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Portuguese Journal of Dermatology and Venereology

versão impressa ISSN 2795-501Xversão On-line ISSN 2795-5001

Resumo

TORRES, Tiago et al. Dermatite atópica: melhorar o acesso dos doentes aos cuidados de saúde em dermatologia. Port J Dermatol Venereol. [online]. 2023, vol.81, n.2, pp.73-81.  Epub 17-Maio-2023. ISSN 2795-501X.  https://doi.org/10.24875/pjdv.23000035.

Introdução e Objetivos:

O presente estudo sobre a dermatite atópica em Portugal tem por objetivos a caracterização das necessidades dos doentes e discutir medidas tendentes a melhorar os cuidados de saúde em Dermatologia, particularmente nos casos de doença moderada a grave.

Métodos:

O estudo foi conduzido em 3 fases: 1) recolha de dados sobre o percurso do doente com dermatite atópica em Portugal e subsequente análise; 2) a avaliação dos dados em entrevistas individuais com especialistas de Dermatologia e um de Pediatria; e finalmente, 3) as conclusões foram discutidas em reuniões de consenso para validar a capacidade assistencial existente em Dermatologia, para identificar lacunas nos cuidados dos doentes com dermatite atópica e para definir estratégias de mitigação.

Results:

Em Portugal, estima-se que a dermatite atópica afete ~ 360,000 doentes, dos quais 70,000 têm a doença moderada a grave. A análise da capacidade assistencial confirmou que o sector privado representa um papel importante no acompanhamento e no tratamento da dermatite atópica. Estima-se que apenas 30% dos doentes depende exclusivamente do Serviço Nacional de Saúde. Porém, os doentes com formas moderadas a graves continuam a utilizar os serviços públicos de saúde para aceder a terapêuticas avançadas. A análise da capacidade assistencial pública em Dermatologia demonstrou lacunas relevantes no sistema de referenciação, cobertura geográfica de centros de especialidade e número de especialistas, bem como elevados tempos de espera para primeiras consultas. Considerando o impacto negativo da doença na qualidade de vida dos doentes, 86% dos doentes com dermatite atópica recorrem ao setor privado para melhor gerir a sua doença.

Conclusões:

Em conclusão, o sector privado poderia complementar as lacunas da capacidade de cuidados públicos de saúde em Dermatologia, algo que é crucial para os doentes com dermatite atópica. Contudo, na prática, isto não é possível pela inexistência de um regime de comparticipação para terapêuticas avançadas para esta doença no sector privado, comprometendo assim o acesso dos doentes a estas terapêuticas. Uma possível estratégia poderia ser o alargamento da prescrição de terapêuticas avançadas ao sector privado, tendo por base um modelo de comparticipação semelhante ao delineado pela Portaria nº48/2016, de 22 de março.

Palavras-chave : Dermatite atópica; Dermatologia; Prestação integrada de cuidados de saúde; equidade Em saúde; Medicamentos essenciais.

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