV-2 até 72 horas antes do procedimento, sendo os restantes doentes (29.8%, n = 645) submetidos a um questionário de sintomas e contactos de risco realizado até 3 dias antes do procedimento. Dos doentes que realizaram rastreio por PCR de SARS-CoV-2, 21 (1.4%) apresentaram teste positivo, estando todos assintomáticos à data do teste. Aquando da verificação de infeção por SARS-CoV-2 até 14 dias após a realização dos exames endoscópicos apurou-se que apenas 9 doentes (0.42%) testaram positivo para SARS-CoV-2, sendo a mediana da diferença de dias entre a data do exame e o diagnóstico de infeção de 10 dias.

Discussão/Conclusão:

O rastreio pré-endoscopia com teste PCR de SARS-CoV-2 identificou um número reduzido de doentes infetados com COVID-19 e o número de doentes com infeção por COVID-19, nos 14 dias seguintes aos exames endoscópicos, foi muito baixo. Assim, se aplicado o rastreio de sintomas e contactos de risco, usados os equipamentos de proteção individual adequados, o risco de infeção nas unidades de endoscopia torna-se negligenciável.

Palavras-chave : COVID-19; Rastreio de SARS-CoV-2; Endoscopia.

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