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Portuguese Journal of Dermatology and Venereology

versão impressa ISSN 2795-501Xversão On-line ISSN 2795-5001

Resumo

TCHERNEV, Georgi; KANDATHIL, Lorraine Joseph  e  OLIVEIRA, Nikhil. Um olhar sobre fatores de risco de lentigo maligno e nevos displásicos: ênfase na possível relação com sartans, tiazidas e nitrosaminas. Port J Dermatol Venereol. [online]. 2022, vol.80, n.3, pp.235-240.  Epub 24-Out-2022. ISSN 2795-501X.  https://doi.org/10.24875/pjdv.m22000037.

Desde a publicação referente à possível associação entre o uso de sartans e o aparecimento de vários tipos de neoplasias em 2010, de forma prudente o uso de fármacos antihipertensores (sartans e diuréticos tiazidicos) tem estado sobre monitorização por várias entidades científicas e reguladoras do marcado a nível mundial. Nos 12 anos seguintes tem aumentado o número de publicações relacionados com o risco de desenvolver diferentes tipos de cancro, incluindo cancros cutâneos, com o uso de sartans e/ou hidroclorotiazida.

Caso clínico:

Um homem de 77 anos com hipertensão arterial tratado por cerca de 3 anos (2018-2022) com 3 diferentes fármacos contendo sartans e hidroclorotiazida foi observado com lesão pigmentada da hemiface esquerda com 2 anos de evolução e aspetos clínicos e dermatoscópicos de lentigo maligno, confirmado por histopatologia, e 3 lesões sugestivas de nevos displásicos no dorso também confirmados por histopatologia. Dada a possível relação das lesões melanocíticas com os fármacos estes foram suspensos e o resultado cirúrgico e o prognóstico foram favoráveis.

Conclusões:

São alarmantes os dados associando o aparecimento de melanomas ou seus percursores ao uso de hidroclorotiazida, de forma isolada ou em combinação com sartans. A informação adicional das companhias farmacêuticas da presença de nitrosaminas nestas duas classes de fármacos antihipertensores, permite equacionar alguma possível relação entre o ingestão deste potencial carcinogénico e o desensolvimento de neoplasias, o que requer escrutineo exaustivo. A verdadeira extensão da relação sartan/hidroclorotiazide e lentigo maligna é ainda desconhecida mas quando dados apontam nesse sentido, não a devemos desprezar na prática clínica.

Palavras-chave : Melanoma; Lentigo maligno; Terapêutica antihipertensiva; Sartans; Cancro cutâneo; Hidroclorotiazida.

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