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Portuguese Journal of Public Health
versão impressa ISSN 2504-3137versão On-line ISSN 2504-3145
Resumo
MORAISA, Liliane; LOPES, António; ROCHA, Jorge e NOGUEIRA, Paulo Jorge. Para além das escalas geográficas de análise habituais: implicações na gestão da saúde e no planeamento urbano. Port J Public Health [online]. 2022, vol.40, n.3, pp.140-154. Epub 31-Dez-2022. ISSN 2504-3137. https://doi.org/10.1159/000527162.
Introdução:
No contexto da emergência climática, os avanços nos Sistemas de Informação Geográfica, a geocodificação e a geomedicina, permitem ir além das escalas convencionais e alinharmo-nos às necessidades das pessoas, melhorando o conhecimento e a precisão do padrão espacial dos resultados de saúde (health outcomes). Este estudo mostra como a escala geográfica de análise afeta a interpretação dos resultados de saúde.
Métodos:
Toda a mortalidade ocorrida em Portugal em 2014-2017 foi geocodificada. De 435.291 endereços, 412.608 foram geocodificados com sucesso. Como exemplo, foram utilizados os padrões espaciais da mortalidade cardiorrespiratória associada ao calor nos idosos.
Resultados:
Foi demonstrado: i) é possível ter elevada qualidade e precisão dos dados espaciais utilizados na análise dos resultados de saúde; ii) como as escalas geográficas revelam diferentes graus de detalhe na análise dos resultados de saúde; iii) a escala do “bairro” revelou padrões de mortalidade cardiorrespiratória diferentes da escala habitualmente disponível (freguesia).
Discussão/Conclusão:
A nossa análise sugere a relevância em geocodificar os resultados de saúde numa escala mais fina para enfrentar os desafios do sector da saúde e apoiar a tomada de decisões do planeamento, coincidindo estritamente com as necessidades dos cidadãos. Sem correr o risco de perder perspetivas potencialmente importantes, é possível obter uma melhor gestão da saúde, com uma alocação dos recursos otimizada. Assim como é possível uma melhor formulação de políticas, detalhada e esclarecida, permitindo maior equidade de saúde climática na promoção das cidades.
Palavras-chave : Saúde pública; Gestão dos cuidados de saúde; Conscientização dos decisores; Escalas geográficas; Mortalidade cardiorrespiratória.