SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 número99Nota EditorialAnne Buttimer, prémio internacional de geografia “Vautrin Lud” 2014 índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Finisterra - Revista Portuguesa de Geografia

versão impressa ISSN 0430-5027

Finisterra  no.99 Lisboa jun. 2015

 

NOTÍCIA


 

Michael Batty, Prémio Internacional de Geografia “Vautrin Lud” 2013

 

Michael Batty, Prix Vautrin-Lud 2013

 

Benoît Antheaume1

1Director de investigação emérito no institut de recherche pour le Développement. Presidente em 2013 do júri do Prix International de Géographie Vautrin-Lud. E-mail: antheaume@orange.fr

 

 

O prémio internacional Vautrin-Lud foi atribuído em 2013 a Michael (Mike) Batty. É o quinto britânico a recebê-lo, depois de Peter Haggett (1991) Doreen Massey (1998), ron Johnston (1999) e Peter Hall (2001), e efectivamente o nono se a estes juntarmos os britânicos de origem instalados nos estados Unidos.

Se exceptuarmos os cinco anos que M. Batty viveu nos estados Unidos, a sua carreira foi feita no reino Unido, onde agora é Professor de Planeamento, na University College de Londres e Director do Centre for Advanced Spatial Analysis (Casa). Os aspectos que mais o têm interessado dizem respeito não só ao Planeamento e Ordenamento do território no reino Unido, mas também aos sistemas de informação geográfica (sig) e suas aplicações, aos modelos de desenvolvimento regional e urbano, considerados de forma holística e não nas suas componentes parciais, frequentemente difíceis de compatibilizar. Desenvolveu ainda grande actividade no domínio multimédia, nomeadamente em aplicações de realidade virtual e de realidade aumentada.

Batty prosseguiu pesquisas em domínios muito variados, materializadas em mais de 250 textos publicados e em numerosas obras nos domínios científicos da Matemática e da Com­putação, aplicadas à geografia, de que são exemplo: G.I.S spatial analysis and modelling, 2005, Advanced spatial analysis – the CASA book of G.I.S (com P. Longley), 2003, Fractal cities – a geometry of form and function (com P.Longley), 1994, entre outros. Participou em diversos pro­jectos multidisciplinares, relativos à engenharia do ambiente, e conseguiu criar um conjunto variado de modelos de simulação sócio-espaciais, para avaliar tanto as forças como as debili­dades dos vários sistemas de desenvolvimento que têm sido apresentados. Estas actividades multifacetadas podem ser exemplificadas pela direcção científica do Virtual London Project.

Reconhecido pela sua perícia e pelas capacidades metodológicas, Mike Batty é considerado um verdadeiro Homo faber, uma pessoa capaz de conceber instrumentos e usar técnicas de modelação e de análise espacial muito sofisticadas (fractais, multi­causais…) para «fazer falar», ou melhor, revelar o que se esconde por detrás dos big data ou metadados.

A sua notoriedade é reconhecida entre os planeadores e engenheiros, e não só em g eografia, que o honrou com o Prix International de Géographie Vautrin-Lud.

Mike Batty deve ainda ser reconhecido pela sua intensa actividade editorial. É o editor da revista Environment and Planning B-Planning and Design, publicação que, graças à sua habilidade e notoriedade, se pode vangloriar de um aumento extremamente rápido de leito­res, no especializado domínio do Planeamento e do Design urbano.

Os prémios e distinções que Mike Batty já recebeu são inúmeros: foi nomeado Commandeur de l'Empire britannique (2004), Doutor Honoris Causa pela Universidade do estado de nova iorque (2008) e, ainda com maior relevância, foi distinguido, em 1982, como um dos mais jovens membros da Royal Society of Arts. Em 2009, tornou-se membro da Royal Society, um lugar extremamente difícil de conseguir por um geógrafo, já que há apenas cinco nesta sociedade de sábios, nascida no século XVII. Cinco geógrafos em cinco séculos, é portanto um acontecimento centenário digno de nota, tal como uma cheia do tamisa com um período de retorno de um século.

