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Revista Portuguesa de Educação

versión impresa ISSN 0871-9187

Rev. Port. de Educação v.19 n.2 Braga  2006

 

Dissertações

Dissertações de Doutoramento

 

Paulo Ferreira del Pino Fernandes (2005). Concepções e Práticas de Literacia Emergente em Contexto de Jardim-de-Infância. Dissertação de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Psicologia da Educação)

Resumo

É hoje reconhecido que o processo de aprendizagem da leitura e escrita é longo e complexo. Desde o nascimento e através das primeiras experiências de exploração da língua, a criança acumula um conjunto de conhecimentos que irá mobilizando na construção de um conhecimento literácito. As experiências e aprendizagens em contexto pré-escolar serão — a par das aprendizagens literácitas em contexto familiar — determinantes para a aprendizagem formal da leitura e escrita.

Porém, esta perspectiva nem sempre foi pacífica entre os profissionais de educação pré-escolar. Por um lado, os educadores de infância parecem reconhecer a importância do desenvolvimento linguístico e a sua relação com as aprendizagens posteriores; mas já o conceito de promoção de literacia emergente, envolvendo medidas organizadas e intencionais de ensino-aprendizagem em tarefas de leitura e escrita, parece menos consensual.

A prática educativa em jardim-de-infância e a formação de educadores de infância tem sido marcada por uma sistemática referência aos quadros da Psicologia do Desenvolvimento, com aparente exclusão de áreas de aprendizagem e de aquisição de comportamentos específicos. Por outro lado, a representação da educação pré-escolar como um espaço de lazer e de aprendizagens de carácter informal, não necessariamente sede de aprendizagens discretas, tem criado resistências à observação de planos educativos que definam aprendizagens no âmbito da literacia.

Partindo dos pressupostos enunciados, construímos o nosso estudo em torno da questão da realização, em jardim-de-infância, de tarefas associadas a objectivos na área do conhecimento linguístico e literácito, particularmente no que diz respeito à importância percebida e à frequência da sua realização. Os resultados (N=340) demonstram que face a um conjunto de tarefas de aprendizagem linguística e literácita emergente, os educadores de infância tendem a valorizar as actividades que destacam o uso oral da linguagem, em detrimento de um uso da vertente impressa. Este perfil de prática dos educadores, destacando o desconhecimento da evidência científica acumulada nos últimos anos, parece resultar quer de uma perspectiva específica de jardim-de-infância, sem conteúdos nem práticas intencionais de aprendizagem, quer de um tipo igualmente específico e dominante de formação. Promovida a nível de formação superior nos últimos 20 anos, a formação de educadores de infância parece assim não reflectir o estado de saber nesta área de aprendizagem e desenvolvimento da criança. Análises de conteúdo das entrevistas realizadas a um subconjunto de educadoras (N=8) permitem inferir uma forte associação entre a não realização de tarefas de literacia e uma reconhecida ausência de formação. Nos educadores que reportam práticas consistentes e regulares de promoção do conhecimento literácito, organizadas em torno de objectivos claros de desenvolvimento e aprendizagem de um conhecimento sobre a linguagem e literacia, a formação é reconhecida como um factor decisivo para essa prática.

Por outro lado, a referência a práticas que promovem o conhecimento da vertente impressa, em articulação com o conhecimento da vertente oral da linguagem, parece variar em função das escolas de formação e do percurso de formação. Educadores com mais tempo de serviço e menor formação tendem a desvalorizar tarefas de literacia, especificamente no que respeita à promoção do conhecimento das vertentes impressas da linguagem. Por outro lado, educadores com mais formação ou formação mais actual, tendem a valorizar estas mesmas tarefas de literacia.

Foi ainda possível observar diferenças na realização de tarefas em função das escolas de formação. Assim, instituições que apresentam fortes referências ao conhecimento da Língua Portuguesa na sua tradição e prática de formação tendem a ver representada essa diferença nas práticas dos educadores que aí realizaram formação de nível inicial ou complementar, apesar de este efeito poder ser contrariado pelos efeitos de socialização de práticas profissionais que de forma largamente prevalente assentam noutros quadros de referência.

