SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.30 suppl.2Uso sequencial de plasmaferese de alto volume e técnica continua de substituição da função renal na insuficiência hepática aguda causada pelo vírus da hepatite B - caso clínicoUm caso raro de ileíte eosinofílica e o papel da enteroscopia monitorizada espiral no seu diagnóstico índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


GE-Portuguese Journal of Gastroenterology

versão impressa ISSN 2341-4545

Resumo

SEQUEIRA, Cristiana et al. Lesão Hepática Aguda Grave Devido a Linfohistiocitose Hemofagocítica Secundária: Caso Clínico. GE Port J Gastroenterol [online]. 2023, vol.30, suppl.2, pp.36-42.  Epub 01-Fev-2024. ISSN 2341-4545.  https://doi.org/10.1159/000529549.

A lesão hepática aguda (LHA) grave é desencadeada principalmente por infeções virais e hepatotóxicos; contudo, pode ocorrer em condições com envolvimento sistémico. A linfohistiocitose hemofagocítica (LHH) é uma síndrome inflamatória, rara, imunomediada, potencialmente fatal, que pode afetar múltiplos órgãos. A LHH secundária ocorre em contexto de neoplasias, infeções e doenças autoimunes, podendo raramente ser precipitada pela vacinação. Embora seja frequente o envolvimento hepático na LHH, a apresentação como LHA grave é rara. Os autores descrevem o caso de um homem de 65 anos com história de leucemia linfocítica crónica de baixo risco e artrite reumatóide sob prednisolona de 65 anos, que se apresentou com febre persistente e icterícia uma semana após a primeira dose da vacina COVID-19. O diagnóstico constituiu um desafio dado o envolvimento hepático predominante, caracterizado por hiperbilirrubinemia, transaminases acima de 1000 U/L e INR prolongado, o que condicionou uma extensa investigação e exclusão das causas autoimunes, tóxicas, e virais de doença hepática. A presença de bicitopenia e hiperferritinemia, conjuntamente com o desenvolvimento de falências de órgão e evidência de hemofagocitose na medula óssea sugeriram o diagnóstico de LHH. Após exclusão infeções, agudização da doença reumatológica e progressão da doença hematológica, foi feito o diagnóstico de LHH.O doente foi tratado com etoposido e corticosteróides com sucesso, verificando-se uma melhoria dramática das provas hepáticas. Após a exclusão de outras causas de LHH secundária, a recente vacinação foi assumida como provável fator desencadeante. Relatamos um caso raro de LHH, quer pela apresentação com lesão hepática grave, quer pela vacinação como presumível desencadeante. Neste caso, o envolvimento hepático predominante promoveu a uma investigação extensa da doença hepática, tendo sido necessário um elevado índice de suspeição para um diagnóstico atempado. Os médicos devem considerar o diagnóstico de LHH em doentes com sinais e sintomas de resposta inflamatória sistémica, inexplica dos que se acompanham por disfunção multiorgânica, nomeadamente disfunção hepática grave como apresentação clínica.

Palavras-chave : Linfohistiocitose hemafagocítica; Lesão hepatica aguda; Hepatite.

        · resumo em Inglês     · texto em Inglês     · Inglês ( pdf )