SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.21 número2EditorialDemandas de poder no Conselho Pedagógico: reflexões a partir de um estudo de caso num agrupamento de escolas índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

Links relacionados

  • No hay articulos similaresSimilares en SciELO

Compartir


Revista Portuguesa de Educação

versión impresa ISSN 0871-9187

Rev. Port. de Educação v.21 n.2 Braga  2008

 

Política e acção pública. Entre uma regulação centralizada e uma regulação multipolar

Maria Madalena Fontoura *

Universidade de Lisboa, Portugal

 

Resumo

Este texto situa-se no campo alargado da análise política e tem o propósito de contribuir para a compreensão do processo de construção e regulação das políticas públicas, dando conta da complexidade do processo que vai muito para além do momento da decisão, implicando diferentes instâncias e uma grande multiplicidade de actores. Constitui uma reflexão, construída a partir das análises, interrogações, comentários e críticas produzidas por diferentes autores, a partir de diferentes prismas, que incidiram sobre a política educativa portuguesa das últimas décadas, no que diz respeito à autonomia das escolas e aos efeitos observados na aplicação das medidas que a invocaram, particularmente no que se refere aos projectos, aqui considerados como instrumentos para resolver problemas e criar oportunidades na fronteira entre o social e o político. Representa ainda a oportunidade de mostrar a importância do tempo na construção e análise das políticas públicas.

Palavras-chave

Análise política; Acção pública; Politicas públicas; Autonomia das escolas; Projectos

 

Policy and public action. From central regulation to multipolar regulation

Abstract

This text provides an overview of the broadened field of the policy analysis with the aim of contributing for the understanding of the process of construction and regulation of public policies. It gives account of the complexity of the process that goes beyond the moment of decision, implying different spaces and a great multiplicity of actors. Our reflection derives from the critical analyses, interrogations and commentaries on the Portuguese educational policy, made by different authors, and from different prisms, in the last decades, on the autonomy of the schools, and the effects observed in the implementation of the measures invoked by that autonomy. Particularly, we will consider projects, considered here as tools to solve problems and create opportunities on the borders between the social and the political. It also represents an opportunity to show the importance of the space and temporal dimension for the construction and analysis of the public policies.

Keywords

Policy analisis; Public action; Public policies; Autonomy of the schools; Projects

 

Politique et action publique. D’une régulation centrale à une régulation multipolaire

Résumé

Ce texte se place dans le champ élargi de l'analyse politique, ayant l'intention de contribuer à la compréhension du procès de construction et régulation des politiques publiques, donnant compte de la complexité du procès qui va au-delà le moment de la décision, impliquant de différentes instances et une grande multiplicité d'acteurs. Il constitue une réflexion, construite à partir des analyses, des interrogations, des commentaires et des critiques qui sont arrivées sur la politique éducative portugaise, dans les dernières décennies, formulées par différents auteurs, de différents prismes, en ce qui concerne l'autonomie des écoles, et des effets observés en l'application des mesures qui l'ont invoquée, particulièrement en ce qui concerne les projets, ici considérés comme des outils pour résoudre les problèmes et créer des possibilités à la frontière entre le social et le politique. Il représente aussi une occasion de montrer l'importance de la dimension espace-temporal pour la construction et l'analyse des politiques publiques.

Mots-clé

Analyse politique; Action publique; Politiques publiques; Autonomie des écoles; Projets

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

Referências

AFONSO, Almerindo J. (1998). Políticas Educativas e Avaliação Educacional. Braga: Universidade do Minho.        [ Links ]

AFONSO, Almerindo J. (2002). A(s) autonomia(s) da escola na encruzilhada entre o velho e o novo espaço público. In L. Lima e A. J. Afonso, Reforma da Educação Pública. Democratização, Modernização, Neoliberalismo. Porto: Edição Afrontamento.

BARROSO, João (2003). Regulação e desregulação nas políticas educativas: tendências emergentes em estudos de educação comparada. In J. Barroso (Org.), A Escola Pública. Regulação. Desregulação. Privatização. Porto: ASA.

BARROSO, João, Org. (2006). A Regulação das Políticas Públicas de Educação. Espaço, Dinâmicas e Actores. Lisboa: Educa/Unidade de I&D de Ciências da Educação.

BARROSO, João (1999). A escola entre o local e o global. Perspectivas para o século XXI. O caso de Portugal. In J. Barroso (Org.), A Escola entre o Local e o Global. Perspectivas para o século XXI. Lisboa: EDUCA.