 

Robéria Rodrigues Lopes (2005). Cencepções Científicas e Pessoais sobre a Educação/Formação Profissional: contributos para a elaboração de um modelo teórico. Dissertação de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Psicologia da Educação)

Resumo

O objetivo desta tese é analisar concepções teóricas e políticas públicas de educação/formação profissional promovidas no Brasil no início do século XXI, visando a delinear um contributo de um modelo teórico de educação/formação profissional. Com esta finalidade presente, a pesquisa empírica, do tipo exploratória e descritiva, pretende analisar se: (i) a educação/formação profissional legitima a ordem social, ao direcionar suas prioridades à lógica do mercado de trabalho, sem promover uma formação de base voltada ao desenvolvimento de cada indivíduo; (ii) os sistemas de educação/formação profissional são expressão de uma crise política acerca da fünção social da educação/formação profissional; (iii) as concepções dos diferentes atores — diretores, gerentes de área, professores e formandos — são uma expressão dos modelos/concepções científicas e políticas de educação/formação profissional; (iv) as concepções dos diferentes atores — diretores, gerentes de área, professores e formandos — sobre os sistemas de competência, sãouma expressão dos modelos/concepções científicas e políticas de competência(s).

O método do estudo de caso está fundado na análise intensiva do Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará — CEFET/CE, sustentando-se com as contribuições teóricas do campo da educação profissional, contextualizadas com teorias da Psicologia da Educação e da Sociologia da Educação, com as quais a educação profissional e a noção de competência guardam coerência. 0 procedimento metodológico da investigação decorreu de modo seqüencial entre 2002 e 2004 e se realizou em três tempos e modos: pesquisa bibliográfica, documental e de campo, subsidiadas pela técnica da entrevista semi-estruturada, jimto de um conjunto de atores sociais relevantes (n=39) — diretores (n=3; M=50,3 anos; 1 feminmo), gerentes (n=4; M=39,5 anos; 2 feminmo), professores (n=15, M=42,6 anos; 1 feminmo) e alunos (n=17; M=22,2 anos; 7 feminino) do CEFET/CE. A análise das concepções pessoais de educação/formação profissional de todos os grupos de participantes permitiu classificá-los em redor de seis categorias: formação para o trabalho (56,2%), política educacional (20,7%), competências profissionais, pessoais e coletivas (9,3%), mercado de trabalho (6,1%), educação (4,4%) e orientação para a carreira (3,3%).

Os resultados elucidaram os descompassos entre as intencionalidades educacionais manifestadas nas políticas públicas de educação/formação profissional e as concepções pessoais dos atores sociais de uma escola profissionalizante. Percebe-se, todavia, a preocupação do conjunto da comunidade escolar em melhorar o seu desempenho educacional, compartilhar com as empresas as experiências que apresentam relação com a questão profissionalizante, entre as quais se incluem as ações voltadas para o desenvolvimento da carreira dos jovens e adultos brasileiros. 0 posicionamento do pesquisador frente a esse cenário aparece, ao final desta tese, na forma de uma contribuição para a formulação de um modelo teórico de educação/formação profissional.

 

Maria Custódia Jorge da Rocha (2005). Educação, Género e Poder: uma Abordagem Política, Sociológica e Organizacional. Dissertação de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Organização e Administração Escolar)

Resumo

Um estudo sobre as relações sociais de género enquanto relações sociais de poder (empiricamente apoiado através de uma análise crítica dos discursos organizacionais) permite que, nesta tese, se apresentem os principais contornos epistemológicos e metodológicos desta problemática.

A partir de uma exposição dos enquadramentos teórico-conceptuais que enformam algumas análises políticas, sociológicas e organizacionais (de teor feminista ou não) na sua relação com o género e o poder, esclarece-se como os poderes instituídos, quantas vezes com carácter de regulação e de dominação, contribuíram para a construção de pressupostos (aparentemente neutros) de desigualdade social entre mulheres e homens. A convocação de outros enquadramentos teórico-conceptuais, favorecendo a extensão desta análise crítica, permite que se problematizem algumas das possibilidades que as mulheres e os homens têm de definir as suas acções políticas, sociais, organizacionais dentro de relações de poder outras que não lhes reduzam as suas hipóteses de vida.

Num contexto em que novas formações discursivas sobre género e poder e novas formas de dominação se manifestam é pertinente que se percebam, pois, os critérios que permitiram a institucionalização da desigualdade, aqueles (por vezes os mesmos) com os quais se procede à sua reinstitucionalização e ainda aqueles que, pese embora todos os constrangimentos, podem favorecer a desinstitucionalização da desigualdade.

Isto, porque o(s) género(s), afinal, tal como o(s) poder(es) e o(s) discurso(s) não são atributos mas sim relações que abrangem uma multiplicidade de configurações políticas, sociais e organizacionais onde as mulheres e os homens, pela acção de politização, podem colocar em questão as diferenças que os hierarquizam e que impedem a construção de uma dinâmica de igualdade na escola, no espaço público e privado.

 

Isabel Maria Pereira Pinto (2005). Programa de Desenvolvimento Cognitivo para Crianças com Necessidades Educativas Especiais. Dissertação de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Psicologia da Educação)

Resumo

Pretendeu-se com este trabalho construir e avaliar os efeitos de um programa de intervenção dirigido a crianças com necessidades educativas especiais em idade pré-escolar. 0 programa "Degrau a Degrau" foi desenhado a partir dos modelos construtivistas, da teoria de aprendizagem mediatizada e da abordagem do processamento da informação e pretende trabalhar competências nas áreas perceptivo/motoras, figurativo/espaciais, linguísticas e numéricas.

A implementação do mesmo decorreu ao longo de um período de seis meses, em contexto de sala de jardim-de-infância, sendo o mesmo implementado pelas educadoras.

Na avaliação dos efeitos do programa foi usado um design experimental, tendo-se recorrido a procedimentos qualitativos e quantitativos (Escala da WISC-R, Escala de Avaliação de Dificuldades Sócio-Afectivas e Escala de Avaliação de Dificuldades Cognitivas e Linguístícas).

As crianças alvo do estudo foram sinalizadas pelas equipas da educação especial por apresentarem um atraso de desenvolvimento. As 78 crianças são provenientes do meio urbano (Porto) e meio rural (Barcelos). Estas foram distribuídas de forma equitativa pelos grupos experimental e de controlo.

A avaliação qualitativa do programa indica uma apreciação positiva dos educadores em relação ao processo de formação, ao programa e aos materiais usados. A análise dos resultados obtidos no pré-teste indica que o grupo experimental e o grupo de controlo não se diferenciam entre si, existindo diterenças em função da zona de residência, favoráveis ao grupo da zona rural. A análise dos efeitos do programa efectuada a partir da análise multivariada de variância mostrou a existência de ganhos significativos nos sujeitos do grupo experimental, sendo tais diferenças maiores nas crianças pertencentes à zona rural.

 

Eduardo Vitor Miranda Carrão (2005). Repensar a Informática Educativa: construção de um dispositivo para dar vez e voz aos professores na utilização de softwares educacionais. Dissertação de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Tecnologia Educativa)

Resumo

A presente investigação pretende contribuir para o avanço da utilização das TICs na educação fundamental, proporcionando a professores atuantes em sala de aula, na sua linguagem, na sua voz, uma nova fonte de exemplos e formas de uso das TICs.

As mudanças por que vem passando o mundo actual impõem a necessidade de se ressignificarem muitos dos valores e dos costumes formulados para a educação. O encurtamento das distâncias e a velocidade cada vez maior da ocorrência dos factos, implicam uma maior agilidade na tomada de decisão e na acção das pessoas. Na indústria, no comércio, na medicina, no desporto, nos lares, os computadores tomam posicionamento, assumindo responsabilidades funcionais numerosas, um papel estratégico, permitindo emesmo exigindo a dissociação do tempo e do lugar geográfico físico das actividades humanas.

O computador é um instrumento novo, recém chegado nas redondezas da educação, e que pode, e deve, ajudar o ensino a se tornar cada vez mais ensino: fornecer conhecimentos e informações, abrindo os caminhos do raciocínio. Com as TICs, consideramos que os professores dispõem de uma inovadora e relevante alternativa de melhoria da educação nesta nossa sociedade do século XXI e um ingrediente indispensável para (re)construir a mesma.

A reflexão sobre o tema deve superar a visão do senso comum, e não compete à indústria nem ao comércio de informática o traçado das direcções pedagógicas, nem do rumo político do uso do computador no processo ensino-aprendizagem. Caso se queira estruturar uma pedagogia política para a informática educacional a questão tem que ser ponderada e balizada por parâmetros mais amplos e, necessariamente passa pelo professor, pela formação do cidadão e pela diversidade do ser humano.