Mike Batty é um líder carismático e um excelente organizador. Qualifica com humor as funções que desenvolve no laboratório inovador “Casa”, fundado pelos seus pares em 1995, como “um excelente lugar para quem aprecia a anarquia”.

Com a atribuição do Prix International de Géographie Vautrin-Lud a Michael Batty, não só foi distinguido um geógrafo excepcional, como um grande mestre do understatement e um dos mais sólidos pilares do humor britânico!

 

Hormis cinq années passées aux Etats-Unis, Mike Batty a conduit toute sa carrière au Royaume-Uni où il est actuellement Professeur en Planification à l'University College de Londres et Directeur du Centre for Advanced Spatial Analysis (CASA). Ses principaux cen­tres d'intérêt concernent non seulement la planification au Royaume-Uni, mais également les Systèmes d'Information Géographique (SIG) et leurs applications, la modélisation mise au service d'un développement régional et urbain, considéré de manière holistique, et non pas parcellisé en autant de composantes, souvent difficiles à accorder. Il a également développé une forte activité dans le domaine du multi média.

Mike Batty a déployé une activité de recherche considérable, matérialisée par plus de 250 articles de spécialité publiés et par de nombreux ouvrages édités dans le domaine de l'emploi des mathématiques et de l'informatique en géographie: G.I.S spatial analysis and modelling 2005, Advanced spatial analysis – the CASA book of G.I.S (en coll. avec P.Longley), 2003, Fractal cities – a geometry of form and function (en coll. avec P.Longley), 1994, etc. Il s'est engagé dans de nombreux projets multi-disciplinaires ayant trait à l'ingénierie environnementale et a su déployer un spectre remarquable de modèles socio­-spatiaux de simulation pour évaluer les forces et a contrario aussi les faiblesses des diffé­rents schémas proposés de développement. Cette activité protéiforme a ainsi été illustrée par la direction scientifique du Virtual London Project. Reconnu pour son savoir-faire et son habileté méthodologique, Mike Batty est souvent perçu comme un véritable Homo faber, comme un homme susceptible de fabriquer des outils et d'user de techniques très sophis­tiquées de modélisation en analyse spatiale (fractales, modèles multi-agents) pour «faire parler» ou pour révéler au mieux ce qui se cache derrière les big data, ou les méta-données en français. Du coup, sa notoriété est aussi fortement établie dans les milieux de la planifi­cation et de l'ingénierie que dans ceux de la géographie, une discipline qui l'a reconnu et honoré à travers le Prix International de Géographie Vautrin-Lud.

Mike Batty peut également se prévaloir d'une intense activité éditoriale. Il est rédacteur en chef de la revue Environment and Planning B-Planning and Design, revue qui peut se tar­guer, grâce à son entregent et à sa notoriété, d'un accroissement sans pareil de son lectorat, le plus rapide qui soit dans le domaine spécialisé de la planification urbaine et du design.

On ne compte plus le nombre de prix et de distinctions qui ont été décernés à Mike Batty depuis longtemps: doctorat honoris causa de l'Université de l'Etat de New York (2008), nomination comme CBE, Commandeur de l'Empire britannique (2004). Plus remarquable encore, Mike Batty a été l'un des plus jeunes membres de la Royal Society of Arts à la date de sa nomination en 1982. En 2009, Mike Batty est devenu membre de la Royal Society. Il s'agit là d'une position exceptionnellement difficile à occuper pour un géographe, puisqu'on ne compte que cinq représentants de cette discipline, depuis la création de cette société savante qui remonte au XVIIème siècle. Cinq géographes en cinq siècles, c'est une occurrence centennale qui mérite un débordement d'éloges, digne d'un débordement des eaux que géné­rerait une crue du siècle sur la Tamise !

Mike Batty est un leader charismatique et un excellent organisateur. Au sein du CASA, ce laboratoire innovant fondé par ses soins en 1995 «dans -verbatim- une institution pas toujours encline au changement», il qualifie avec drôlerie la fonction qu'il occupe «d'excellente position, à condition d'aimer l'anarchie». Avec Michael Batty, le jury du prix International de Géographie Vautrin-Lud a non seulement couronné un géographe excep­tionnel mais également un grand maître de l'understatement et l'un des plus solides piliers de l'humour britannique!

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons