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Revista de Ciências Agrárias

versão impressa ISSN 0871-018X

Rev. de Ciências Agrárias v.33 n.2 Lisboa dez. 2010

 

In Memoriam

 

Virgílio Gomes Azevedo Pereira (1954-2010)

No passado dia 24 de Janeiro do corrente ano, faleceu o Engenheiro Agrónomo Virgílio Gomes Azevedo Pereira, sócio da SCAP e dirigente desta sociedade, como membro do Conselho Fiscal, no biénio de 2005 a 2007.

Nasceu em Lisboa a 2 de Fevereiro de 1954 e formou-se no Instituto Superior de Agronomia em 1982.

O seu relatório final de curso, após estágio realizado no Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro, em Oeiras, versou o tema “Estudo da influência de fontes de azoto na proliferação dos tecidos em cultura in vitro de Coffea arabica L.”.  

No decorrer da sua vida profissional distinguiu-se em várias áreas, desenvolvendo actividade tanto no sector privado como na administração pública, nomeadamente em actividades de âmbito fitossanitário.

Montou e foi responsável pelo serviço de expurgos, desinfestação, desinfecção e deservagens em diversas instalações, como fábricas, solos, armazéns, hospitais e terminais petrolíferos.

Frequentou vários cursos de formação, efectuou missões ao estrangeiro e elaborou numerosos documentos de divulgação técnica.

Na função pública, exerceu funções na Direcção Regional de Agricultura, da Região Autónoma da Madeira tendo sido transferido, em 1994, do quadro da Secretaria Regional de Agricultura, Florestas e Pescas da Região Autónoma da Madeira para a Secretaria-geral do Ministério da Agricultura (Lisboa), sendo colocado na Direcção de Serviços de Relações Internacionais.

Representou o Ministério da Agricultura nas reuniões realizadas no Ministério dos Negócios Estrangeiros para a transposição de diplomas comunitários para a lei interna, no âmbito do mercado interno, tendo efectuado a revisão do sector agrário na publicação editada pelos Ministérios da Agricultura, da Indústria, da Energia, do Comércio e do Turismo “O mercado interno e a circulação de mercadorias, informações para os agentes económicos”.

Como Técnico Superior Principal na Direcção Geral de Agricultura e do Desenvolvimento Rural, participou na coordenação das legislações nacional e comunitária de âmbito fitossanitário.

Acompanhou, a nível nacional, as prospecções para as quais Portugal é reconhecido como zona protegida para determinados organismos prejudiciais, elaborando os respectivos relatórios destinados a serem apreciados pela Comissão Europeia.

Implementou a nível nacional os Postos de Inspecção Fitossanitários Fronteiriços (PIFF), sendo responsável pelo seu funcionamento, equipamento e formação dos Inspectores.

Na colaboração que manteve com a SCAP ressalta ainda a apresentação, na sua sede, de duas conferências, uma a 16 de Janeiro de 2003 versando Uma perspectiva da inspecção fitossanitária em Portugal e outra a 14 de Março de 2006 sobre A doença da flavescência dourada da vinha.

O Engenheiro Virgílio Azevedo Pereira era uma pessoa dotada de espírito de organização e afável nas relações humanas, pelo que deixa saudades a quantos tiveram o ensejo de com ele conviver.

A Direcção da SCAP

 

 

José Vicente Jesus de Carvalho Cardoso (1923-2010)

No passado dia 26 de Maio deixou de estar entre nós o Doutor Engenheiro J.V. Carvalho Cardoso. Nasceu em Portalegre em 1923 e, após os estudos primários e secundários, ingressou no Instituto Superior de Agronomia (UTL) onde concluiu o Curso de Engenheiro Agrónomo com a classificação de 16 valores, a nota mais alta do seu curso (1940-1945), tendo sido logo convidado para fazer parte da equipa do Departamento de Solos da Estação Agronómica Nacional (EAN) onde decorreu quase toda a sua actividade científica.

Obteve nos Estados Unidos da América o grau de Doutor em Agronomia (Ph D) pela Universidade de Iowa e foi distinguido como membro das Sociedades Honoríficas Phi Kappa Phi, Sigma Gama Delta e Sigma Xi pelos trabalhos científicos desenvolvidos naquele País.