A investigação proposta funda-se na necessidade de analisar e comparar os parâmetros de categorização e avaliação de softwares educativos, apresentados por fornecedores e produtores com os parâmetros considerados por professores engajados na labuta diária em sala de aula e assim, proporcionar uma fronte de informações sobre os mesmos e seu uso, baseados em suas experiências diárias junto aos alunos, em sala de aula.

Com este objetivo, este projeto apoia-se em um site denominado "Banco de Informações do Professor de Softwares Educacionais" (BISE) — nada mais coerente com idéia de TIC —, onde estes poderão colocar as suas avaliações e experiências diárias do uso de TICs, amplificando e democratizando a necessidade de nossos alunos serem preparados para a convivência com o computador.

São estes desafios aqui mencionados, provocados em grande parte pelo rompimento social da informática, dos softwares e das tecnologias digitais, a par do processos de globalização comunicacional, das brechas trazidas à educação, à escola e aos professores, que norteiam a reflexão vertida neste nosso trabalho de investigação. Repensar a escola e o papel dos professores à luz da informática educativa é o tema central desta investigação.

 

Henrique da Costa Ferreira (2005). A Administração da Educação Primária entre 1926 e 1995: que participação dos professores na organização da escola e do processo educativo. Dissertação de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Organização e Administração Escolar)

Resumo

O nosso trabalho, intitulado «A Administração da Escola Primária entre 1926 e 1995 — Que participação dos professores na Organização da Escola e do Processo Educativo?», centra-se no estudo da participação dos Professores na Administração da Escola Primária /1° Ciclo do Ensino Básico.

Partindo dos estudos de Licínio LIMA (1992; 1998 e 2003) sobre a organização e a participação na Escola Secundária Portuguesa, inventariando a construção de modos de produção de normas e de regras e de formas de participação na Escola, e propondo o confronto entre «participação decretada» e «participação praticada», propusemo-nos, essencialmente três objectivos:

— analisar o contributo da teoria dos sistemas políticos (Capítulos II a V) e da teoria organizacional (Capítulo VI) para uma teoria da participação/não-participação nas organizações e, particularmente, nas organizações educativas;

— analisar as formas do Estado e da Administração Educacional Primária, no horizonte do nosso estudo (1926-1995) à luz dos contributos da teoria sobre os sistemas políticos, hipotetizando a realização de diferenças substantivas nos dois períodos a considerar: 1926-1974, correspondendo ao Estado autoritário e administrativo e 1974-1995, correspondendo ao Estado democrata pluralista e liberal-social (Capítulos VII a IX);

— confrontar a «participação decretada» com a «participação praticada», a partir de entrevistas a dois grupos de 10 professores: um que exerceu entre 1955 e 1985 e outro que exerceu entre 1968 e 1995 (Capítulo X).

No Capítulo I, o autor contextualiza a problemática da participação enquanto estratégia de desenvolvimento pessoal e social inerente ao processo educativo e à democratização da sociedade, pondo em evidência as ameaças do neoliberalismo e dos movimentos gestionários para a eficiência e para a produtividade, os quais cooptam e manipulam a participação como uma tecnologia social de gestão.

Dada a extensão temporal do estudo, o autor utiliza três abordagens teóricas: a estrutural-funcional, compatível com os sistemas racionais-burocráticomecânicos; a abordagem da acção estratégica, compatível com aqueles sistemas e com as burocracias profissionais; e a abordagem política, compatível com as burocracias profissionais e com os sistemas debilmente articulados.

Como principais conclusões do estudo emergem: 1) que a acção estratégica dos «actores» se sobrepôs aos constrangimentos impostos à Escola, no 1° período; 2) que a liberdade relativa dos «actores», no domínio pedagógico, foi preservada nesse período; 3) que a Escola Primária Portuguesa, no segundo período, tende para a burocracia profissional e para a «adhocracia», no interior da Escola, e para o sistema debilmente articulado, entre escolas; 4) que estas características possibilitaram uma efectiva participação na gestão curricular/pedagógica, apenas limitada pela escassez de recursos financeiros e materiais.

