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Revista de Ciências Agrárias

Print version ISSN 0871-018X

Rev. de Ciências Agrárias vol.43 no.spe2 Lisboa Dec. 2020  Epub Dec 01, 2020

https://doi.org/10.19084/rca.19648 

Artigo

A produção e comercialização de noz em Portugal e no contexto mundial

Walnut production and trade in Portugal and in the world context

Celestino Morais de Almeida1  2 

1 UID QRural, Instituto Politécnico de Castelo Branco - Escola Superior Agrária, Quinta da Senhora de Mércules 6001-909 Castelo Branco, Portugal

2 CERNAS, Research Center for Natural Resources, Environment and Society, Quinta da Sra. de Mércules, 6001-909 Castelo Branco, Portugal


Resumo

A cultura da nogueira (Juglans regia L.) para exploração do fruto tem sido, recentemente em Portugal, alvo dos interesses de vários empresários agrícolas. Cremos que este fenómeno ocorre pelo reconhecimento dos interesses de mercado. Estes, por sua vez, estão essencialmente associados às características organoléticas da noz, a qual, enquanto elemento da dieta alimentar humana, tem vindo a ser alvo de reconhecimento crescente nos últimos anos, tanto por força do aumento da capacidade de análise dos constituintes do fruto como pelo conhecimento dos efeitos que estes podem exercer na saúde. Neste contexto, contribui ainda a favor da cultura da nogueira a grande diversidade de utilização dos seus produtos, além da alimentação humana, designadamente na indústria farmacêutica, no fabrico de corantes, de licores e ainda na indústria da madeira e seus transformados. O presente estudo desenvolve-se em torno da análise dos dados oficialmente disponíveis, no sentido de elaborar um quadro informativo dos principais elementos caracterizadores dos aspetos produtivos e comerciais da nogueira/noz, no panorama mundial e nacional, identificando-se tendências e tentando contribuir para a definição da tipologia dos tipos de empresários agrícolas envolvidos na cultura da nogueira/noz.

Palavras-chave: comercialização da noz; produção de noz

Abstract

The growth of walnut trees (Juglans regia L.) for fruit production has been, lately in Portugal, an interesting opportunity for several agricultural entrepreneurs. We think that this phenomenon occurs mainly due to the awareness of market tendencies. These are, in turn, essentially associated with the walnuts´ organoleptic characteristics, which, as a component of the human diet, has been highly recognized in recent years, both due to the increase in the analysis capacity of the walnuts´ components, as well as the knowledge of the effects they can have on consumer’s health. Under this perspective, the great diversity of uses of its products contributes to the culture increasing, since in addition to human food, it is also used in the pharmaceutical industry, in the manufacture of dyes, liquors and even in the processed wood industry. The present study involves an analysis of the officially available data, in order to develop information related to the main elements that characterize the productive and commercial aspects of the walnut, in the world and national panorama, identifying trends and trying to contribute to understand de market flows.

Keywords: walnut marketing; walnut production

INTRODUÇÃO

Muito devido ao crescente reconhecimento do valor alimentar da noz, bem como às condições favoráveis do sistema agrogeológico nacional, a cultura da nogueira (Juglans regia L.) para exploração do fruto tem vindo a expandir-se de forma bastante significativa no nosso país.

Em termos económicos, a cultura da nogueira deve ser entendida segundo duas dimensões: a primeira, em que a cultura é explorada de forma intensiva e especializada, em pomares instalados de forma estreme e conduzidos especificamente com objetivos de produção bem definidos, e a segunda, em que a cultura é efetuada em menor escala, em pequenas áreas e fraca intensidade de afetação recursos, encarando a cultura da nogueira como uma cultura marginal, ou de complemento a outras culturas nas explorações agrícolas. Não obstante as diferenças de escala, tanto num caso como noutro, a produção de noz alimenta um mercado próprio, dentro dos países produtores e entre estes e os países consumidores, com características peculiares e onde se podem identificar algumas tendências que são o objetivo deste estudo.

PRODUÇÃO MUNDIAL E PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES

A capacidade produtiva mundial de noz caracteriza-se essencialmente por dois grandes elementos representativos: por um lado a China, o maior produtor mundial, cuja maior parte da produção é destinada ao consumo interno, mas apresentando um nível de exportações que tem vindo a aumentar nos últimos anos, e por outro lado, a oferta do mercado mundial concentrada nos Estados Unidos. Em termos globais, e muito pela expressão destes dois países, a produção mundial de miolo de noz registou um aumento sistemático nos últimos anos, como se constata na Figura 1. A ter-se mantido, previsivelmente a tendência para subir, com aumento de 37% em termos médios na última década, os valores atuais já andarão acima das 900 mil toneladas e brevemente se atingirá o milhão de toneladas.