BECK, Ulrich (2000). A reinvenção da política. In U. Beck; A. Giddens & S. Lash (Orgs.), Modernização Reflexiva. Política, Tradição e Estética no Mundo Moderno. Oeiras: Celta.

BURNS, Tom & CARSON, Marcus (2003). Configurações de governança pluralistas, neocorporativas e da União Europeia. Padrões de elaboração de políticas e de acção dos lobies numa perspectiva comparada. Sociologia, nº 42.

COMMAILLE, Jacques (2004). Sociologie de l’action publique. In L. Boussaguet; S. Jacquot & P. Ravinet (Dir.), Dictionnaire des Politiques Publiques. Paris: SCIENCES PO, pp. 413-420.

COSTA, Jorge A. (1997). O Projecto Educativo de Escola e as Políticas Educativas Locais. Aveiro: Universidade de Aveiro.

CROZIER, M.; HUNTINGTON, S. & WATANUKI, J. (1975). The Crisis of Democracy: Report on Governability of Democracies to the Trilateral Commission. N. Y.: New York University Press.

FERREIRA, Fernando I. (2005). Os agrupamentos de escolas: lógicas burocráticas e lógicas de mediação. In J. Formosinho; A. S. Fernandes; F. I. Ferreira & J. Machado, Administração da Educação. Lógicas Burocráticas e Lógicas de Mediação. Porto: ASA.

FONTOURA, Madalena (2000). Projecto Educativo de Escola: um Desafio à Organização Curricular na Escola. Tese de Doutoramento apresentada na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Univesidade de Lisboa.

FONTOURA, Madalena (2001). Projecto educativo de escola: realidade ou ficção? Revista de Educação, vol X, 1, pp.123-137.

FONTOURA, Madalena (2005). Uns e Outros: da Multiculturalidade à Construção da Cidadania. Lisboa: EDUCA.

FONTOURA, Madalena (2006). Do Projecto Educativo de Escola aos Projectos Curriculares. Fundamentos, Processos e Procedimentos. Porto: Porto Editora.

FORMOSINHO, João; FERREIRA, Fernando I. & MACHADO, Joaquim (2000). Políticas Educativas e Autonomia dos Espaços. Porto: ASA.

FORMOSINHO, João; FERNANDES, António S.; FERREIRA, Fernando I. & MACHADO, Joaquim (2005). Administração da Educação. Lógicas Burocráticas e Lógicas de Mediação. Porto: ASA.

GIDDENS, Anthony (1995). As Consequências da Modernidade. Oeiras: Celta.

GIDDENS, Anthony (2004). Dualidade da Estrutura. Agência e Estrutura. Oeiras: Celta.

HALL, Peter (1993). Policy paradigms, social learning and the state: the case of economic policy-making in Britain. Comparative Politics, 25 (3), pp. 275-298.

JESSOP, B. (1998). The rise of governance and the risks of failure: the case of economic development. International Science Journal, 155, pp. 29-45.

KOIMAN, Jan Ed. (1993). Modern Governance. Londres: Sage.

LASCOUMES, Pierre & LE GALÈS, Patrick (2004). L’action publique saisie par ses instruments. In P. Lascoumes & P. Le Galès (Dir.), Gouverner par les instruments. Paris : SCIENCES PO, pp.11-44.

LASCOUMES, Pierre & LE GALÈS, Patrick (2004). Instrument. In L. Boussaguet; S. Jacquot & P. Ravinet (Dir.), Dictionnaire des Politiques Publiques. Paris: SCIENCES PO, pp. 267-275.

LE GALÉS, Patrick (2004). Gouvernance. In L. Boussaguet; S. Jacquot & P. Ravinet (Dir.), Dictionnaire des Politiques Publiques. Paris: SCIENCES PO, pp. 242-249.

LIMA, Licínio (1995). Reformar a administração escolar: a recentração por controlo remoto e a autonomia como delegação política. Revista Portuguesa de Educação, 8(1) pp. 57-71.

LIMA, Licínio (1999). E depois de 25 de Abril de 1974. Centro(s) e periferia(s) das decisões no governo das escolas. Revista Portuguesa de Educação, 12(1) pp. 57-80.

LIMA, Licínio (2002). Modelos organizacionais de escola: perspectivas analíticas, teorias administrativas e o estudo da acção. In L. Machado & N. Ferreira (Orgs.), Política e Gestão da Educação: Dois Olhares. Rio de Janeiro: DP&A.