 

Júlia Isabel Coelho Alves de Castro (2005). A Interculturalidade e o Pensamento Histórico dos Jovens. Dissertação de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Metodologia do Ensino da História e das Ciências Sociais)

Resumo

As problemáticas que se encontram no cerne da reflexão sobre a Pedagogia Intercultural têm vindo a ser definidas e redefinidas no contexto de um quadro conceptual, no qual se inscrevem diferentes áreas do saber, ligadas às Ciências Sociais e Humanas. Neste sentido, com recorrência encontramos o Conhecimento Histórico com uma das linhas de reflexão dessas problemáticas, verificando-se, por outro lado, que a Interculturalidade é uma das questões colocadas com alguma frequência no contexto do Ensino da História.

Nesta sequência, é evidente a necessidade e a emergência de uma investigação e reflexão que impliquem o cruzamento do quadro conceptual, à volta do qual se situa hoje a discussão sobre estas mesmas problemáticas, com um conjunto de ideias estruturantes da natureza do conhecimento

histórico, ou seja as ideias de segunda-ordem, das quais destacamos a Significância e a Empatia Históricas.

A investigação sobre o percurso do pensamento histórico dos jovens portugueses, assenta numa linha investigaria sobre cognição situada da História, eminentemente empírica, de natureza descritiva, essencialmente qualitativa. Esta corrente de investigação, com uma expressão já significativa no nosso país, tem preconizado uma estreita ligação a equipas de investigação sediadas sobretudo no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. O presente estudo centra-se no percurso do Pensamento Histórico dos Jovens, nomeadamente no que concerne às ideias de segunda-ordem: Empatia e Significância Históricas, e à forma como estas estão ligadas à compreensão de um quadro conceptual ligado à Interculturalidade (de onde emergem conceitos como o de Diferença e Diversidade, Relação e Universalidade).

Este projecto de investigação envolveu jovens dos 15 aos 18 anos de idade (a frequentar os 10º, 11º e 12º anos na área curricular de Humanidades) de escolas secundárias do Norte de Portugal (dos Distritos do Porto e Braga).

 

Fátima da Conceição Tavares Fernandes Martins Braga da Silva (2005). Ramo Educacional FLUP – um projecto reconceptualizado. Dissertação de Doutoramento em Educação apresentada à Universidade do Minho (Área de conhecimento: Desenvolvimento Curricular)

Resumo

ATese de Doutoramento que aqui apresentamos desenvolveu-se ao longo de quatro anos e teve como objecto de estudo o Modelo de Formação Inicial de Professores de Francês da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, modelo que vigorou entre 1988 e 2005. Identificou-se como problema de investigação a necessidade de conhecer o grau de satisfação dos licenciados pelo Ramo Educacional de Francês da FLUP, tendo presente as metas inscritas na missão da Universidade do Porto.

Neste contexto, procedeu-se à análise das variáveis curriculares e organizacionais do modelo, de acordo com a questão estruturante em que o objecto de estudo foi explicitado: como se cruzam os Modelos de Formação de Professores com as Políticas Educativas, com as Políticas de Formação Inicial e com o Desenvolvimento Pessoal e Profissional dos Professores formados pelo Ramo Educacional de Francês da FLUP?

A partir daqui, foram definidos como objectivos desta investigação:

— Avaliar as variáveis curriculares e organizacionais do Modelo de Formação Inicial da FLUP (Francês) na reestruturação curricular em vigor entre 1988/98 e 2004/05;

— Compreender essa estrutura à luz dos Modelos de Formação Inicial de Professores, das Políticas Educativas dos anos 80 e 90 e das Políticas de Formação Inicial.

— Avaliar as representações dos professores formados pela FLUP (Francês), no que respeita ao desenvolvimento pessoal e profissional operado na formação, tendo em conta o cumprimento das metas definidas pela UP para esse desenvolvimento.

— Analisar os pontos de vista dos formadores (docentes universitários e orientadores de estágio) e dos empregadores (conselhos executivos das escolas básicas e secundárias) acerca do cumprimento das referidas metas da UP.

Para a consecução destes objectivos, a presente tese foi estruturada em duas partes. Os quatro primeiros capítulos, que constituem o enquadramento conceptual, começam por inserir este estudo na área do Desenvolvimento Curricular — primeiro capítulo. O curricularista aparece aí identificado com uma presença ética no mundo e aqui se reivindica que o discurso curricular faça parte do quotidiano dos professores.

O segundo capítulo caracteriza o contexto sócio-económico e cultural da actualidade, através de uma reflexão realizada à luz de contributos da Sociologia da Educação, da Filosofia da Educação e da Psicologia da Aprendizagem.