Considerado um dos melhores especialistas portugueses de Pedologia, dirigiu durante duas décadas a elaboração da Carta de Solos de Portugal e de algumas Cartas Interpretativas e orientou estudos de solos em quase todos os ex- territórios ultramarinos, desde Cabo Verde a Timor. Manuais de Cartografia de Solos e de Capacidade de Uso do Solo foram eleborados sob sua orientação. Representou o País nos Comités que elaboraram a Carta de Solos do Mundo e a Carta de Solos da Europa.

Em 2003 foi convidado para fazer parte da equipa da Sociedade Portuguesa de Ciência do Solo e foi Presidente da Sociedade de Ciências Agronómicas de Portugal que nessa altura se transformou na Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal, sendo-lhe concedido o título de Sócio Honorário.

Publicou mais de duas centenas de trabalhos científicos, participou em inúmeros Congressos e Conferências Internacionais realizados nos cinco continentes e fez parte, durante 18 anos, do Corpo Editorial de uma das mais reputadas revistas internacionais de Ciência de Solo – Geoderma, publicada na Holanda.

Após provas públicas foi nomeado Investigador Coordenador do INIA, tendo sido Director da Estação Agronómica Nacional (EAN) de 1979 a 1987. No período em que dirigiu os destinos desta Instituição, que já vinha de há longa data enfrentando dificuldades de vária ordem, nomeadamente financeiras, desenvolveu várias iniciativas que projectaram a imagem da Instituição para o exterior, nomeadamente os Dias Abertos por Departamento com sessões públicas, as comemorações dos 50 anos da EAN (1986), com várias sessões em que intervieram durante vários dias oradores estrangeiros, comemorações essas que culminaram com uma sessão de encerramento presidida pelo Presidente da República.

Dedicou também parte da sua vida à actividade política. Chegou a ser membro da Câmara Corporativa do Governo do Prof. Marcelo Caetano, na Comissão de Economia e Finanças. Desempenhou funções de membro do Governo (Secretário de Estado de Fomento Agrário, de 1980-1981 e Secretário de Estado de Produção Agrícola de 1981-1983). Foi Deputado à Assembleia da República de Maio 1976 a Junho 1986, tendo pertencido às Comissões Parlamentares de Agricultura e Pescas (à qual presidiu durante dois anos) e de Economia Finanças e Plano. Foi ainda Deputado ao Parlamento Europeu de 1987-1993 e Presidente do Agrupamento Europeu de Interesse Económico Eurokenaf de 1992 – 1999.

Fez também parte da Comissão Parlamentar Mista da Delegação do Parlamento Europeu para as relações com a América do Sul, do Grupo STOA (Scientific and Technical Options Assessement), do Grupo Interparlamentar para o Desenvolvimento das Florestas, do Inter-Grupo para Timor-Leste e do Grupo de Contacto PPE para as relações com América Latina.

Como entusiasta do Movimento Cooperativo Agrícola foi dirigente de várias cooperativas dos sectores dos vinhos, das frutas e do crédito. Neste último sector assumiu a Presidência da Federação Nacional das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo

(FENACAM) e foi Presidente da Assembleia Geral da CONFAGRI (Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal), além de várias outras cooperativas.

Como empresário fez questão de sensibilizar os homens de negócios para a responsabilidade social das empresas.

Foi uma figura marcante da Engenharia Agronómica que deverá ser exemplo para futuros agrónomos, tendo honrado a classe a que pertenceu e servido o País que foi sua Pátria.

Bem-haja Doutor Carvalho Cardoso, que Deus o tenha em Paz.

Óscar Amaro de Sequeira

Augusto Félix Francisco Rodrigues

Engenheiros Agrónomos

 

 

MANUEL JOSÉ RUIVO FIGUEIREDO

No passado dia seis de Dezembro faleceu o nosso colega e amigo Engenheiro Agrónomo Manuel José Ruivo Figueiredo, membro da actual Mesa da Assembleia-Geral e que fez parte, também, da anterior Direcção da SCAP.

Este ilustre Agrónomo, especialista em Horticultura, pertenceu aos Órgãos Directivos do Ministério da Agricultura, tendo sido o primeiro Director Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste. A sua forte intervenção cívica levou-o, entre outras acções, a ser fundador e Presidente da Associação Portuguesa de Horticultura, tendo pertencido, ainda, a várias confrarias ligadas ao sector.O Engenheiro Manuel Figueiredo, pessoa de trato muito afável, deixa grandes saudades em todos aqueles que tiveram oportunidade de com ele privar.

À família apresentamos as nossas sentidas condolências.

A Direcção da SCAP

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