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Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia

versão impressa ISSN 0430-5027

Finisterra  no.99 Lisboa jun. 2015

 

NOTA EDITORIAL


 

Nota Editorial

 

Maria João Alcoforado1

1Directora da Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia, do Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa. E-mail: mjalcoforado@campus.ul.pt

 

 

Este número da Finisterra tem grupos diversos de notícias que, ao contrário do habitual, merecem alguns comentários, que escrevo também em nome dos meus colegas da Comissão Executiva da Finisterra.

No primeiro grupo, são feitos breves apanhados da vida científica de dois geógrafos prestigiados, que receberam o prémio internacional de Geografia “Vautrin-Lud”, por muitos considerado o prémio Nobel da Geografia: Michael Batty, em 2013 e Anne Buttimer, em 2014. Tendo participado no júri de atribuição do prémio nos últimos anos, desde 2012 que os laureados são recordados na Finisterra pelo presidente do júri do prémio no respectivo ano. Além do seu prestígio em diversas áreas da Geografia e na comunidade científica em geral, Anne Buttimer e Michael Batty têm colaborado bastante com geógrafos portugueses; a primeira principalmente na União Geográfica Internacional e nos grupos de trabalho sobre o estudo do “género”; o segundo através do CASA (Centre of Advanced Spatial Ana­lysis), a que preside e onde tem recebido vários investigadores portugueses, e na colabo­ração em diversos eventos relacionados com a Modelação e Análise Espacial.

Mas a vida também é feita de momentos tristes e, nos últimos anos, temos visto, com des­gosto, desaparecer Colegas e Amigos, que ainda tinham muito para dar à Geografia. Recebe­mos testemunhos referentes a Fernando Rebelo e António Gama, da Universidade de Coimbra, para publicação neste número da Finisterra. A Directora e a Comissão Executiva associam-se a estas homenagens póstumas e agradecem aos autores os respectivos depoimentos. Pela minha parte, conheci melhor o Professor Doutor Fernando Rebelo, desde que esteve presente no júri do meu Doutoramento e que, pouco depois, me convidou para o primeiro júri de mestrado de que fui arguente (o de Nuno Ganho em climatologia urbana). Foi também ele uma das pessoas que me incentivou várias vezes a pedir as provas de agregação. Durante muitos anos, fomo-nos encontrando em diferentes júris ou concursos em diversas universidades do País. Fui também convidada para ir a Coimbra participar em jornadas científicas, onde era sempre muito calo­rosamente recebida. No último ano, correspondemo-nos bastante, por termos assuntos acadé­micos comuns para resolver. A notícia do seu desaparecimento foi um choque. Margarida Queirós, que foi sua aluna, recorda sempre a excelência das suas aulas de Geografia Física e, numa reunião da Finisterra, falámos com muito apreço do Doutor Rebelo e recordámos a tese de Doutoramento sobre as serras do Valongo, em que abordou a geomorfologia de um ponto de vista muito inovador para a época, sobre o incentivo que deu a muitos jovens e sobre o seu papel nos vários cargos administrativos, descritos à frente, destacando os cargos de Reitor e Vice-Reitor da Universidade de Coimbra. Pessoalmente, conhecia mal o António Gama, mas chegavam-me, de vários quadrantes, universitários ou não, relatos da sua interessante e peculiar personalidade. Margarida Queirós, estudante de Coimbra testemunhou na nossa reu­nião as diversas facetas deste geógrafo que nunca se curvou às exigências da academia, mas que não era por isso menos brilhante, tanto nas aulas, no trabalho de campo e na atenção dada a todos os que privavam com ele, como é apontado nos testemunhos que se seguem.

Por fim, temos duas notícias, a primeira relativa a uma conferência organizada por colegas do IGOT “4th European Conference on Permafrost (EUCOP4)”, em Évora, e a segunda referente ao Seminário “Contribuição à Geografia Brasileira: Encontro de Gerações”, na cidade da Bahia.

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