LIMA, Licínio (2004). O agrupamento de escolas como novo escalão da administração desconcentrada. Revista Portuguesa de Educação, 17(2), pp.7- 47.

LIMA, Licínio e AFONSO, Almerindo J. (2002). Reforma da Educação Pública. Democratização, Modernização, Neoliberalismo. Porto: Edições Afrontamento.

Kuhn, Thomas S. (1983). Structure des Révolutions Scientifiques. Paris: Flammarion.

MÉNY, Yves & THOENING, Jean-Claude (1989). Politiques Publiques. Paris: Puf.

MEYER, John & SCOTT, Richard (1992). Organizational Environments. Ritual and Racionality. Londres: Sage.

MULLER, Pierre (2004). Les Politiques Publiques. Paris: Puf.

MULLER, Pierre & SUREL, Yves (1998). L’Analyse des Politiques Publiques. Paris: Montchrestien.

NEWMAN, Janet (2005). Enter the transformational leader: network governance and the micro-politics of modernization. Sociology, Vol 39 (4), pp.717-734.

NÓVOA, António (1998). Histoire & Comparaison. Essais sur l’Education. Lisboa: Educa.

NÓVOA, António (2001). O espaço público da educação: imagens, narrativas e dilemas. In AAVV, Espaços de Educação, Tempos de Formação. Lisboa: Gulbenbenkian, pp. 237-263.

NÓVOA, António (2005). Les états de la politique dans l’espace européen de l’éducation. In M. Lawn & A. Nóvoa (Coord.), L’Europe Réinventée. Paris : Puf, pp.127-224.

NÓVOA, António & LAWN, Martin, Eds., (2002). Fabricating Europe. The Formation of an Education Space. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers.

PACHECO, José A. Org., (2000). Políticas de Integração Curricular. Porto: Porto Editora.

PACHECO, José A. & MORGADO, José C. (2002). Construção e Avaliação do Projecto Curricular de Escola. Porto: Porto Editora.

PASQUINO, Gianfranco (2005). Curso de Ciência Política. Cascais: Principia.

REYNAUD, Jean-Daniel (1997). Les Règles du Jeu. L’Action Collective et la Régulation Sociale. Paris: Armand Colin.

SANTOS, Boaventura S. (1994). Pela Mão de Alice: o Social e o Político na Pós-modernidade. Porto: Edições Afrontamento.

SANTOS, Boaventura S. (2001). Os processos de globalização. In B. S. Santos (Org.), Globalização, Fatalidade ou Utopia? Porto: Edições Afrontamento.

SANTOS, Boaventura S. (2006). A Gramática do Tempo: Para uma Nova Cultura Política. Para um Novo Senso Comum. Vol. 4. Porto: Edições Afrontamento.

SARMENTO, Manuel J. (2000). Lógicas de Acção nas Escolas. Lisboa: IIE/ME.

STOER, Stephen; CORTESÃO, Luiza & CORREIA, José A., Orgs. (2001). Transnacionalização da Educação. Da Crise da Educação à “Educação” da Crise. Porto : Edições Afrontamento.

STOER, Stephen & MAGALHÃES, António (2005). A Diferença Somos Nós. A Gestão da Mudança Social e as Políticas Educativas e Sociais. Porto: Edições Afrontamento.

SUREL, Yves (1995). Les politiques publiques comme paradigmes. In A. Faure; G. Pollet & Ph. Warin (Dir.), La Construction du Sens dans les Politiques Publiques. Débats Autour de la Notion de Référentiel. Paris: L’Harmattan, pp. 125-151.

SUREL, Yves (2004). Approches cognitives. In L. Boussaguet; S. Jacquot & P. Ravinet (Dir.). Dictionnaire des politiques publiques. Paris: SCIENCES PO, pp. 78-85.

SUREL, Yves (2004). Trois i. In L. Boussaguet; S. Jacquot & P. Ravinet (Dir.). Dictionnaire des politiques publiques. Paris: SCIENCES PO, pp. 452-459.

VAN HAECHT, Anne (1988). Les politiques educatives, figures exemplaires des politiques publiques?, Education et Sociétés, nº 1, pp. 21-46.

 

* Toda a correspondência relativa a este artigo deve ser enviada para: Maria Madalena Fontoura, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, Alameda da Universidade, 1649-013 Lisboa, Portugal. Telef.:217943600; e-mail: mfontoura@fpce.ul.pt

 

Recebido em Janeiro, 2008

Aceite para publicação em Junho, 2008