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Portuguese Journal of Public Health

versão impressa ISSN 2504-3137versão On-line ISSN 2504-3145

Resumo

AGUIAR, Ana; MAIA, Isabel; PINTO, Marta  e  DUARTE, Raquel. Insegurança alimentar em Portugal durante a pandemia de COVID-19: prevalência e características sociodemográficas associadas. Port J Public Health [online]. 2022, vol.40, n.1, pp.35-42.  Epub 10-Abr-2022. ISSN 2504-3137.  https://doi.org/10.1159/000522319.

Introdução:

A atual pandemia mundial por COVID-19 tem vindo a causar um impacto considerável não apenas na saúde, mas também na economia das sociedades, enfatizando a insegurança alimentar como um importante problema de saúde pública.

Objetivo:

Caracterizar o cenário de insegurança alimentar em Portugal durante a pandemia por COVID-19 e explorar as características sociodemográficas relacionadas.

Metodologia:

Trata-se de um estudo transversal, que utiliza dados de um inquérito online, realizado entre novembro de 2020 a fevereiro de 2021, incluindo 882 residentes em Portugal com idade igual ou superior a 18 anos. Recolheram-se dados sociodemográficos e de situação de segurança alimentar, sendo que esta última foi avaliada por meio da escala “United States Household Food Security Survey Module: Six-Item Short Form.” Foram calculados modelos de regressão logística brutos e ajustados (covariáveis: escolaridade, perceção de rendimento familiar e situação perante o trabalho durante a pandemia de COVID-19). Foram estimados Odds Ratio (OR) e respetivos intervalos de confiança a 95% (IC).

Resultados:

A maioria dos participantes era do sexo feminino (71,3%), com média de idade de 36,8 anos (DP 11,0). A prevalência de insegurança alimentar foi de 6,8%. Indivíduos com menor escolaridade (≤12 anos de estudo; OR 2,966; IC 95% 1,250-7,042), e aqueles que estavam e permaneceram desempregados desde o início da pandemia (OR 2,602; IC 95% 1,004-6,742) apresentaram maior odds de pertencer a um agregado familiar com insegurança alimentar, independentemente da escolaridade, situação perante o trabalho durante a pandemia por COVID-19 e perceção de rendimento familiar. Além disso e, independentemente da escolaridade e da situação perante o trabalho durante a pandemia por COVID-19, foi observado menor odds de pertencer a um agregado familiar com insegurança alimentar, aqueles que relataram perceção de rendimento familiar confortável (OR 0,007; IC 95% 0,001-0,062) comparativamente aqueles que perceberam o seu rendimento familiar como insuficiente.

Conclusões:

Estes resultados destacam os grupos populacionais que estão em maior risco de insegurança alimentar durante a atual pandemia por COVID-19. Estratégias eficazes de saúde pública devem ser desenvolvidas com o objetivo de endereçar a insegurança alimentar durante esta crise, especialmente entre os grupos de maior risco.

Palavras-chave : COVID-19; Insegurança alimentar; Pandemia; Prevalência; Saúde pública; Características sociodemográficas.

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