Figura 1 Evolução da produção total mundial (t/ano) de miolo de noz (INC, 2019). 

O grupo dos países principais produtores é liderado pela China, seguindo-se-lhe os Estados Unidos da Améria e o Chile, representado no seu conjunto mais de 2/3 da produção mundial. Na Figura 2 ilustra-se a distribuição da produção média de miolo de noz por país, ocorrida no ano de 2018, segundo dados apresentados pelo International Nut and Dried Fruit Foundation Council.

Figura 2 Distribuição da produção (t) média estimada nos principais países produtores de noz em 2018 (INC, 2019). 

Acompanhando a tendência de aumento da produção, o consumo de noz tem vindo a registar igualmente uma tendência de crescimento, tanto em valores absolutos, como em valores relativos ao consumo per capita, passando, segundo dados do INC (2018), dos 80 g/ano em 2013 para os 140 g/ano em 2017. Estamos perante numa tendência que conduziu ao aumento de quase 50% nos últimos 5 anos. Pensa-se que esta tendência decorre do reconhecimento do valor nutritivo da semente de noz, assim como das novas utilizações: incorporação em produtos alimentares transformados, e em produtos de saúde e beleza.

No que refere ao consumo de noz, os países principais consumidores são os EUA, Irão França e Japão (Figura 3). De salientar que não há uma relação perfeita entre capacidade de produção e a força do consumo, facto que torna o mercado da noz um mercado aliciante. Os EUA, o Chile, o Irão e a Ucrânia são os países que neste momento atingem níveis de produção superiores aos do consumo, assumindo-se assim como exportadores líquidos de noz. Em contrapartida, China, França, Japão e Alemanha afiguram-se como potenciais importadores.

Figura 3 Distribuição percentual do consumo mundial de noz em 2017 (INC, 2018). 

Neste contexto, a quantidade de noz que é alvo de exportação apresenta uma tendência crescente, tendo, em 2017, atingido um valor de cerca de ¼ do valor da produção, com a exportação de 238 040 toneladas. Esta tendência traduziu-se num aumento de 110% em termos médios desde 2007 (Figura 4). Assim, e considerando que as áreas de produção registaram um aumento nos últimos anos, considera-se que a tendência de crescimento do mercado irá prevalecer.

Figura 4 Evolução das exportações mundiais (t/ano) de miolo de noz (INC, 2018). 

Os dados disponibilizados pelo International Nut and Dried Fruit Foundation Council mostram que as exportações em 2017 foram essencialmente dominadas pelos EUA, Ucrânia, Chile e Moldávia, totalizando, no seu conjunto, mais de 2/3 do volume das exportações mundiais (Figura 5).

Figura 5 Distribuição por país das exportações (t) de miolo de noz em 2017, (INC, 2018). 

A CULTURA DA NOGUEIRA EM PORTUGAL

De entre os frutos secos de árvore produzidos em Portugal, a nogueira/noz ocupa o terceiro lugar, sendo o castanheiro a espécie mais representativa seguido da amendoeira. A expressão do nogueiral ronda cerca de 5% da área plantada com árvores de frutos secos (frutos de casca rija) com 3 612 hectares registados em 2018 (Figura 6). No entanto, convém reter que área de plantação tem vindo a aumentar significativamente nos últimos anos, mas não é claro se os dados publicados já refletem os investimentos mais recentes, como é o caso dos que se têm verificado no Alentejo e na Beira Interior. Neste âmbito, um fenómeno nos parece claro, a atratividade do nosso país. A aposta de capital estrangeiro é, normalmente, justificada com base nas condições de clima e disponibilidade de solo e água. Trata-se, neste caso, de investidores que além da disponibilidade capital, trabalham com grande capacidade, rigor técnico e com postura de mercado.

Figura 6 Evolução da área (ha) de exploração de nogueira para produção de noz em Portugal (Fontes: INE, 2009; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016; 2017; 2018). 

