SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 número177Sistemas eleitorais locais na Europa ocidentalAs eleições presidenciais em sistemas semipresidenciais: participação eleitoral e punição dos governos índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Análise Social

versão impressa ISSN 0003-2573

Anál. Social  n.177 Lisboa out. 2005

 

Eleitoralismo nos municípios portugueses

Linda Gonçalves Veiga* Francisco José Veiga*

 

O presente artigo testa a existência de ciclos político-económicos nos municípios de Portugal continental durante o período de 1979-2001. Os resultados empíricos revelam claramente o comportamento eleitoralista dos autarcas, que, em anos de eleições, aumentam os défices e as despesas municipais, fazendo crescer o emprego municipal. A nível das despesas, os aumentos são mais elevados em rubricas altamente visíveis pelo eleitorado, tais como Viadutos, arruamentos e obras complementares e Viação rural. Na medida em que o eleitoralismo dos autarcas gera ineficiências na alocação dos recursos, consideramos ser benéfica a imposição de regras que limitem a gestão discricionária das finanças locais.

Palavras-chave: Eleições autárquicas, Política económica local, Gestão autárquica, Portugal, Finanças locais, Poder local, Política económica, Autarquias

 

L’électoralisme dans les municipalités portugaises

Cet article analyse l’existence de cycles politico-économiques dans les municipalités du continent portugais au cours de la période 1979-2001. Les résultats empiriques révèlent clairement un comportement électoraliste par les élus locaux qui, les années d’élections, augmentent les déficits et les dépenses municipales, en faisant croître l’emploi municipal. Dans ces dépenses, les plus fortes augmentations apparaissent dans les postes davantage en vue par l’électorat, tels que Viaducs, voirie et travaux complémentaires et Chemins ruraux. Dans la mesure où l’électoralisme des élus génère des inefficiences dans l’allocation des ressources, nous considérons que l’imposition de règles limitant la gestion discrétionnaire des finances locales s’avère bénéfique.

 

Electoralism in Portuguese town and city councils

This article tests for the existence of political and economic cycles in city councils in contintental Portugal from 1979 to 2001. The empirical results clearly show that local government officials behave in an electoralist manner in election years local authorities increase their deficits and add to municipal expenditure, taking on more employees. In terms of expenditure, the highest increases take place under headings which are highly visible to the electorate, such as Viaducts, roads and highways and associated works and Rural transport. To the extent that local government officials’ electoralism produces inefficiencies in terms of resource allocation, we believe there is a good case to be made for the imposition of rules limiting the discretionary management powers of local authority treasury departments.

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

Bibliografia

Alesina, A. (1987), «Macroeconomic policy in a two-party system as a repeated game», in Quarterly Journal of Economics, 102, pp. 651-678.         [ Links ]

Alesina, A., Cohen, G. e Roubini, N. (1997), Political Cycles and the Macroeconomy, Cambridge e Londres, MA, MIT Press.

Alesina, A., e Cukierman, A. (1990), «The politics of ambiguity», in Quarterly Journal of Economics, 105, pp 829-850.

Arellano, M., e Bond, S. (1991), «Some tests of specification for panel data: Monte Carlo evidence and an application to employment equations», in The Review of Economic Studies, 58, pp. 277-297.

Baleiras, R. N., e Costa, J. S. (2004), «To be or not to be in office again: an empirical test of a local political business cycle rationale», in European Journal of Political Economy, 20, pp. 655-671.

Baleiras, R. N., e Santos, V. (2000), «Behavioral and institutional determinants of political business cycles», in Public Choice, 104, pp. 121-147.

Besley, T., e Case, A. (2003), «Political institutions and policy choices: evidence from the United States», in Journal of Economic Literature, XLI (1), pp. 7-73.

Blais, A., e Nadeau, R. (1992), «The electoral budget cycle», Public Choice, 74, pp. 389-403.

Blundell, R., e Bond, S. (1998), «Initial conditions and moment restrictions in dynamic panel data models», in Journal of Econometrics, 87, pp. 115-143.

Bond, S. R. (2002), «Dynamic panel data models: a guide to micro data methods and practice», in Portuguese Economic Journal, 1, pp. 141-162.