O capítulo três equaciona os conceitos de cultura, de educação e de cidadania e o seu papel na recontextualização das subjectividades.

As questões até aqui equacionadas são, no quarto capítulo, repensadas no contexto da socialização dos professores principiantes em formação inicial. Mostra-se a necessidade de se construírem percursos singulares de desenvolvimento dos formandos, de modo a promover a sua afirmação como sujeitos interpretativos.

A segunda parte da tese integra o enquadramento metodológico da investigação. Assim, no capítulo cinco define-se a metodologia de trabalho, em termos de técnicas de recolha e de análise de dados. Inserida no paradigma do pensamento do professor e numa perspectiva curricular, a presente investigação pretende proceder ao cruzamento de dados qualitativos — resultantes do inquérito por entrevista a informantes seleccionados e da investigação documental — com dados quantitativos, obtidos através de inquérito por questionário. Este questionário foi aplicado a uma amostra da população que obteve a sua licenciatura no Ramo Educacional da FLUP (Francês) nos anos de vigência do modelo em estudo, assim como aos seus formadores e empregadores. Deste modo, esta investigação constitui-se, também, como um estudo longitudinal e transversal.

O capítulo seis apresenta as conclusões do estudo: o Ramo Educacional de Francês da FLUP foi um projecto que nunca conseguiu ter projecto, mas que continha sementes de sucesso, não fora a asfixia a que, no contexto actual, o Pensamento está votado.

 

Dissertações de Mestrado

Janeiro a Junho de 2006

 

ALMEIDA, Helena Silva (2006). Formação continuada de professores: o curso TV na escola e os desafios de hoje e seus reflexos no ensino e aprendizagem de Ciências em Fortaleza-Ceará. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da Física e Química).

BARBOSA, António Francisco Dantas (2006). O conhecimento tácito substantivos históricos sobre o encontro entre povos e culturas na época dos descobrimentos: um estudo com alunos dos 7º e 10º anos de escolaridade. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da História).

BATISTA, Elisabete Maria Anjos (2006). A (in)disciplina no Liceu de Bragançadurante o Estado Novo. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: História da Educação e da Pedagogia).

BERNARDINO, Maria Paula Arantes (2006). As respostas sociais de apoio na satisfação das necessidades humanas básicas da pessoa idosa: uma perspectiva de educação e promoção da saúde. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Educação para a Saúde).

CARVALHOSA, Tânia Sofia Oliveira Grilo (2006). O trabalho e as culturas profissionais dos Directores de Turma. Um ensaio de análise sociológica. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Sociologia da Educação e Políticas Educativas).

CHAVES, Fátima Rosário Costa (2006). A significância de personagens históricas na perspectiva de alunos portugueses e brasileiros. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da História).

COSTA, Joana Auxilia Pereira Fernandes (2006). Competências adquiridas ao longo da vida - processos, trajectos e efeitos. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Educação de Adultos).

COSTA, Paulo Alexandre Barros (2006). Promoção de uma alimentação saudável na escola: um estudo comparativo entre escolas do concelho de Braga pertencentes à RNEPS e não pertencentes. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Educação para a Saúde).

CUNHA, António Duarte Conde Almeida (2006). A selecção de conteúdos - um estudo sobre as representações dos professores de língua portuguesa do 2º ciclo do ensino básico. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Desenvolvimento Curricular).

DIAS, Helena Paula Cerqueira Silva (2006). Trabalho colaborativo do grupo disciplinar de matemática: uma estratégia de desenvolvimento profissional com professores do 2º ciclo do ensino básico. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da Matemática).

DIAS, Paula Cristina Silva (2006). As explicações dos alunos sobre uma situação histórica: um estudo com alunos do 3º ciclo do ensino básico. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da História).

FERREIRA, Arminda Esmeralda Araújo (2006). Ideias de significância histórica e pedagógica em contexto de interacção: um estudo com professores estagiários. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da História).

FERREIRA, Elsa Maria Barrigão (2006). Ensino e aprendizagem de geometria em ambientes geométricos dinâmicos: o tema de Geometria do plano no 9º ano de escolaridade. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da Matemática).

FONSECA, Andréia Serra Azul (2006). Os recursos mediatizados no processo de ensino-aprendizagem: estudo sobre a utilização pelos professores nas escolas do ensino médio da rede pública na região de Fortaleza — Ceará — Brasil. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Tecnologia Educativa).

FONSECA, Cristina Maria Vilaça Gomes Pereira (2006). Aprendizagem e conhecimento: a importância da Biologia na Pedagogia Piagetiana. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: História da Educação e da Pedagogia).

FONSECA, Maria Manuela Pereira (2006). Juventude(s) e sexuallidade humana. Conhecimentos e opiniões de estudantes do Ensino Superior Politécnico. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Educação para a Saúde).

FREITAS, Luís Miguel Pereira (2006). Mudança Conceptual no tema "Terra no Espaço" com base na interdisciplinaridade em Ciências Física e Naturais no 3º Ciclo. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da Física e Química).

FREITAS, Sandra Maria Rodrigues (2006). As representações imagéticomentais dos alunos sobre as ruínas arqueológicas da "Bracara Augusta". Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino de História).

GONÇALVES, Maria Conceição Ferreira (2006). As ideias tácitas históricas sobre o 25 de Abril. Um estudo realizado com alunos do Minho e do Alentejo. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da História).

GUIMARÃES, Daniela Eduarda Silva (2006). A Webquest no ensino da matemática: aprendizagem e reacções dos alunos do 8º ano de escolaridade. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Tecnologia Educativa).

MACHADO, Elvira Maria Mendes (2006). Mudança em história: concepção de alunos do 7º ano de escolaridade. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da História).

MANSOS, Maria Pilar Neves Nunes Santos Santa (2006). Representações da alfabetização. O plano de educação popular e a campanha Nacional de Educação de Adultos. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: História da Educação e da Pedagogia).

MENDES, Susana Filipa Rodrigues (2006). As práticas escolares como construtoras de uma identidade curricular genderizada. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Desenvolvimento Curricular).

MOREIRA, Maria Carmo Martins (2006). Avaliação institucional escolar: um estudo exploratório de uma experiência. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Sociologia da Educação e Políticas Educativas).

PARENTE, Hernâni Serafim Alves (2006). Uma perspectiva de desenvolvimento profissional de professores de matemática: um projecto de investigação-acção de dois professores de matemática no 8º ano de escolaridade. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da Matemática).

PINTO, Maria Fátima Mota Teixeira (2006). A Escola entre o Estado e os Actores: (des)articulações e sentidos na construção de um agrupamento de escolas. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Organizações Educativas e Administração Educacional).

PIRES, Maria Cândida (2006). A utilização de analogias no ensino das Ciências da Natureza: um estudo sobre o tema "O Sangue e o Sistema Circulatório", no 6 º ano de escolaridade. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino das Ciências da Natureza).

QUEIRÓS, Francisco Manuel Tomé (2006). Escolas do 1º ciclo do ensino básico de Lousada e o ensino experimental das ciências. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino das Ciências da Natureza).

RIBEIRO, Maria Conceição Semedo (2006). Democracia e participação no Governo da Escola Básica Pública Portuguesa: um estudo de caso num Agrupamento de Escolas. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Organizações Educativas e Administração Educacional).

RIBEIRO, Sónia Alexandra Lopes (2006). O ensino da estatística no 7º ano de escolaridade: caracterização e dificuldades sentidas pelos professores. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Supervisão Pedagógica em Ensino da Matemática).

SILVA, Filomena Maria Moreira (2006). Mandar e obedecer — a representação da acção disciplinadora da escola no Estado Novo. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: História da Educação e da Pedagogia).

SILVA, Maria José Araújo (2006). Olhar o consumo de álcool dos jovens num contexto de educação para a saúde. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Educação para a Saúde).

SOARES, Cláudia Maria Cunha (2006). O contributo da imagem na construção do imaginário. Análise da influência da visualização de imagens na representação gráfica e verbal do conceito de monstro. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Tecnologia Educativa).

VALE, Maria Jorge Mendes Morão (2006). Arte, currículo e avaliação: a avaliação dos alunos do 2º ciclo do ensino básico na disciplina de educação visual e tecnológica. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Desenvolvimento Curricular).

VIEIRA, Ana Paula Barroso (2006). O mandato europeu para a educação e a sua recontextualização nacional. Dissertação de Mestrado em Educação apresentada à Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia (Área de Especialização: Desenvolvimento Curricular).