A produção de noz em Portugal ocorre essencialmente no território continental, sendo residual ou sem expressão comercial a produção nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Em termos globais a produção de noz em Portugal tem rondado as quatro mil toneladas, parecendo haver uma tendência crescente nos últimos anos (Figura 7). As perspetivas para 2019, que nos foram transmitidas pelos produtores entrevistados no âmbito deste estudo, são animadoras tendo como base as das condições climatéricas registadas, mas também porque há pomares jovens que, em cada ano que passa, vão ganhando espaço no cenário da produção nacional. Isto é, a evolução da área plantada, com principal incidência no Alentejo e Beira Interior, começa a ter expressão nos valores da produção nacional. As regiões Norte e Alentejo apresentam-se como sendo as principais regiões produtoras deste fruto.

Figura 7 Evolução da quantidade de noz produzida em Portugal (t/ano) (Fontes: INE, 2009; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016; 2017; 2018). 

ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO, MERCADOS E CIRCUITOS DE COMERCIALIZAÇÃO DE NOZ

Como aludimos nos parágrafos anteriores, a produção de noz em Portugal ocorre basicamente apoiada em pequenas explorações, salvo algumas exceções no Norte e no Alentejo, onde se encontram alguns pomares que são explorados de forma tecnologicamente mais evoluída. No que respeita ao escoamento do produto, este ocorre principalmente de forma individualizada, por ação direta dos produtores. Há, contudo, alguns casos em que a comercialização é feita com base em parcerias estabelecidas com unidades de transformação e/ou no âmbito da participação em organizações de produtores.

A noz é normalmente comercializada com casca, em sacos de ráfia, com quantidades diversas e selecionadas por calibre (classes de calibre frequentemente praticadas: 34+, 32/34, 30/32, 30/28). O período de comercialização ocorre essencialmente de outubro a fevereiro do ano seguinte. Em Portugal existem três mercados principais que servem de referência para a formação informal do preço da noz: Lisboa, Porto e Bragança.

Sem quaisquer referências aos calibres, as Estatísticas Agrícolas editadas pelo INE permitem-nos determinar a existência de uma tendência que centra, em cerca de pouco mais de 3 euros, os preços anuais da noz pagos ao agricultor (Figura 8). Com base na informação empírica recolhida, arriscamos a formular a ideia de que valores entre os 3 e os 4 euros/kg de noz com casca parecem constituir um cenário favorável e que tornará sustentável manutenção da cultura.

Figura 8 Evolução dos preços anuais pagos ao produtor em Portugal - noz com casca (€/Kg) (Fontes: INE, 2009; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016; 2017; 2018). 

As vendas ocorrem essencialmente para o mercado nacional, pois os mercados estrangeiros impõem muitas exigências. A estratégia de mercado parece, então, assentar na colocação duma parte da produção no mercado de proximidade e de vínculos tradicionais, tentando resistir à colocação massiva em grandes compradores, como é o caso de grandes empresas de distribuição.

Por parte das unidades transformadoras, estabelecem-se relações preferencialmente diretas com empresas estrangeiras, algumas com participação no respetivo capital social. Nestes casos, a intervenção, transformação/valorização do produto, passa pela exportação e reimportação do produto transformado. Estes fluxos comerciais justificam-se essencialmente pelas diferenças nos encargos de produção, nomeadamente a mão-de-obra. Ao que pudemos apurar, não há infraestruturas profissionais em Portugal para britar nozes em quantidade e qualidade. Existem alguns casos esporádicos de empresas que britam pequenas quantidades, produzindo miolo que é essencialmente vendido no mercado nacional.

O miolo exportado por Portugal é, muitas vezes, inicialmente importado do estrangeiro, sofrendo alguma intervenção, que em princípio lhe acrescenta valor, e só depois é exportado. Considerando que Portugal exporta essencialmente para Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, então poderemos perceber as vantagens de “exportar português” para esses mercados. Este fenómeno não é fácil de contabilizar, por isso os valores na Figura 9 não estão depurados dos efeitos do ciclo que se forma através da reimportação/reexportação.

Na Figura 9 apresenta-se o balanço entre produção, importação e exportação de noz com casca. A linha “Soma” corresponde a “Produção” + “Importação”. Retirando a esta o valor das exportações, obtemos a linha designada por “Saldo”, a qual corresponde, em princípio, ao consumo nacional de noz com casca.

Figura 9 Perfil das trocas comerciais de noz com casca e estimativa do consumo em Portugal (t/ano) (Fontes: INE, 2009; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016; 2017; 2018). 

