SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.22 número1Firsthand learning through intent participationAvaliação de programas de intervenção precoce índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Análise Psicológica

versão impressa ISSN 0870-8231

Aná. Psicológica v.22 n.1 Lisboa mar. 2004

 

O que é ser criança?

Da genética ao comportamento (*)

 

JOÃO GOMES-PEDRO (**)

 

 

RESUMO

Cada gene só se pode exprimir em função do modo como cada fase ambiental da evolução humana modela a força potencial da natureza. A expressão genómica com todas as suas influências é, de facto, condicionada pelas sucessivas interacções entre o que é potencial e o que são os sucessivos ambientes que constituem o envelope do biológico, desde o núcleo ao citoplasma, desde a célula ao tecido, desde o órgão ao corpo total, desde o corpo à relação com o outro mais significativo nos primeiros tempos de vida e que é a mãe, até às outras todas relações sociais com os outros mais ou menos preferenciais que a família e a sociedade vão proporcionando, nas sucessivas etapas do ciclo da vida.

O mito determinista que tanto nos legou em termos de significado nas primeiras relações, cruza-se com as outras realidades influenciais através das quais sabemos que nunca nada está perdido em função da extraordinária capacidade de adaptação humana em todos as fases potenciais da vida.

O modelo etológico ter-nos-á influenciado a pensar em termos de sobrevivência quando caracteriza a evolução em termos de competência de espécies na mira de garantir aquela mesma sobrevivência.

Porém, a caracterização da espécie humana vai no sentido de uma evolução complexa destinada a garantir competências susceptíveis de condicionar capacidades decisivas como são as de constituir família e de cooperar em grupos sociais com objectivos comuns, cada vez mais complexos.

Ser Criança significa o destino de vida feita relação e afecto.

Palavras-chave: Genética e comportamento, desenvolvimento precoce, necessidades irredutíveis da criança.

 

 

ABSTRACT

Each gene can only express itself according to the way in which each environmental phase of human evolution configures the potential force of nature. Genomic expression and its influences is conditioned by the successive interactions between what is potential and the successive environments that constitute the biological envelope, from the nucleus to the cytoplasm, from the cell to the tissue, from the organ to the total body, from the body to the relationship with the meaningful other during the first years of life, which is the mother, and all the other social relationships with members of the family and society, in the several stages of the life cycle.

The determinist myth that left us so much in terms of the meaning of the first relationships intersects with the other influential realities which show that nothing is ever lost, due to the extraordinary human capacity for adaptation in all the potential phases of life.

The ethological model has influenced us to think in terms of survival by characterising evolution as species' competences to guarantee survival.

However, the characterisation of the human species is based on the idea of a complex evolution, aimed at guaranteeing the competences and skills needed to create families and cooperate in social groups with common goals, which are more and more complex.

Key words: Genetics and behavior, infant's development, children's irreducible needs.

 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

 

REFERÊNCIAS

Brazelton, T. B., & Greenspan, S. (2000). The Irreducible Needs of Children. Cambridge, MA: Persus Publishing.         [ Links ]

Bronfenbrenner, U., & Morris, P. A. (1998). The ecology of developmental processes. In R. M. Lerner (Ed.), Handbook of Child Psychology: Theoretical Models of Human Development (5th ed., vol. 1, pp. 993-1028). New York: Wiley.         [ Links ]

Gomes-Pedro, J. (2001). My Baby XXI. Boston: Brunner-Routledge.         [ Links ]

Karr-Morse, R., & Wiley, M. S. (1997). Ghosts from the Nursery. Training the roots of violence. New York: The Atlantic Monthly Press.         [ Links ]

Perry, B. Neurodevelopment and the Neurophysiology of Trauma: Conceptual Consideration for Clinical Work with Maltreated Children. The Advisor, 6 (1).         [ Links ]

Rutter, M., Dunn, J., Plomin, R., & Simonoff, E. (1997). Integrating nature and nurture: Implications of Person-environment correlations and interactions for developmental psychopathology. Development & Psychopathology, 9 (2), 335-364.         [ Links ]

Winchester, A. M. (1972). Genetics. Boston: Houghton Mifflin.         [ Links ]

 

 

(*) Nota da Redacção: Este artigo foi originalmente publicado em Novos Desafios à Bioética, Porto Editora, 2001. Reeditamo-lo, neste número especial de Análise Psicológica, com as devidas autorizações do autor e da respectiva editora.

(**) Faculdade de Medicina Universidade de Lisboa. Hospital de Santa Maria, Lisboa.

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons