SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.38 suppl.1COVID-19 Barometer: social opinion - what do the portuguese think in this time of COVID-19? author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Share


Portuguese Journal of Public Health

Print version ISSN 2504-3137On-line version ISSN 2504-3145

Abstract

VIEIRA, André et al. Excesso de mortalidade não-COVID-19: sete meses após o primeiro óbito. Port J Public Health [online]. 2020, vol.38, suppl.1, pp.51-57.  Epub Mar 31, 2021. ISSN 2504-3137.  https://doi.org/10.1159/000515656.

Introdução:

Em 16 de março de 2020 foi registado em Portugal o primeiro óbito por COVID-19. Desde então, houve uma reorganização dos serviços de saúde, resultando numa alteração do funcionamento dos serviços de saúde pública. O excesso de óbitos registados sem CO­VID-19 é denominado de Excesso de Mortalidade não-COVID-19 (EM não-COVID-19). O objetivo deste estudo é estimar a EM não-COVID-19 nos primeiros 7 meses após o primeiro óbito por COVID-19 em Portugal.

Métodos:

Dois métodos foram utilizados para estimar a Mortalidade Excessiva neste período: A média histórica diária de óbitos notificados e um modelo Autorregressivo Integrado de Média Móvel (ARIMA) adaptado, considerando os 5 anos anteriores de registos até 16 de outubro. Para este modelo, a partir de 16 de março, os dados foram substituídos pela média histórica diária de mortes dos 5 anos anteriores, simulando um cenário mais aproximado possível caso não existisse pandemia. Apenas mortes devido a causas naturais foram selecionadas. Para a estimativa do EM não-COVID-19, subtraímos as mortes por COVID-19 à mortalidade geral em excesso.

Resultados:

Entre 16 de março de 2020 e 16 de outubro de 2020, houve um excedente de 6 330 mortes por causas naturais, cerca de 12% a mais do que o esperado. Ambos os métodos estimaram um EM não-COVID-19 em torno de 66-67% neste período, com maior relevância em meados de julho e meados de setembro.

Conclusões:

O excesso de mortalidade esteve presente quase todos os dias no período de estudo. O EM-não COVID-19 pareceu ter alguma variação ao longo do tempo, evidenciando que momentos com maior volume se possam dever a alguma inadequação dos serviços de saúde na gestão de outros doentes sem COVID-19 em Portugal. É necessário continuar a cuidar e a monitorar os casos COVID-19, mas também os outros casos não CO­VID-19.

Keywords : Excesso de mortalidade não-COVID-19 · COVID-19 · Epidemiologia · Monitorização em saúde pública · Portugal.

        · abstract in English     · text in English     · English ( pdf )