Portugal é um país claramente importador, onde todos os sinais nos fazem acreditar que temos margem para aumentar a nossa produção, desde que esta seja competitiva com os países donde atualmente importamos. Será, portanto, este o desafio no futuro.

As exportações portuguesas de noz para países exteriores ao espaço europeu, embora em quantitativos relativamente baixos, apresentam uma tendência crescente. Em termos do destino das exportações contamos essencialmente com a Turquia e Marrocos, e ainda, mas em muito menor escala com Angola e Cabo Verde. As transações de noz de Portugal para países da União Europeia estabelecem-se principalmente com Espanha, Itália e residualmente com França, que receberam noz com casca de Portugal (CE, 2019).

As importações portuguesas de noz com casca oriunda de países europeus apresentam um perfil decrescente nos últimos três anos, com um valor a rondar as 1000 toneladas em 2018. No caso, Portugal importa essencialmente de França e Espanha, seguindo-se a Roménia em menor escala (Figura 10). Em complemento destas, a importação de noz com casca de países terceiros que tinha vindo a decrescer no período de 2013 a 2015, parece estar num período de crescimento nos últimos anos, tendo-se registado, em 2018, o valor de 214 toneladas, com origem essencialmente nos EUA e Chile (CE, 2019).

Figura 10 Distribuição do volume (t/ano) e mercado de origem da importação nacional de noz com casca (Fontes: CE, 2019). 

Os valores das importações expressos na Figura 11 são perfeitamente ilustrativos de um mercado que envolveu transações na ordem dos 20 milhões de euros em 2018, podendo inferir-se sobre o sentido da oportunidade em se investir tanto na produção como na britagem da noz.

Figura 11 Evolução do valor, em milhares de euros, da importação nacional de noz (CE, 2019). 

Relativamente aos preços praticados, verifica-se que os valores de importação e exportação de noz com casca para o mercado europeu têm apresentado valores similares, embora com mais flutuações no valor das exportações, rondando os 3,8 a 4,0 euros/kg nos últimos 3 anos. Já no que diz respeito às exportações para países terceiros à UE, verifica-se que os preços praticados nas exportações tendem a ser superiores aos praticados nas importações (Figura 12). Neste caso, os valores das transações surgem relativamente inferiores aos praticados nas trocas entre países europeus. Por esta razão, e também pela simplicidade de processo, os empresários que contactámos nos manifestaram preferência por comercializar com países europeu.

Figura 12 Evolução do preço na relação comercial de Portugal com países fora da UE, noz com casca (€/kg) (CE, 2019). 

Circuitos de comercialização

O circuito de comercialização de noz em Portugal é ainda muito marcado pelo papel dos intermediários. Recentemente, para além das ligações e canais tradicionais, verifica-se um fenómeno novo, que na figura 13 designamos por “Ub Comercial”. No fundo, trata-se de investidores sem qualquer ligação ao sector dos frutos secos que, tendo liquidez financeira, se envolvem tanto na comercialização de noz como em qualquer outro produto, desde que o negócio lhes pareça favorável. Assim, adquirem grandes quantidades de noz a preços abaixo dos valores correntes e depois revendem a distribuidores e consumidores, tanto em Portugal como em Espanha. Este fenómeno é causador de transtornos que afetam essencialmente os produtores e comerciantes mais débeis.

Figura 13 Circuito de comercialização de noz em Portugal. 

CONSIDERAÇÃO FINAL

O estudo que se apresenta resulta de uma compilação de dados disponíveis em fontes de livre acesso e de contactos com produtores e comerciantes. Tal facto constitui uma limitação que se assumiu à partida, mas que não inviabilizou que o objetivo essencial do estudo fosse atingido.

Deste modo, traçou-se um panorama global e nacional da comercialização da noz. Por outro lado, ficámos conscientes dos possíveis passos a dar no sentido de colaborar num futuro observatório da produção, transformação e comercialização da noz em Portugal, tarefa que poderá vir a ser assumida pelo Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos. As tendências identificadas deveriam ser acompanhadas, tentando compreender as razões que as provocam. Acreditamos que caso o referido observatório venha a ser uma realidade, os principais beneficiários serão os produtores, os industriais e os potenciais investidores no sector, os quais passarão a ter acesso a informação atualizada e objetivamente tratada para o efeito.

Referências bibliográficas

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Recebido: 10 de Março de 2020; Aceito: 28 de Março de 2020

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