Coelho, C. (2004), «Elections and governments' behaviour _ an application to portuguese municipalities», in NIPE — Working Paper, 8/04.

DGAL (1979-1983 e 1986-2002), Finanças Municipais, Lisboa, Direcção-Geral das Autarquias Locais.

Downs, A. (1957), An Economic Theory of Democracy, Nova Iorque, Harper and Row.

Drazen, A. (2000), Political Economy in Macroeconomics, Nova Jérsia, Princeton, Princeton University Press.

Ferejohn, J. A. (1986), «Incumbent performance and electoral control», in Public Choice, 50 (1-3), pp. 5-25.

Galli, E., e Rossi, S. (2002), «Political budget cycles: the case of the Western German Länder», in Public Choice, 110, pp. 283-303.

Harrington, J. Jr. (1993), «Economic policy, economic performance, and elections», in American Economic Review, 83 (1), pp. 27-42.

Hibbs, D. (1977), «Political parties and macroeconomic policy», in The American Political Science Review, 7, pp. 1467-1487.

INE (1970, 1981, 1991), Census, Lisboa, Instituto Nacional de Estatística.

INE (1996-2001), Anuário Estatístico Regional, Lisboa, Instituto Nacional de Estatística.

Key Jr., V. O. (1966), The Responsible Electorate, Cambridge, Harvard University Press.

Marta, J. (2000), Imperfeições e Competição no Processo Político: uma Aplicação aos Governos Locais, dissertação de mestrado em Administração Pública na Universidade do Minho.

Marktest (2004), Sales Índex, Lisboa, Marktest (base de dados em CD-ROM).

MTS (1985-2000), Quadros de Pessoal, Sistema de Informação sobre Salários, Emprego e Duração, Departamento de Estatística, do Trabalho, Emprego e Formação Profissional do Ministério do Trabalho e da Solidariedade.

Nordhaus, W. (1975), «The political business cycle», in Review of Economic Studies, 42, pp. 169-190.

OECD (2004), «Main economic indicators», in DSI, International Statistical Yearbook 2004, Rheinberg, DSI Data Service & Information (base de dados em CD-ROM).

Pettersson-Lidbom, Per (2001), «An empirical investigation of the strategic use of debt», in Journal of Political Economy, 109 (3), pp. 570-583.

Rogoff, K., (1990), «Equilibrium political budget cycles», in American Economic Review, 80, pp. 21-36.

Rogoff, K., e Sibert, A. (1988), «Elections and macroeconomic policy cycles», Review of Economics Studies, 55, pp. 1-16.

Rosenberg, J. (1992), «Rationality and the political business cycle: the case of local government», in Public Choice, 73, pp. 71-81.

Rowley, C. K., e Schneider, F. (eds.) (2004), The Encyclopedia of Public Choice, Dordrecht, The Netherlands, Kluwer Academic Publishers.

Seitz, H. (2000), «Fiscal policy, deficits and politics of subnational governments: the case of the German Laender», in Public Choice, 102, pp. 183-218.

STAPE (2004), Resultados Eleitorais e dos Referendos, Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral, Ministério da Administração Interna (página na internet: http://www.stape.pt/resultref/index_resultref.htm).

Veiga, F. J., e Veiga, L. G. (2004), «Economia, popularidade e intenções de voto em Portugal: uma análise longitudinal com dados agregados», in André freire, Marina Costa Lobo e Pedro Magalhães (eds.), Portugal a votos: As eleições Legislativas de 2002, Lisboa, ICS, pp. 125-157.

Veiga, L. G., e Veiga, F. J. (2004a), «Ciclos político-económicos nos municípios portugueses», in Actas da II Conferência do Banco de Portugal — Desenvolvimento Económico Português no Espaço Europeu, 11 e 12 de Março, Lisboa.

Veiga, F. J., e Veiga, L. G. (2004b), «Popularity functions, partisan effects and support in parliament», in Economics & Politics, 16 (1), pp. 101-115.

Veiga, F. J., e Veiga, L. G. (2004c), «The determinants of vote intentions in Portugal», in Public Choice, 118, pp. 341-364.

Veiga, L. G., e Pinho, M. M. (2005), «The political economy of portuguese intergovernmental Grants», in NIPE — Working Papers, 8/2005.

 

* Universidade do Minho.

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons