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Portuguese Journal of Public Health

versão impressa ISSN 2504-3137versão On-line ISSN 2504-3145

Resumo

FARIAS, Rhaisa; COUTO, Isabel; PINGARILHO, Marta  e  FRONTEIRA, Inês. Tuberculose e/ou infeção pelo VIH e fatores sociocomportamentais associados em imigrantes, em Portugal: um estudo transversal descritivo de base comunitária. Port J Public Health [online]. 2021, vol.39, n.3, pp.163-169.  Epub 31-Dez-2021. ISSN 2504-3137.  https://doi.org/10.1159/000521726.

Introdução:

Portugal é um dos países da Europa Ocidental com a maior prevalência de Tuberculose (TB) e Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Estima-se que a prevalência entre os migrantes seja mais elevada do que entre os não migrantes, o que sugere uma maior vulnerabilidade desta população.

Objetivo:

Descrever a distribuição da tuberculose, do VIH e dos fatores sócio-comportamentais associados em imigrantes da área metropolitana de Lisboa que usavam os serviços de uma ONG.

Métodos:

Estudo piloto quantitativo, transversal e descritivo. Foi aplicado um questionário anónimo e estruturado desenvolvido especificamente para o estudo, por funcionários de uma ONG da área metropolitana de Lisboa, Portugal, devidamente formados para o efeito, a uma amostra intencional de 100 imigrantes.

Resultados:

A prevalência de coinfecção extrapulmonar por HIV-TB e infeção por HIV foi de 1,0% (n = 1) e 17,0% (n = 17), respetivamente. Apenas 1% dos imigrantes apresentavam todos os sintomas sugestivos de tuberculose. Não foram identificados casos de tuberculose pulmonar, embora três dos imigrantes tenham sido tratados para a tuberculose pulmonar no passado. Os imigrantes eram jovens, principalmente do sexo feminino e alguns eram transexuais do sexo masculino para o sexo feminino. A maioria era oriunda da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, principalmente do Brasil, e quase metade não havia regularizado a situação migratória. Além disso, quase um quinto estava desempregado (17%), e um sexto realizava trabalho sexual (14%). A maioria dos participantes (71%) nunca ou às vezes usava preservativo nas relações sexuais; somado ao fato de 40,0% revelarem uso de drogas ilícitas e 1% ter relatado ter compartilhado material injetável nos últimos doze meses.

Conclusão:

Estar desempregado, ter baixos rendimentos e baixo nível de educação, consumir drogas ilícitas e consumir regularmente tabaco foram características comuns nos imigrantes estudados que apontam para desvantagens sociais e económicas que podem influenciar o risco de VIH e TB. Por conseguinte, são urgentemente necessárias políticas de rastreio de tuberculose latente e diagnóstico de tuberculose, destinadas principalmente a grupos vulneráveis e populações culturalmente diversas.

Palavras-chave : Imigrantes; Tuberculose; VIH-SIDA; Coinfecção VIHtuberculose; Epidemiologia.

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