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Portuguese Journal of Public Health

versão impressa ISSN 2504-3137versão On-line ISSN 2504-3145

Resumo

BOUTAHAR, Kaltoum et al. Ansiedade e fatores associados durante o confinamento pandémico por COVID-19 numa população adulta de marroquinos com doença celíaca. Port J Public Health [online]. 2022, vol.40, n.3, pp.163-171.  Epub 31-Dez-2022. ISSN 2504-3137.  https://doi.org/10.1159/000528164.

Introdução:

O confinamento generalizado devido à pandemia de COVID-19 foi instaurado pelas autoridades marroquinas no início de 2020 para preservar a saúde dos cidadãos. O confinamento e a pandemia determinaram efeitos psicológicos na população, incluindo ansiedade. A doença celíaca (CeD), uma doença crónica caracterizada por alterações inflamatórias intestinais, tem sido associada a distúrbios emocionais em adultos. Assim, os pacientes com CeD podem sofrer de ansiedade ou sofrer ainda mais desta condição, como consequência da situação concomitante. O objetivo deste estudo foi avaliar a ansiedade relacionada ao COVID-19 numa amostra de adultos com CeD em comparação com um grupo saudável emparelhado.

Método:

Doentes com CeD (103) e um grupo saudável emparelhado (101) responderam através da internet a um questionário sobre ansiedade relacionada com o confinamento devido à COVID-19. A ansiedade foi avaliada com o State and Trait Anxiety Inventory (teste STAI: y1 para ansiedade-estado e y2 para ansiedade-traço).

Resultados:

A ansiedade-estado esteve presente em 65,3% dos CeD e 41,6% do grupo de comparação e a diferença foi estatisticamente significativa. As mulheres com CeD referem maiores níveis de ansiedade-estado do que seus pares no grupo de comparação (t= 3,23; p = 0,002) e foi encontrada correlação significativa entre boa adesão à DSG e menos ansiedade-estado (r = 0,31; p = 0,002). 61,8% dos participantes com CeD achavam que estavam em maior risco de contaminação por COVID-19, eram principalmente mulheres (χ2 = 7,66, p < 0,006) e apresentaram um score médio de ansiedade-estado significativamente maior do que seus pares que não expressaram esses pensamentos (t = 2,93; p = 0,004). Além disso, 41,5% dos participantes com CeD tinham ansiedade como traço contra 26,7% no grupo de comparação e a diferença entre os dois grupos foi estatisticamente significativa.

Conclusão:

Os resultados desta investigação permitem compreender melhor os efeitos pandémicos relacionados com a saúde em pacientes com doença celíaca. Demonstra que a COVID-19 e o confinamento relacionado tiveram um sério impacto no equilíbrio psicológico desses pacientes, piorando a sua ansiedade. Os resultados destacaram também a necessidade de melhorar o atendimento psicológico dos pacientes com CeD, principalmente considerando o uso da telemedicina durante a actual pandemia para suporte à sua saúde mental.

Palavras-chave : Doença celíaca; COVID-19; Contenção; Ansiedade.

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